OFERENDA M
AIOR 

Ao se falar sobre amor e paixão
Entre amantes famosos ou anônimos,
Suavizando os termos usam-se sinônimos,
Tais como afirmar: “é teu meu coração”.

Assim se exprime o poeta e o louco,
A valer-se desta gasta expressão
Que não traduz legítima atração
E sobre a entrega nos diz muito pouco.

A linguagem aí sugere, mas não diz
Por um ancestral complexo,
Mas a verdade que melhor condiz
É dizer assim : “é todo teu meu sexo”

Assim os termos em valor absoluto
A paixão traduz o seu maior reclamo,
Eis que te dou inteiro o meu fruto,
E as sementes para  ti que eu amo.

Mais que o coração onde há saudade,
No sexo há vida e multiplicação
Da geração na própria eternidade
No prazer real do amor que é paixão.


Geraldo Generoso - abril  de 2006

 


Alfarrábios do Generoso: POESIA NA INTIMIDADE

Alfarrábios do Generoso: POESIA NA INTIMIDADE: OFERENDA MAIOR Ao se falar sobre amor e paixão Entre amantes famosos ou anônimos, Suavizando os termos usam-se sinônimos,...

POESIA NA INTIMIDADE

OFERENDA MAIOR




Ao se falar sobre amor e paixão
Entre amantes famosos ou anônimos,
Suavizando os termos usam-se sinônimos,
Tais como afirmar: “é teu meu coração”.

Assim se exprime o poeta e o louco,
A valer-se desta gasta expressão
Que não traduz legítima atração
E sobre a entrega nos diz muito pouco.

A linguagem aí sugere, mas não diz
Por um ancestral complexo,
Mas a verdade que melhor condiz
É dizer assim : “é todo teu meu sexo”

Assim os termos em valor absoluto
A paixão traduz o seu maior reclamo,
Eis que te dou inteiro o meu fruto,
E as sementes para  ti que eu amo.

Mais que o coração onde há saudade,
No sexo há vida e multiplicação
Da geração na própria eternidade
No prazer real do amor que é paixão.


Ger Generoso - Brasil

 


Alfarrábios do Generoso: UM AMOR DIFERENTE

Alfarrábios do Generoso: UM AMOR DIFERENTE: Geraldo Generoso - Brasil Por acaso há   outras histórias Iguais a nossa: De fazer coração   bater mais forte Ao compasso da emo...

UM AMOR DIFERENTE


Geraldo Generoso - Brasil

Por acaso há  outras histórias
Iguais a nossa:
De fazer coração  bater mais forte
Ao compasso da emoção
No peito ?
Da alegria de ouvir trivialidades
Vindas da sua fala,
Na sua voz que me  encanta, mesmo em palavras ocas;
É possível, sim,
Que mais pela atração de nossas carnes
Se reencarne a alma não feita de ossos
Como a emoção do simples estar juntos.
Tomara que seja assim
Também para outros que se amam
No mistério dessa completude
Que retrata este poema.
Não sei bem se é assim..
Há paredes que se erguem
Entre tantos amantes:
A rotina que não delicia,
E cansa e enfada,
As urgências de que a vida é farta
Em tantos ângulos
Agudos e obtusos.
Por isso tudo,
Não acredito na blindagem
Que desfrutamos
No desenrolar de nosso enlevo.
Lamento. Pois eu queria
Que todos os amores fossem como o nosso.


Alfarrábios do Generoso: SOMOS IRMÃOS

Alfarrábios do Generoso: SOMOS IRMÃOS: Quem sou eu ? Muitas pessoas são prontas em acolher, contra mim, a versão injusta  dos que não me apreciam. Desde ce...

SOMOS IRMÃOS










Quem sou eu ?

Muitas pessoas são prontas em acolher, contra mim, a versão injusta  dos que não me apreciam. Desde cedo aprendi sobre a impossibilidade em contentar a todos. Impossível passar pela vida  ileso a toda e qualquer crítica ou malquerença.

São muitos entre os que me chamam de escandaloso, quando num frêmito, às vezes, faço crestar as águas do mar num rebojo de vagas impetuosas. Talvez assuste a pescadores, como Pedro e seus amigos  àquela altura da vida,  a quem o Mestre repreendeu pela pequenez da fé.

Muitos me taxam de indiscreto quando passo a varrer as ruas e o pudor das mulheres, entre aquelas que preferem  saias e vestidos. Nada me é estranho, nem sou parcial em meus gostos, pois também passeio pelas praias  onde os trajes se fazem menores.

Alguns, literatos mais soturnos , definem a minha voz como um uivo. Porém, os verdadeiros poetas,  à minha passagem,  sabem encontrar a melodia que faço subir desde o chão até as árvores e torres,  nos altos edifícios ou nos campos.

Outros, ainda, me definem como um amante precipitado quando levo em meu colo  a chuva enamorada.
Na  verdade, porém, tais comentários resultam do despeito que inspiro aos inertes, aos acomodados, aos que não sabem quão saborosa é a distância que cobre lugares diferentes.

Passo invisível entre multidões que me olham e me escutam. Elas percebem  tão só  os efeitos da minha passagem.Sou um arrastador de nuvens, e um carregador  de papéis,  que alguém - negligente ou distraído - deixou cair sobre a calçada.

Não há quem me veja ou detenha.. Ninguém me dá a mão ou sequer um aceno. Sou um visitante a chegar sempre sem convite por quase todos os lugares.

Contudo, a quem me quiser ver com bons olhos, sem favor nenhum,  contemple as plantas, cujo pólen transporto por distâncias sem fim, para florir jardins e pomares, apesar dos que  imprudentemente, em sua ignorância, me amaldiçoam e me recriminam..

Como me faz feliz o chamamento  que me dispensou o grande Francisco de Assis, ao me denominar, juntamente com o lobo, o sol e a lua, pelo carinhoso e verdadeiro  tratamento  de IRMÃO VENTO.


GERALDO GENEROSO - BRASIL


Alfarrábios do Generoso: À JANELA ILUMINADA (Poesia p Mãe)

Alfarrábios do Generoso: À JANELA ILUMINADA (Poesia p Mãe): Geraldo Generoso - Brasil Bem antes que do  berço, espontâneo sorriso De lábios infantis se abrissem à vida incerta, Uma mulh...

À JANELA ILUMINADA (Poesia p Mãe)




Geraldo Generoso - Brasil
Bem antes que do  berço, espontâneo sorriso
De lábios infantis se abrissem à vida incerta,
Uma mulher sonhou, na Terra, o Paraíso,
A modelar um ser, em sonhos e desperta.

Eis senão quando, um a um, de asas abertas,
Para colmeias outras, entre a lágrima e o riso,
Um dia partem os filhos, a deixar deserta,
A casa que era sua, às vezes, sem aviso.

Qual noctâmbula ave, se posta à janela,
De insônia iluminada, então medita ela,
Rega de pranto sua saudade, sabe-o Deus.

Reza. Sofre na ingente dor que a crucifica.
Sua bênção recai sobre o filho que fica
                                    E àquele que partir sem sequer um Adeus

Alfarrábios do Generoso: POESIA PARA O FIM DE UM DIA

Alfarrábios do Generoso: POESIA PARA O FIM DE UM DIA: Geraldo Generoso - Brasil O dia se espicha Como puxa-puxa. O minuto evola Como sombra rala. Desmancham-se estradas Sob...

POESIA PARA O FIM DE UM DIA



Geraldo Generoso - Brasil

O dia se espicha
Como puxa-puxa.
O minuto evola
Como sombra rala.

Desmancham-se estradas
Sobre quase nada
E, assim os  sem veredas
Prosseguem as jornada.

A Vida é um prélio,
Sem segundo-tempo
Nem juiz no intervalo.
A vida é peleja
Que ao fim despeja
As ilusões no ralo.

Vem a Morte, agarra;
Vem coveiro, enterra;
Vem padre, abençoa.
Todo mundo assiste,
Há quem até se assuste,
Mas, logo se veste,
Pra sair à rua.




Alfarrábios do Generoso: ESTAÇÕES DA VIDA (Poema)

Alfarrábios do Generoso: ESTAÇÕES DA VIDA (Poema): GeGê BRASIL Quando, Do chão bruto, No outono, Ao abandono Cair O derradeiro fruto. Quando, O inverno abr...

ESTAÇÕES DA VIDA (Poema)



GeGê BRASIL




Quando,
Do chão bruto,
No outono,
Ao abandono
Cair
O derradeiro fruto.

Quando,
O inverno abrupto
Chegar
Tremulando
Sobre as folhas grisalhas
Do verão de luto...

Quando emergir,
Esbatida e turva,
Numa curva,
A imagem curva
De uma anciã sofrida.

Relembrarei
Aquela face moça
Que cuidei como louça
E, na rotina insossa,
Sem quebrei quebrei.

Assim,
Bem lá no fim
Da estrada,
Restará, outrossim,
O que ficou disperso:
Uma rima, talvez,
Do  último verso,
Pela última vez.

Alfarrábios do Generoso: SINFONIA CREPUSCULAR

Alfarrábios do Generoso: SINFONIA CREPUSCULAR: Soneto   Geraldo Generoso - Brazil Insisto-me em te olhar vendo o teu rosto Belo e jovial tal qual manhã radiosa Ante os ...

SINFONIA CREPUSCULAR

Soneto  


Geraldo Generoso - Brazil



Insisto-me em te olhar vendo o teu rosto
Belo e jovial tal qual manhã radiosa
Ante os meus olhos qual vivente rosa
Que na vida me põe razão e gosto.

Eu, velho, a quase tudo indisposto,
Insisto nesta estrada espinhosa
Que a cada passo a minha vida tosa
No caminho que leva ao sol posto.

A distância entre nós se agiganta,
Diviso entre nós muralha imensa
Mas nosso amor jamais se desencanta.

Saudade não se faz só no que pensa,
Faz sentida num grito na garganta
Como uma dolorida recompensa

Única edição e Língua Portuguesa 




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