Alfarrábios do Generoso: ÚLTIMA SÚPLICA (soneto)

Alfarrábios do Generoso: ÚLTIMA SÚPLICA (soneto):                           É s da vida a razão, és o maior motivo                Desta existência já desmotivada;                És es...

Alfarrábios do Generoso: ÚLTIMA SÚPLICA (soneto)

Alfarrábios do Generoso: ÚLTIMA SÚPLICA (soneto):                           É s da vida a razão, és o maior motivo               Desta existência já desmotivada;               És este t...

ÚLTIMA SÚPLICA (soneto)


      

                   És da vida a razão, és o maior motivo            
 Desta existência já desmotivada;      
       És este tudo dentro do meu nada,    
         Dono do sonho, fiz-me teu cativo.

            Ao mundo, alheio, surjo redivivo
            Ao som de tua canção inusitada,
            E do piano, em cada pedalada
            Saem notas de ouro e o amor revivo.

            Tens todo essa magia que me encanta;
            És minha deusa, superior à santa,
            Que em dedos musicais milagres verte.

            Se és deusa, eu sou, desse  poder, o crente.
            E se for esse dom, onipotente,
            Por caridade, ensina-me a esquecer-te.



Alfarrábios do Generoso: SEGREDOS LITERÁRIOS (Paradidático )

Alfarrábios do Generoso: SEGREDOS LITERÁRIOS (Paradidático ): O Poeta nasce Poeta À primeira vista, tal declaração parece sinalizar que a arte literária se processa de um modo anárquico e s...

SEGREDOS LITERÁRIOS (Paradidático )




O Poeta nasce Poeta

À primeira vista, tal declaração parece sinalizar que a arte literária se processa de um modo anárquico e sem nenhum balizamento técnico. Os poetas, e todos os  escritores  de forma geral, não contam  unicamente com a inspiração pura e simples no mister de escrever. Há quem diga como  Mansfield, quanto ao processo de criação literária :

 “Não há porque esperar pela inspiração, a faculdade de escrever é uma excitação vital para a saúde do espírito, um exercício da alma que deve ser realizado sempre, de forma livre e simples. Escrever ao cair da tarde; escrever qualquer coisa e tudo do mais profundo do coração.”


 Isto podemos constatar ao oferecermos a palavra a qualquer escritor, de hoje ou de ontem. Mas para não ir tão longe, nem saltar sobre GARCIA LORCA, esse especialíssimo vate espanhol, mundialmente consagrado, deixemos que ele próprio nos ofereça o seu depoimento:

“Nas minhas conferências tenho falado por vezes da Poesia, mas a única coisa de que não posso falar é da minha poesia. E não porque seja um inconsciente do que faço. Pelo contrário, se é verdade que sou poeta pela graça de Deus  - ou do demônio - também o é que o sou pela graça da técnica e do esforço, e por dar-me conta em absoluto do que é um poema”.

Qualquer de nós, escritores ou meros escrevinhadores, quando fazemos saltar nossos alfarrábios das gavetas,  sempre nos damos conta de que o que escrevemos poderia ter sido escrito de forma melhor.
 E até, automaticamente, vamos retocando palavras aqui e ali, rearrumando a frase em outros trechos e, às vezes, até imprimindo um novo desfecho ao poema ou história que se decantou, e vem nos encontrar com o senso crítico mais apurado. Não obstante, é sumamente necessária entender que toda obra é, acima de tudo, um trabalho de fé. Fé, sobretudo, em si mesmo..
Destarte, destacando essa necessidade de autoconfiança  indispensável a todo pensador – e mesmo para as demais pessoas em geral, leia abaixo um texto de Ralph Waldo Emerson (escritor e poeta norte-americano, nascido em 1803 e falecido em 1882)

“ Acreditar em seu próprio pensamento, acreditar que o que é verdadeiro para si mesmo, em seu próprio coração, é verdadeiro para todos os homens, é ser gênio. Manifeste a sua convicção latente e ela transformar-se-á em sentimento universal, pois sempre o que jaz no interior manifesta-se no exterior e nosso primeiro pensamento a nós voltará pelas trombetas do Juízo Final. Familiar como o é, para cada um de nós, a voz da mente, o maior mérito que atribuímos a Moisés, Platão e Milton é que eles consideravam nulos os livros e as tradições, e falavam, não  o que os homens pensavam, e, sim o que eles próprios imaginavam. O homem deve aprender a perceber e observar aquele lampejo de luz que perpassa pela sua mente, provindo do interior, mais que do esplendor do firmamento dos poetas e sábios. Todavia, ele repele sem reflexão o seu pensamento, porque é seu próprio. Em todas as obras dos gênios, reconhecemos nossos próprios pensamentos rejeitados; eles voltam a nós com uma certa majestade estranha. As grandes obras de arte não nos podem ministrar lição mais inspiradora do que esta. Elas nos ensinam a ficar, nessas ocasiões, fiéis às nossas impressões espontâneas com bem-humorada inflexibilidade, principalmente quando todos os clamores estão do lado oposto. De outro modo, amanhã, um estranho dirá, com imperioso senso comum, precisamente o que sempre pensamos e sentimos e, envergonhados, seremos forçados a aceitar, de outro, a nossa própria opinião.”

O objetivo deste livro é o de despertar  essa conscientização da necessidade de otimizar, sob todos os aspectos, o processo criativo e, em alguns casos, recorrer a meios alternativos dos quais decorram os melhores resultados possíveis.

Cumpre, no entanto, uma ressalva bastante oportuna. Não se trata de perseguir um virtuosismo literário (*), “tecnicamente perfeito, cujo valor reside na aparente ilusão suscitada pelos efeitos compositivos, habilidosamente encontrados mediante o emprego de normas formais.  Aqui, plagiando aquele lema das escolas de propaganda – nada substitui o talento”.


(*) ANGELO RICCI, em seu prefácio ao livro de I.A. RICHARDS, Princípios de Crítica Literária  - Editora Globo – Porto Alegre –1967.

Alfarrábios do Generoso: SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE REVISÃO DE TEXTOS...

Alfarrábios do Generoso:





SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE REVISÃO DE TEXTOS
...
: SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE REVISÃO DE TEXTOS  Autor dos livros: MEMÓRIAS DE IPAUSSU, SA...









 Autor dos livros: MEMÓRIAS DE IPAUSSU, SALMOS RIMADOS DE DAVI,
 PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AMOR (poesias), O CÂNTARO DAS HORAS (poesia); HUMOR MORENO (cronicontos); SEGREDOS DA CRIATIVIDADE LITERÁRIA (AGEBOOK)
etc
NOME:
GERALDO PERES GENEROSO (BRASIL)
http://www.mesadoeditor.com/arquivos/prestador/fotos/1586.jpg
ATIVIDADES:
·         REVISOR - IDIOMA: PORTUGUÊS [BRASIL]
·         EDITOR - LOCAL: BRASIL / IPAUSSU SP
·         GHOST WRITER - IDIOMA: PORTUGUÊS [BRASIL]
INFORMAÇÕES:
AUTOR DE INÚMEROS LIVROS, VENCEDOR DE VÁRIOS CONCURSOS, INCLUSIVE INTERNACIONAIS (ITÁLIA, VENEZUELA E UNIÃO EUROPEIA). SERVIÇOS DE REVISÃO DE LIVROS, JORNAIS, REVISTAS E REDAÇÃO DE PREFÁCIOS E APRESENTAÇÃO DE AUTORES, ROTEIRISTA PARA PROFISSIONAIS E AMADORES DE ARTE E PUBLICIDADE.
CONTATO: braunater@gmail.com


Alfarrábios do Generoso: SAUDADE MANSA (SONETO)

Alfarrábios do Generoso: SAUDADE MANSA (SONETO):              P or completo abstraio-me  do mundo              Revendo tua imagem na retina              Como um anjo de olhar doce e p...

SAUDADE MANSA (SONETO)



             P
or completo abstraio-me  do mundo
             Revendo tua imagem na retina
             Como um anjo de olhar doce e profundo
             Ou como o Sol na alva matutina.

             E do futuro, a incógnita cortina
             Em sobressalto mostra, moribundo,
             Meu coração partido em dura sina,
             Sina de solidão que dói tão fundo.

             Mas como um raio na escuridão,
             Insiste sempre essa luz de esperança
             A iluminar-me inteiro o coração.

            Transfaz-se numa plácida bonança
            A angústia desta espera, e esta aflição
            Se acalma ao sopro de uma saudade mansa.

Alfarrábios do Generoso: MUSA INDECISA

Alfarrábios do Generoso: MUSA INDECISA:                S ou seu poeta, você, minha musa,                Cantada em prosa e verso todo dia;                Você é só o que resta ...

MUSA INDECISA



               S
ou seu poeta, você, minha musa,
               Cantada em prosa e verso todo dia;
               Você é só o que resta de alegria
               Na minha  vida escura e obtusa.

               Nunca teimei no “sim” que me diria
               Pelo medo de ouvir tua recusa
               E com ela sentir a alma reclusa
               No dissabor que a perder seria.

               Por esta indecisão que me corrói,
               Arde em meu peito este amor que dói
               E só a esperança me anestesia.

              Sei que sua alma doce de mulher
              Ver-me sofrendo por você não quer
              E a fatal decisão não pronuncia.



Alfarrábios do Generoso: NA SOLIDÃO EXTREMA

Alfarrábios do Generoso: NA SOLIDÃO EXTREMA: Enquanto, para a vida de algumas pessoas, compreensivelmente a solidão se possa comparar a um torniquete silencioso, nos momentos ext...

NA SOLIDÃO EXTREMA

Enquanto, para a vida de algumas pessoas,
compreensivelmente a solidão se possa comparar
a um torniquete silencioso,
nos momentos extremos deste Vale de Lágrimas,
ela se transverte no mais eficiente
remédio, que nos prepara para o confronto
com a a Eternidade, venha o que vier e da forma que for
esse insondável Mistério.

CRISTO SOLITÁRIO NO HORTO DAS OLIVEIRAS

     De degrau em degrau do calendário terreno, vamos a somar experiências, felizes, rotineiras ou mesmo infelizes, desditosas e cruéis, nossas e dos nossos iguais, neste cenário que alguns, para alívio nosso, conseguem maquiar com a Arte, em suas muitas modalidades. Com o dom de palavras consoladoras, sejam verdadeiras ou não, para suportar a jornada à frente. Longa ou breve.

     O ser humano, o mais complexo entre todos os animais terráqueos, obriga-se, e não há como sujeitar-se, à configuração materialística do planeta que habitamos. Neste espaço redondo e girante, alguns poucos plantam ervas - daninhas e úteis; árvores para florir e derramar frutos e esparzir sombras, para que uma grande multidão, inconsciente da própria loucura, fustiguem o solo, o clima, os rios, os mares, os lagos etc, e tentam e conseguem aos poucos fazer deste mundo uma lixeira, um cadáver redondo, aquático, na sanha assassina própria dos predadores. O que resta é que, ao fim e ao cabo, não restarão - a continuar neste ritmo -, nem presas nem predadores.

   O planeta Terra realmente é um campo de guerra permanente. Um deserto de clamores por coquetéis venenosos de tantas injustiças - individuais, sociais e contra povos, que ainda insistem os donos da bola (a Terra é uma boal) a demarcar fronteiras. Divisas entre ricos e pobres, não só em questão de pessoas, mas de países. 

  Multidões refugiadas, como se não bastassem o próprio drama, o inferno - nem sequer em expressão comparativa, mas real, que vivem países como a Síria (mormente ela), Iêmen, Iraque - tantos e tantos irmãos lançados ao abismo da miséria extrema, despossuídos de tudo (quiçá das próprias almas) , apenas se transfazem em meros registros de estatísticas, que nem sequer mais gatam pontas de grafites de lápis, mas tão somente registros em informática.

 E até há alguns que, num sadomasoquismo suicida, alimentam suas vísceras intelectuais e morais, até mesmo cristãos exemplares, não raro enxergam nesse quadro uma explicação política, como se houvesse razoabilidade nessa arte de mandar, comandar e impor, da parte de pessoas e países, de uns sobre outros.

   Pois bem. Pois bem, nada. Pois, mal. Vamos nos cingir ao aspecto do indivíduo. De uma pessoa que por alguma ou várias razões, se conscientiza da gravidade da hora presente. Aí ele fica puto  e constata que de tanto começar remendo novo em roupa velha, processo já usado e abusado no tempo de Jesus Cristo, daqui a pouco os remendos novos também envelhecem,  e o mundo vai está nu, em pelo ou pelado, e se vier o fim, esse final será uma bênção. Talvez do tudo do outro lado, ou do nada de lado nenhum.

  Cada pessoa, pelo menos aquelas que são conscientes da insolubilidade dos dramas humanos em todas as latitudes, certamente verá chegada a hora de se estar a sós. De absolutamente sós. Como Jesus Cristo esteve no Horto das Oliveiras há dois mil e poucos anos. E lá, ele permaneceu sozinho. 

   Alguns dos discípulos dormiram, ou pelo cansaço ou, creio mais que seja pelo próprio sentimento de impotência diante da hora trágica para a execução do Amado Mestre. Nem se fale do Judas de Carió, que o traiu; do companheiro Pedro, que o negou 3 vezes e o galo confirmou em forma acusadora.

   De qualquer forma, tenho comigo, que o Cristo de Deus, naquele momento, sobre os ombros a suportar todas as dores da humanidade, passada, presente e futura, optou ele próprio pela solidão, pelo entramento em si mesmo, que é a companhia que nunca nos deixa: esse ser nós mesmos, a despeito de que o mundo desabe e o Universo ensaie uma segunda explosão depois daquela que iniciou tudo isto que aí está. Que passou pela Idade de Ouro, segundo a tradição ou lenda, e aí está, e vai estar para quem ficar, mas não ficará para sempre, mais dia menos dia, para ninguém.

  Naquela hora crucial, o que foi admirável em Cristo, de suprema e divina sinceridade, foi constatar que até Deus, o Pai, o havia abandonado. Esta evidência mostra o lado humano de Jesus. Lado lindo, exemplar, heroico, e que hoje eu me sinto, guardadas as devidas proporções, em igual situação.

  Esta solidão, este não contar com nada nem com ninguém, porque ninguém traz a definitiva solução e apenas escala, como capítulos de novelas rotineiras, remendos novos (já velhos) insuficientes para cobrir a nudez de tantas almas, e do próprio mundo, 

   De poderosos que se arvoram em deuses e, mesmo no impérios, mantém o desplante de dizer que são os escolhidos das massas. E aí eu pergunto: nós escolhemos, mas quem são os tais falastrões que, antes de nós, escolhem aqueles que DEVEMOS eleger para eles, seja A ou B a serviço de um mundo, não propriamente em decadência, mas na marcha final do inevitável fim. 

  E é aí que nos fazemos em mais irmãos de Jesus Cristo, nessa dor que ele sentiu e que não quis ninguém ao lado dele e, por mera pergunta, apenas constatou, sem protesto, mas de forma intimativa: DEUS MEU, POR QUE ME ABANDONASTE ?

Reconhecido como Padre da IGREJA SERTANEJA DO BRASIL, em 2003.


   

     

CONTRASSENSO



           É bom te  amar assim, como quem quer
           Gostar do passaredo, sem sequer
           Jamais pensar seu canto aprisionar.
           Que bom amar assim, de longe ou perto
           E, cismarento, num momento incerto,
           Ter tuas notícias ou de ti falar.

          Amar-te a esmo, como a fonte, à flor,
          Onde, sedenta, vai  beber dulçor
          E aspirar de seu corpo mil perfumes.
          Mas, ainda assim, saber-te de outro é triste
          Destarte a mim nenhum direito assiste,
          De dar-te a conhecer os meus ciúmes.

         Vamos neste brinquedo perigoso,
         De fazer da ilusão razão e gozo,
         Sei o jogo perdido, já não venço.
         E por mais que me diga: é fantasia,
         Repete o coração com teimosia:
         Eu deixar de querer-te é um contrassenso.

Alfarrábios do Generoso: SIMPLESMENTE UM ENCONTRO - POEMA

Alfarrábios do Generoso: SIMPLESMENTE UM ENCONTRO - POEMA: Quero estar ante Vós, com limpas mãos Sem Vos levar uma súplica sequer, Como um cálice vazio, o coração, Sem apresentar-Vos pedid...

SIMPLESMENTE UM ENCONTRO - POEMA



Quero estar ante Vós, com limpas mãos
Sem Vos levar uma súplica sequer,
Como um cálice vazio, o coração,
Sem apresentar-Vos pedidos quaisquer;
Sem nem mesmo pensar em Teu poder;
Sem buscar qualquer prêmio em ser ou ter,
Sem ser preciso  Te pedir perdão.

Quero tão só sentir Tua Presença,
Sem  rogar por amor ou abastança;
Sem Te falar em mágoa ou em doença.
Sem invocar mesmo a “justa” vingança,
A quem, por acaso, a minha esperança,
Truncou ao longo desta estrada imensa.

Quero tão só a Tua essência em torno
E, em minha Alma,  a Tua luz celeste;
Nem clamarei pelo mortal contorno,
Que de cuidados minha vida veste;
Da vida a juventude em retorno,
Nem a beleza de fugaz adorno.

Seja eu tão só um graão de Vossa messe
Porque Tuas Graças sobre mim estão,
Como Pai que de um filho não se esquece
Seja dele qualquer a condição:
Estais mais perto do que as minhas  preces,
Até mais do que eu próprio, Me conheces,
Antes até de ter nascido Abraão !


Este poema faz parte de uma coletânea de 40 poemas de tom místico, com base ecumênica e universal.


Alfarrábios do Generoso: SONHOS E SAUDADES - soneto

Alfarrábios do Generoso: SONHOS E SAUDADES - soneto:              D e sonhos eu teci versos de amores              E eternizando os bons momentos velo              Sobre os restos mort...

Alfarrábios do Generoso: NOSSA HISTÓRIA (soneto)

Alfarrábios do Generoso: NOSSA HISTÓRIA (soneto):                A nossa história nunca recomeça,                 Mal acredito que ela teve um fim;                 Sem você sobr...

SONHOS E SAUDADES - soneto



             D
e sonhos eu teci versos de amores
             E eternizando os bons momentos velo
             Sobre os restos mortais de um sonho belo
             Sepultado num solo de amargores.

             E nesta teia exótica revelo
             Meu padecer, se verte em dissabores
             Meu coração que chora e, pelas dores,
             De uma saudade a minha vida selo.

             O tempo caminhando à toda brida
             Num supernal futuro me desata
             Longo rosário de ilusões perdidas.

             Envolvo nesta sombra de ansiedade,
             Morre-me um sonho sob a luz de prata
             E nasce sob a noite uma saudade.

NOSSA HISTÓRIA (soneto)



               A nossa história nunca recomeça,
               Mal acredito que ela teve um fim;
               Sem você sobrevivo, devagar, sem pressa
               Porque não mais tê-la por perto de mim.

               Pensando bem, é até melhor assim: 
               Trazer no peito a espera que não cessa,
               Quero voltar por onde um dia vim,
               Onde a dor termina e o amor começa.

               Hoje estou quase só e até bendigo
               Esta saudade do seu vulto amigo
               Traz a esperança com a qual me iludo.

               Foi entre as mais, a ilusão mais querida
               Que sem pensar joguei fora na vida,
               Lançando ao nada o amor que foi tudo.







Alfarrábios do Generoso: NAS TEMPESTADES DA VIDA

Alfarrábios do Generoso: NAS TEMPESTADES DA VIDA: Quem melhor que Tu, Ó Cristo eterno, Para entender Por Teu martírio A dor que me faz sentir Arrojado ao inferno? Quem me...

NAS TEMPESTADES DA VIDA


Quem melhor que Tu,
Ó Cristo eterno,
Para entender
Por Teu martírio
A dor que me faz sentir
Arrojado ao inferno?

Quem melhor que Tu,
Ó Cristo eterno
Para entender
Sem nenhum tabu
Meu drama interno
De imenso sofrer?
Quem melhor que Tu,
Para nos socorrer? 

Assim, em tudo quanto,
Seja na dor pungente,
Ou até mais que isto,
Mesmo em meio ao pranto,
Eis que está presente
A Tua mão, ó Cristo!

Seja na doença,
No grassar da peste
Rumo à sepultura,
Só a Tua presença
Com Teu amor reveste
E nos salva e cura.

Quem melhor prá nós,
No furor insano,
Em meio a tantos ais?
Basta a Tua voz,
Mestre soberano,
Pra voltar  a paz.



Alfarrábios do Generoso: S,O,S ESTÁ PRESENTE

Alfarrábios do Generoso: S,O,S ESTÁ PRESENTE: SOB A SOMBRA DO ALTÍSSIMO Vivo a sondar-Te por esta Pequena fresta de eternidade Feita de dias e noites tão breves! E Te imagin...

S,O,S ESTÁ PRESENTE

SOB A SOMBRA DO ALTÍSSIMO

Vivo a sondar-Te por esta
Pequena fresta de eternidade
Feita de dias e noites tão breves!

E Te imagino acima
De todas as dimensões,
Quer de festejos ou lutos,
Além muito além
De todas as medidas
E acima de todas as concepções
Que nascem e morrem nesta e noutras vidas.

Sinto-Te no orvalho cristalino
E na própria madrugada que o distila
Em suaves gotas
Sobre a  relva de cada amanhecer...

Escuto-Te no pássaro que gorjeia
No limoeiro, ao pé desta janela
Onde o verão faz acender de luz
Minha  pequena vidraça...

Vejo-Te na criança no manejo de uma bola.
Vejo-Te no céu, na terra, em toda parte,
Sem ousar entender como de fato és!
Só sei que Te situas muito adiante
Da imaginação que cria a própria arte;
Não te imagino, sequer
Como um poder,
Pois seria compará-lo
A atributos cegos
De forças conhecidas mas transitórias...

Não! Estás acima do poder
Numa dimensão humanamente ignorada;
Seria blasfêmia comparar a Tua força
Com o assombroso poder nuclear.

Olhando para o infinito
Se te contemplo me extasio
Por Te disfarçares no próprio Nada
Para não nos matar de espanto e temor.
Ocultas-Te no recôndito de cada coração,
Que, às vezes, em vão
Te procura nos céus.

Alfarrábios do Generoso: CONVERSA PRA BOI DORMIR

Alfarrábios do Generoso: CONVERSA PRA BOI DORMIR: Para Crentes e Descrentes      Vivi pequena parte da minha vida, até mais ou menos os 12 anos, num lugar paradisíaco. Uma fazenda situa...

CONVERSA PRA BOI DORMIR

Para Crentes e Descrentes

     Vivi pequena parte da minha vida, até mais ou menos os 12 anos, num lugar paradisíaco. Uma fazenda situada num lugarejo chamado Timburi, região de Piraju, Estado de São Paulo, Brasil. O lugar era paradisíaco, com animais engraçados : cães que quase falavam; cavalos afetuosos, galos a cantar a cada madrugada, e lá pelo meio do dia, talvez para afirmar sua condição de rei do terreiro.

    Sim. Essa passagem da minha vida foi tão marcante, que trago-a diariamente à cabeça e, acho que mais ainda, ao coração. Digamos que seja algo da Alma, ou mesmo do Espírito, aquilo que é chamado o fôlego de Deus, e que a Ele retorna quando de nossa partida deste plano terreno.






     Meu pai foi um lavrador múltiplo. Xará do José bíblico, na profissão - a maior parte das vezes - de carpinteiro. Ah, fala-se que Jesus Cristo também exerceu esse ofício. Mas o José, meu pai, tanto manejava uma foice, com rara precisão, habilidade e eficiência. Seu roçado era rápido, eficiente e, (isso era próprio dele) por humildade, quando se distanciava muito no eito, ele arrumava uma desculpa para tomar água de seu ancorote (uma vasilha de madeira que continha água), a fim de não querer se passar por "melhor do que os outros", seus parceiros de tarefa.

    Carregar e descarregar caminhões, com 2 sacos de 60 kg cada um nas costas, não passava de brincadeira, enquanto muitos dos seus parceiros se vergavam ao peso de um só e sentiam o fôlego reclamar, as pernas bambearem e davam graças a Deus quando terminavam aquele trabalho de cão. Ou melhor, de burro de carga.

    Bom. Todo este preâmbulo, por maior que fosse, estaria justificado, pelo quanto nosso pai, meu e de mais s  3 irmãos, marcou a vida e a lembrança de tantas pessoas, mesmo sendo um homem calado, bom ouvinte e sempre sorridente. 

    Mas o tema proposto no título  foi estatística, me lembro bem . Coisa para o que meu pai, um jovem que chegou aos 80 anos, não dava a mínima. Cumpre ressaltar, que não era por ignorância. José Generoso era um homem perspicaz, analítico mas, acima de tudo, corajoso. Ele tinha uma coragem sem o mínimo de rompança ou exibicionismo. 

     Por esse tempo, por ser o primeiro e único neto de meus avós, acrescido ao fato de na casa da administração, que eles ocupavam, ter como pensionista, de hábito, a professora da fazenda .  Devo muito a elas -, graça a elas,  passei a ler, com regularidade, a  Revista americana SELEÇÕES DO READER' DIGEST,  fundada por Edgard Walace (se não me engano) . 

     Eram os tempos áureos daquela publicação. Todo o conteúdo vinha pronto dos Estados Unidos e cobria o mundo inteiro. E foi aí que comecei a me habituar, pela leitura, sobre estatísticas. Sobre probabilidades de algo acontecer, assim ou assado ou, simplesmente, não acontecer.

    Por exemplo (desculpe não recordar os números), mas lá vinha a possibilidade de se morrer de um raio, a percentagem dos que morriam de lepra e tuberculose; sarampo, febre tifoide etc. Cruz credo, nem é bom lembrar. E munido dessas leituras, eu ia até à roça, quando meu pai estava por perto de casa, e começava a contar pra ele: "Pai, por esta fazenda ser situada numa serra, o senhor sabe o que li? Que nós podemos morrer fulminados por um raio. Se andar descalço, assim na terra,  pode-se pegar vermes pelos pés, e isso  mata.  Comer carne de porco dá uma lombriga na cabeça que deixa louco e depois também mata. ".

   Pai - continuava eu - , e ainda mais paí, vai chegar um tempo (li no Almanaque do Pensamento) que o número de loucos vai aumentar tanto que a terra vai virar um hospício em forma de circo. Sem falar, pai, que essa doença ruim (a palavra  câncer não podia ser pronunciada) vai matar cada vez mais gente.  

    E por aí afora. Meu pai não descansava a enxada. Paf, paf, paf ...e continuava a trabalhar sem me dar muita trela, ainda que eu o percebesse de ouvido aberto e seu porte sereno, sua face sempre  pacífica.

   Talvez (concluo hoje) que ele até se sentia bem em saber que o filho era afeito à leitura, contava com uma professora 24 horas. Lá  na estiveram D.Odete, D.Maria José Shchimit Garófalo; Zenaide Viana, Odila Ferreira, Cinira, Luzia  Fagundes etc. A cada uma eu usava o termo familiar e respeitoso "tia". 

    Aquele tempo foi  muito bom.  Mas de tanto enfiar essas coisas gogó abaixo nas orelhas do
 meu pai, um dia, não bravo (ele não era de ficar bravo nunca) mas de modo bem franco, me disse, sobre as minhas previsões estatística (havia muitas que eu queria que ele soubesse) ele foi curto e grosso,

    - Olha aqui, menino, isso é conversa pra boi dormir. O papel aceita tudo. 

      Uma noite (não sei se em sonho ou visão extracorporal), com ele já falecido, encontramo-nos num conhecido posto de gasolina, da Rede Tavares às margens de uma rodovia. Ele estava como sempre fora, um pouco mais jovem do que quando nos deixou em definitivo, e me lembro, mesmo naquela espécie de sonho ou visão que ele já estava desencarnado.

     - Oi, Pai. Está tudo bem ? O que me conta da vida que está levando?

      - Vou bem. Lá é bom, sim. Mas o problema (disse com discreto contragosto) é que sou obrigado a estudar.
      - Sim, pai. Acho que o senhor tem razão, porque o senhor preencheu a sua vida inteira com trabalho, trabalho e trabalho.

       Respondeu-me satisfeito:
     - É. Eu também acho que é isso. 

        ESSE FOI O MEU PAI, JOSÉ GENEROSO DA COSTA.


NOSSA HISTÓRIA (soneto)



               A
nossa história nunca recomeça,
               Mal acredito que ela teve um fim;
               Sem você sobrevivo, devagar, sem pressa
               Porque não a tenho mais perto de mim.

               Pensando bem, é até melhor assim:
               Trazer no peito a espera que não cessa,
               Quero voltar por onde um dia vim,
               Onde a dor termina e o amor começa.

               Hoje estou quase só e até bendigo
               Esta saudade do seu vulto amigo
               Traz a esperança com a qual me iludo.

               Foi entre as mais, a ilusão mais querida
               Que sem pensar joguei fora na vida,
               Lançando ao nada o amor que foi tudo.


Alfarrábios do Generoso: PROJETO DIVINO (Poema Místico)

Alfarrábios do Generoso: PROJETO DIVINO (Poema Místico): Quero iniciar o dia nascente De forma diferente Dos muitos que já  vivi: Entregando-Te por completo Este coração repleto De t...

PROJETO DIVINO (Poema Místico)


Quero iniciar o dia nascente
De forma diferente
Dos muitos que já  vivi:
Entregando-Te por completo
Este coração repleto
De tantas coisas a pedir.

Antes e acima dessas coisas e pessoas,
Quero colocar
Nesta entrega consentida
Primeiramente o meu amor por Ti.

Amparam-me os Teus eternos braços;
Desfaço-me, pois de tantos laços
Que me retiveram a vida
Em todo este pedaço
Da existência ida.

Em tão simples gesto
Encontro a Tua paz 
E já não sinto mais
Preocupações com o resto
Dos dias que virão
Nem com aqueles que ficaram atrás.

Nenhuma circunstância, coisa ou pessoa
Ante as quais já me vi tremer,
Nenhum temor ora me traz
Neste simples saber
Que me criaste por Amor
Para uma vida sã e boa
Porque Tua vontade só o Bem pode trazer
Por Tua mão que consola e perdoa.


Em lugar de temor ou inquietação
Coloquei no coração
Tão somente a certeza de que existes;
E, como tudo em que puseste a mão,
Do mais simples ao maior dos objetos,
Como Arquiteto Supremo entre os arquitetos,
Jamais criaste um projeto em vão.

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Alfarrábios do Generoso: SOCORRO INFALÍVEL

Alfarrábios do Generoso: SOCORRO INFALÍVEL: Senhor, Quando para os Teus céus Estes meus olhos fito, Eu sinto a Tua Presença Com aroma de infinito. Mesmo na tempesta...

SOCORRO INFALÍVEL





Senhor,
Quando para os Teus céus
Estes meus olhos fito,
Eu sinto a Tua Presença
Com aroma de infinito.

Mesmo na tempestade
Não me sinto aflito:
Sei que estás desperto
E, em Tua majestade
Escondo o meu grito
E Teu socorro é certo !

Alfarrábios do Generoso: SUPREMO SIGNIFICADO DA VIDA

Alfarrábios do Generoso: SUPREMO SIGNIFICADO DA VIDA: Não vemos o incorpóreo Amigo, Não ouvimos, sequer, a Sua voz; Mesmo sem o haver, vemos castigo E até na lilberdade, férreo algoz...

SUPREMO SIGNIFICADO DA VIDA





Não vemos o incorpóreo Amigo,
Não ouvimos, sequer, a Sua voz;
Mesmo sem o haver, vemos castigo
E até na lilberdade, férreo algoz.

Esse mal aparente, tão antigo
Se faz conosco e traz espanto a nós,
Mas além do gradil, há um abrigo,
Vem à bonança, da tormenta , após.

Às formas que envelhecem, culto extremo,
Prestamos e assim, teimosamente,
Parar a vida e o mundo então queremos...

Mas há em nós mesmos um poder eterno
Que transparece espiritualmente
E brilha além do céu e até do inferno.


Alfarrábios do Generoso: FÉ QUE SE FEZ EM CONVICÇÃO (poema)

Alfarrábios do Generoso: FÉ QUE SE FEZ EM CONVICÇÃO (poema): Senhor, No silêncio tenho buscado A Vossa resposta de Amor, Nesse Vosso idioma Tão alheio ao humano entendimento, Encerro-me numa red...

FÉ QUE SE FEZ EM CONVICÇÃO (poema)



Senhor,
No silêncio tenho buscado
A Vossa resposta de Amor,
Nesse Vosso idioma
Tão alheio ao humano entendimento,
Encerro-me numa redoma
Deste único pensamento:

Que é sentir a Vossa Presença
A inundar de Graça
Esta vida  que passa
E é feita de momentos.

Apagar a cada desavença,
Repor tesouros que as traças
Levaram sem o Teu consentimento!

Às vezes me pergunto, solitário,
Qual o real sentido do viver?
Não encontro razões para o fadário,
Nem em Tuas mãos castigo posso ver.

Debruçados sobre tantos mistérios,
Que à compreensão é um desafio,
Procuro, olhando os páramos etéreos,
A ver se vejo desta meada o fio.

Descubro, afinal, com alegria:
Estás aqui mesmo no meu peito,
A Tua Presença que me alumia,
Leva-me ao encontro de Teu Ser perfeito.

Descortino aqui mesmo o paraíso,
Sem ir em busca de igreja ou templo;
Contigo viverei num mundo indiviso,
E isto é tão só questão de tempo.

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