HOMENAGEM Á FIGURA DO PROFESSOR

 Eis que já está pronto, pelas mãos habilidosas de Vicente e Claudia o livro que estou a elaborar. Conto nesta oportunidade com o concurso da Antonia dos Reis Lima (Toninha) que a partir da 2.a semana de setembro estará contatando as famílias das mestras e mestres homenageados para a elaboração desta obra bibliográfia. É um merecido reconhecimento àquelas e àqueles que nos legaram a ventura do conhecimento, de molde a aplainar nossos caminhos e iluminar nossas veredas.
          Felizmente, há uma boa recepção ao plano editorial e, com certeza, Ipaussu mais uma vez marcará pontos decisivos na sua história, no afã de homenagear as personalidades que escreveram com letras de ouro grande parte de sua gloriosa História.

ENTREVISTA DE ANTONIO LEONARDO GARROCINO

No programa Sala Vip da RÁDIO ANTENA A DE IPAUSSU, comerciante conta histórias, mas concorda que hoje a vida é "melhor".

https://www.youtube.com/watch?v=LdhgG4TZuGw

VIVIANE ENTREVISTA GERALDO GENEROSO

Agradeço a grata oportunidade, ao Sr. Janos - da KMR de Comunicações, pelo espaço cedido em sua emissora RÁDIO ANTENA "A", em entrevista no Programa SALA VIP. Acompanhe e deixe seus comentários.

ISTO SERIA EDUCAÇÃO MODERNA ?

http://alertabrasil.blogspot.com.br/2013/07/esse-video-e-importantissimo-assistam.html

Para ver, copie e cole no seu navegador.


Acesse o vídeo acima e tire você mesmo as suas próprias conclusões. Por que será que o governo brasileiro, e mesmo de outros países, tem-se dado ao cômodo e irresponsável risco de entregar o planejamento da educação a pessoas que pregam todo tipo de comportamento, não condizente com o da maioria da população?

Se cruzarmos os braços acabaremos por ser amarrados dos pés à cabeça.

O CAMINHO DE DAMASCO

INFERNO NA SÍRIA



A barbárie da guerra civil na Síria, um país lindo e de um povo que, a julgar pelos que para cá migraram e, bem assim os seus descendentes, está muito longe de merecer o clima infernal, de morte das mais dolorosas, praticamente perpetrada em massa,  por conta e capricho assassino ditador   Bashar al -Assad.


            Extrapolando a própria indecência da guerra convencional, eis que agora se constata o uso covarde de armas químicas. Entre elas gás VX (C11H26NOPS), de efeito paralisante.

Trata-se  do mais mortal entre os gases tóxicos, (100 vezes mais que o gás Sarin), que a partir da pele disseminam a morte por via de sofrimentos extremos: se infiltrado na pele ou inalado tem efeito paralisante, ataca a musculatura e provoca parada respiratória.  

Tudo isto impetrado da forma mais cruel e desumana possível, que faria assustar o próprio inferno, com mais de 100 mil mortos. E o mais grave é que o morticínio a continuar seu rastro nefando.

O mundo vê essas mentes e mãos  assassinas a destruir uma nação de tantas histórias bonitas e coberta por tantos passos sagrados. Foi berço  de grandes almas que  por lá passaram e ainda hoje, na geração atual, tantos e tantos seres especiais  palmilham aquelas veredas, consagradas pelo tempo e pela tradição.

Mais de um milhão de crianças são desalojadas de seus lares. Procissão delas que se fizeram anjos, pelo martírio tão só de serem sírias, sem a elas poder se imputar a mínima culpa, senão a da inocência transparecida nos seus corpos mortos e torturados pela covardia e pela indecência no que às vezes se torna a política.

Que contraste gritante. Como o poder enlouquece além do que podemos entender pela loucura! Da forma que está e se evolui essa carnificina, Assad será nada mais do que um ditador de defuntos e os mortos dispensam governos.

O que podem os países do Ocidente fazer diante desses crimes hediondos, de lesa-humanidade? Mandar tropas e combater fogo com gasolina? Quando essas fatalidades começaram a ocorrer em Ghouta, nos arredores de Damasco, a França pediu a ONU que usasse a força para conter as barbáries.

A bem da verdade, replicaria talvez os mesmos cenários do Afeganistão, para ficar num só exemplo, sem mesmo falar da guerra no Iraque, que se arrastou por sucessivas mortes e pouco ou nada resolveu, senão com o tempo.

A Síria, onde por sua longa Estrada de Damasco, onde ecoou a voz do Maior entre os Homens e fez Saulo de Tarso (o então futuro Apóstolo Paulo) cair do cavalo em sua sede de sangue de inocentes.


É um lugar sagrado, porque aquela Voz que estremeceu aquele cavaleiro, ainda ecoa pelo leito e pelas margens daquela via histórica. O mundo extrapolou, por via de demônios que se apoderam de seres humanos, todos os limites do imaginário. Supera a ficção mesmo dos combates da Segunda Guerra mundial.


Tudo isto é nada mais do que a falta de Deus. Nós todos, eu entre os menores, líderes espirituais do mundo inteiro, estamos prestes a decretar a nossa falência, pois a força do Espírito, que “sopra onde quer", está a nos soprar com línguas de fogo e luz.

Tudo isto  para que possamos, ainda que com a fé do tamanho de um grão de mostarda (não do gás mostarda) levantarmos  nossos olhos e nossos corações aos céus por nossos irmãos entregues às desditas de uma guerra, maldita e assassina como todas.


 E sobretudo, que apuremos nossos ouvidos. Transportemo-nos todos à Estrada de Damasco para ouvir a divina voz de Cristo, com sua pergunta que atravessa a eternidade : “Assad, Assad, por que Me persegues? "

ALGUÉM MUITO ESPECIAL



Por onde quer que se ande pela terra,
Vemos a cada palmo, a cada instante,
A paz ausente e, no furor da guerra,
A dor da Terra com os seus viventes !

Cada qual faz o céu sempre distante
E mais gritante a vida em meio às gentes.
Ante esse quadro assustador e horrendo
Há alguém a criar, no mundo crendo.

Há gritos de presídios e hospitais !
Há gritos de miséria longe e perto,
Há solidão e luto em tantos ais,
Na travessia deste chão deserto.

Além do tempo incerto a luz e a paz.
Onde se esconderá o amor por certo?
Ante esse quadro, de dor feita à custa,
Há alguém a criar, que não se assusta.
Milhões de vozes a exprimir carência,
Hordas famintas sem teto nem pão;
É infausta e malograda a experiência
Desta seqüência de um viver em vão
Que não foi explicado pela ciência
Nem resolvido pela religião.

Ante esse quadro que nos desalenta
Há Alguém acima que ao amor sustenta.
Quem será esse Alguém, presente e oculto,
Que ainda crê e em criar persiste?

Que a cada instante as marcas de Seu vulto
Se expressam num semblante, alegre ou triste!
Mas sempre criativo, infante ou adulto
Está no homem esse Alguém que existe
E quer, como Ele, nos fazer criadores

De eterno  Éden que ao tempo resiste.

JOGUE TUDO PARA O AR







"Sejamos como o pássaro, pousado no galho mais alto,
que sente tremer as ramas e, apesar disso, canta,
porque sabe que tem asas".
(Pierre Joseph Prudhon, filosofo
 e político francês,
1809-1865.)

É curioso, ainda que não incomum, que um escritor obtenha de um escrito com foco em um tema alcance outros significados e se torne inspirador de outros temas que não aquele por ele exposto em seu discurso.

É o que aconteceu com esta linda passagem de Prudhon, um filósofo com viés anarquista que acabou por inspirar não só cidadãos, quanto uma postura política firme, mas invadiu mesmo o aspecto da espiritualidade. 

Próprio dos escritores inspirados, eis que Prodhon disse mais até do que desejava e cujo efeito de suas palavras já entra nas raias do terceiro século após sua morte.

Arrisco mesmo dizer que o autor chegou a ser "bíblico" nessa sua frase tão feliz quanto verdadeira, e numa comparação belíssima, da alma com um pássaro.

Nem sempre há consciência de que somos alados por conta do Espírito que nos preenche, a partir do primeiro sopro que bebemos ao adentrar à experiência terrena.

Raramente há consciência em cada um de nós sobre o quanto podemos. Com a infeliz ressalva de que tanto podemos para o bem quanto para o mal.  

Mas o eixo desta crônica se fixa em outra proposição: elevar-se acima das circunstâncias temporais e terrenas é o alcance do que de fato precisamos para a nossa existência.

Grande número de pessoas, a certa altura da vida, em meio aos insucessos, desgostos e mesmo ante fracassos retumbantes, acabam por usar a expressão: "me dá vontade de jogar tudo para o ar".

É mais que compreensível, pela conhecida fragilidade da  condição humana, que tais ocorrências sejam mais comuns do que imaginamos. 

Agora mesmo algum homem ou mulher assim cogita, por não poder contar mais com qualquer alternativa para a sua vida ou seus negócios. 

Porém, de volta ao dito de Prudhon (cuja intenção abrangente tudo indica não lhe haver acudido), jogar tudo para será apenas a primeira parte da solução. 

A solução definitiva é atirar tudo para o céu. Entregar não apenas os problemas - insolúveis até, mas entregar-se a si mesmo a Deus de corpo e alma.

E aí, pelas asas da alma, podem tremer galhos e ramas e folhas e flores. É uma forma, não de desistir da luta ou optar pela fuga, mas, isto sim, pela elevação onde os invisíveis se fazem visíveis, no testemunho do salmista, ao afirmar:

"Elevo os meus olhos para os montes,
De onde me virá o socorro?
O meu socorro vem do Senhor que fez o Céu e a Terra."






FRAGMENTOS POÉTICOS, DÉCADA DE 80

QUANDO A AURORA SURGIR


O tempo rolou
Como a chuva
Viúva
Do sol que se apagou.

Mas 
Nas 
Mesmas águas
Que o mar tragou,
Em forma de vapor,
A chuva revirá,
Cedo ou tarde
Para um novo amor
Que
Cedo ou tarde
 retrará.

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NÍVEIS DA ESPIRITUALIDADE


Não há como negar que a vida no planeta Terra é um campo de provas. Independente de bens, mesmo os internos como saúde, a alma em seu cárcere humano se vê, não raro, assaltada por fases difíceis, desafiadoras e, não raro, exasperantes.

Um detalhe que notei na saudação que Jesus Cristo usava constantemente para aos que ele saudava, entre gente de todas as classes, era "PAZ SEJA CONVOSCO."  Não por acaso, Cristo é o Príncipe da Paz, e a saudação costumeira calha bem ao feitio daquele que foi a mais alta expressão da divindade enquanto homem.

Desde tenra idade, nossos instrutores espirituais nos incitam a ter fé. A princípio, de tanto incutirem em nossa mente essa palavra (fé) tão pequenina como milagrosa, até mesmo quando  seu tamanho seja menor do que um grão de mostarda, vamos intelectualmente entendendo que é um recurso a nos permitir facear com as agruras de que a vida e o mundo são fartos neste Vale de Lágrimas.

O que trago à consideração do pessoal internauta que me prestigia neste despretensioso blog, é de que em  nossa espiritualidade experimentamos diferentes níveis, e que a verdade de São Paulo (apóstolo) de que "a fé vem pelo ouvir" se prende a duas facetas fundamentais da fé.

Aquela que vem do intelecto, em que lemos sobre as passagens maravilhosas dos Evangelhos, não há como não nos inspirar e elevar nossa alma aos páramos da crença. No entanto, quando nos valemos daquela estratégia vital de que nos falou Jesus Cristo "ORAI SEM CESSAR", de repente a PAZ nos alcança no SENTIMENTO. Já nem precisamos pensar a nossa fé, mas passamos a vivê-la.

É nesse estado que alcançamos aquele estado pacífico que excede todo e qualquer entendimento em nível terreno. Então somos capazes, sim, de AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS, num primeiro momento.

Passo seguinte, com as forças que haurimos do Todo Poderoso (pois só assim somos capazes de tal façanha) podemos dizer com espírito e verdade que amamos nosso próximo como a nós mesmos. E aí pouco importa que nos levem a capa, que também daremos a túnica. Porque embutida nessa renúncia esta a fé que nos provê, por via DAQUELE que detém todo e qualquer poder na infinidade do Universo.

Portanto, medite sobre Deus e faça-se em instrumento da Vontade Dele. Aí será possível você SENTIR a fé em sua plenitude e aí ela se transmuta na paz que desafia a toda lógica e toda ciência ou mesmo a própria sabedoria humana.


DO BAÚ DE PAPEL (1991)


DOIS FLASHs POÉTICOS

Não sei o amor que me dás,
Mas o tipo não importa,
Só sei que abriste a porta
Para as delícias da paz.

                                                          II
Não sei o amor que te tenho
Em tamanho e qualidade;
Minhas palavras contenho,
Mas,  os meus sonhos, quem há-de?

GG - (restaurado  do baú de papel, com data de 1991)

DIÁRIO - CADERNO G - década de 90

BAGAGENS DA VIDA

Levo tão só
Como bagagem
A tua imagem
Refletida
A cada aragem
Numa flor caída.

A esmo
Pelo interior
Deste eu mesmo
Procuro o calor
Das tuas mãos
Para sentir a vida.

O teu nome
A cada esquina
Que meu passo consome
Leio mentalmente.

Desenho a tua imagem
Com fios de pensamentos
Que resenho em desvelos
Já quase brancos 
Como os meus cabelos.

FRAGMENTOS POÉTICOS, GG II

  
O vento
é um fantasma
sem osso e sem asas,

a carregar os pensamentos
sem assombrar
lojas e casas
e sem mover os momentos.

FRAGMENTOS POÉTICOS GG 1


No teatro repleto
 da vida
interpreto
e a fingir prossigo
A contracenar comigo:

Como é fácil amar:
é quase um vício.
Mas, como é difícil
Ser do amor sem par
Um simples e bom amigo...
Nada mais que isso.


CADÊ A EXPLICAÇÃO DA "DEDO DURO"?

SIEMENS: O que se esconde atrás do confessionário?

“No comércio  e indústria, o segredo é a alma do negócio,
mas em política é a alma da negociata.” (André Franco Montoro: * 14 de julho de 1916, + 16 de julho de 1999).
           De repente, surge no cenário um fantasma para equilibrar, ainda que sua leveza invisível, toda a crise que o governo do PT experimenta, com sua base aliada e gulosa por cargos e benesses. É a fantasmagórica denúncia da Siemens, empresa alemã, ao afirmar, sob esse esdrúxulo (e inexplicável) recurso da delação premiada, sobre a existência de formação de cartel para obter contratos do metrô.

        Por se tratar de uma empresa, mormente imbuída de ganhos astronômicos, nada leva a crer que seja o mero espírito de justiça que a move a esse intento. A primeira pergunta que salta naturalmente será “o que se esconde atrás de tal atitude”? 

      O bom mocismo da empresa denunciante  está longe de poder lhe ser creditado. Afinal, empresas não vivem disso. Vivem de lucros. Tal disposição é lógica naturalmente compreensível. Está meridianamente claro, a todos e a cada um de nós, sem qualquer esforço, concluir que a Siemens, por sua condição e finalidade se move por interesses de lucro. Não é esse o escopo de toda e qualquer empresa .

O quê a Siemens delata?
      Segundo a Folha de S. Paulo, a empresa alemã “delatou a existência de um cartel para compra de equipamentos ferroviário, construção e manutenção de linhas de trens e metrôs em São Paulo (capital) e Brasília (DF).” Para efetivar  tal denúncia pediu imunidade.

     De acordo com a empresa, juntamente com outras, fez por combinar a oferta de um consórcio único para participar da licitação das obras. Pelo “acordo”, empresas perdedoras seriam depois subcontratadas.” As empresas citadas, além da Siemens são: Alston, CAF, Daimler Crysler, entre outras. A Siemens cita todas, pois se conhecem bem entre si.
Aonde querem chegar as denúncias?
     Esta novela não é inédita. O Ministério Público de São Paulo já havia se ocupado em força-tarefa, de análise de 45 inquéritos referente às licitações dos trens da Companhia do Metrô paulistano. Até mesmo os 15 processos que estavam arquivados, por falta de provas foram reabertos e tudo será reexaminado em forma de devassa.

    Claro que podem haver desdobramentos, mas o que fica no ar, e não por conta de mera coincidência, é que já se aquecem os motores para as eleições de 2014. E 2014 já está aí. Outra não-coincidência é o CADE (Conselho  Administrativo de Defesa Econômica) ser um órgão do governo federal, exercido pelo PT, ainda que com uma base fragilizada. E daí a enxovalhar o nome de líderes do PSDB, tripudiando mesmo sobre a memória de Mário Covas, e assim a incluir José Serra e Geraldo Alckmin foi um lépido passo de coelho malicioso.
O quê se conclui de tudo isso?
     No uso das palavras de José Serra, que culpa se pode atribuir a qualquer governo sobre o que as empresas combinam entre si? Como esse assunto já foi levantado, o Ministério Público de São Paulo já atuou. 
    Nada impede que o CADE venha a reexaminar a questão e, com mais felicidade ainda, se tudo for apurado com o rigor e a justiça necessárias, melhor será para o Estado de São Paulo será contemplado com a devida indenização.

    Mesmo tendo solicitado acesso aos documentos do CADE, isto foi negado pelo juiz da 2ª  Vara da Justiça Federal de Brasília. E até se fala em segredo de justiça, o que para nós, leigos, soa como um contrassenso, já que,  na cortina de abertura do presente artigo, usando as palavras de Montoro, bem se pode definir o que é esse expediente, quando se trata da coisa pública. 

   Certamente, os áulicos do PT, apetitosos por galgar o governo de São Paulo, certamente deveriam agradecer a Siemens por essa ousada iniciativa, mas cumpre lembrar que o povo, mesmo os eleitores mais humildes, não são tão ingênuos como pensam alguns estrategistas e marqueteiros de plantão. Apure-se a verdade, doa a quem doer.

TIMBURI - A JANELA DO POENTE

SALVE TIMBURI, A JANELA DO POENTE SEMPRE  BELA E LUMINOSA.




                   De longa data o Município de Timburi tem em 24 de  outubro uma de suas efemérides mais importantes, a par com a data de   3 de maio, que assinala o Dia da Santa Cruz. Foi sob a senha e a sombra da cruz que Timburi, ainda em seu nascedouro, recebeu o nome de Santa Cruz do Palmital, tendo sido também chamada de Paraíso e, primeiramente, Retiro

                  Todos aqueles que lá nasceram,   viveram,  e depois tomaram caminhos em direções diversas, sempre experimentam uma enorme saudade, como este escriba que nasceu junto com a emancipação da cidade . Quis  o destino, que de lá saísse um dia, sem saber talvez que traria sempre no peito as imagens da terra e da gente timburiense. 

                 Esta saudade se mistura com um orgulho sempre presente, mesmo transcorridos tantos anos, por  continuar a entender o idioma da gente de Timburi. Assuntos não faltam quando aqui aportam os irmãos Minozzi – Maurício, Ademir e a irmã,  dedicados amigos que não perdem nosso endereço.
                 E assim outros que lá viveram e adotaram aquela terra e aqueles céus de placidez inaudita, hão de levar nas retinas a imagem de beleza e singeleza que só Timburi sabe ter.

Ciclo do Café

Nesse áureo tempo, de fins de 1940 a 1970,  fervilhavam nos carreadores das fazendas, levas e levas de colonos, numa comunhão de trabalho e camaradagem. As rodas dos carroções sulcavam as estradas de terra boa, ao figurino de Pero Vaz de Caminha, “onde em se plantando, tudo dá”.

 Sempre, em setembro, vinha o término das colheitas com grande festa. Sob os galpões aconteciam os bailes, regados a anisete.  As cantorias eram frequentes, com uma trégua para recomeço das atividades, já que o café é uma cultura que exigia mão de obra o ano inteiro. Quanto suor derramado. Quanto sono interrompido nas madrugadas, trocando o leito pelo eito.

 Por esse tempo, juntamente com amigos cujo nome ainda guardo, como o meu querido conterrâneo José Messias ( o compadre Messias da Rádio), a Ninica, o Nino do violão, o Fernando Rocha ( e tantos outros) a certeza de que a gente era feliz e sabia por quê. 

Passada a febre do ouro verde, cujo produto era de primeira qualidade, produzido em abundância pelas fazendas Sta.Elisa, Sta.Rosa, Conceição, São Francisco etc., outros produtos  surgiram, ditados pelo mercado. O  Município de Timburi continuou belo como sempre.

 Era pouco esperar, e eis que a orquestra alada  das abelhas e das mamangavas entoavam os seus cânticos de primavera. Todo o cafezal se vestia com branca e olorosa florada. O perfume que se derramava por quilômetros dizia alto e bom som que a vida continuava, com futura colheita a garantir o pão de todos os lares.

Um Tempo Novo

Aos poucos se mudou esse cenário. O café, ainda que ali cultivado até hoje em algumas propriedades, como a da
Família Souto (Café Timburi),  foi cedendo seu lugar a outras atividades, como a criação de gado. A paisagem física e humana vai a delinear-se  em novos contornos, e Timburi tem tudo para o Turismo.

 Uma nova história hoje acontece naquela terra. Mas perdura a declaração inequívoca de amor aos que lá vivem e a todos os que a visitam.Sob o signo da Santa Cruz, que resume o sacrifício e a doação, Timburi prossegue a sua marcha. Segue seu destino de cidade acolhedora nas pessoas de suas autoridades e seus simpáticos habitantes – a quem empresta a sua aura mágica. Lá sempre está presente  paz e a beleza de seus sítios e seus céus.

A Santa Cruz é um símbolo sempre vitorioso, que finalmente se transfaz no mistério da própria Ressurreição. Timburi, por estes lustros, tem feito nascer e criar em seu seio diferentes pessoas, oriundas dos lares mais diversos. Muitos desses filhos percorrem mundos longínquos e peregrinam por terras estranhas do chamado Primeiro Mundo.

 Singram mares desconhecidos e rastreiam terras distantes. Vencem. Alcançam glórias e alguns se fazem capazes em possuir, se o desejarem,  tudo quanto o dinheiro pode comprar. Outros assumem consagrações invejáveis no mundo das artes ou da ciência. Mas o prêmio maior a cada timburiense ausente se resume na alegria do regresso à velha querência. Ao berço pequeno e aconchegante, que constantemente acolhe com um sorriso aos que se achegam ao seu regaço.


Geraldo Generoso – Jornalista MTE 33788.

Em especial para FOLHA DE PIRAJU -


CADERNO G, 19 JAN 2010

Diário, Terça-feira, dia 19/01/2010

O relógio já assinalou as 12 badaladas da meia noite. E, por uma convenção forçosa, já estamos no dia 19, mas de mentirinha.O véu da noite está espesso e, para todos os efeitos, já é um novo dia.

E para completar, na verdade, agora seriam 23 h pelo horário real, mas o horário de verão acaba imperar, alterando até mesmo nosso relógio biológico.

Para os lados da Rodovia SP 270, Raposo Tavares, o movimento apresenta-se mais acentuado do que na via aqui mais próxima, a João Baptista Cabral Rennó.

O dia que passou foi muito rico na leitura do livro "Cícero", do autor ROBERT HARRIS, em que ele diz se apoiar nos registros de um escravo do grande advogado romano, de nome Tiro. 

As horas voam lépidas nessas leituras. Poucos livros me marcaram tanto e me prenderam a atenção como esse. Senti-me como se estivesse no Império Romano, cuja política não difere muito da de todos os lugares em todos os tempos.

Embora não viva, atualmente, de forma direta a atividade política,ler Cícero foi um puxão para o passado que considerei agradável e de gratas recordações.

Entre todas as atividades humanas,a política é a mais inexata e, talvez por isso mesmo, a mais fascinante. A ponto de às vezes se transformar num vício. 

A atividade política não se exerce por cérebros e corações ociosos. Seu dinamismo e imprevisibilidade exige argúcia e um séquito de qualidades,em que se deve saber a hora do ataque e do recuo.

As reuniões com os aliados, a pugna com os adversários, as eleições sempre movimentadas. O mais bonito na política é o fato de a mesma estar sempre polarizada no sentido de lutar pelo destino das demais pessoas.

E aí precisa um grande senso de proporção, para não cair no paternalismo, no fisiologismo e outros ismos nocivos que são caricaturas da política, como arte e ciência de governar.

Como afirmou Cícero, de quem tomo de empréstimo o arremate desta página: " a política é a própria história em movimento".
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