VOLTEMOS AO PARAÍSO





Geraldo Generoso - Brazil

ORAÇÃO É OUVIR O QUE DEUS TEM A NOS DIZER


            A conexão com Deus nos devolve ao Éden. Ao Paraíso onde, como seres feitos à “imagem e semelhança do Criador”, não resistimos à tentação de comer o fruto do conhecimento do bem e do mal.
         Nunca saberemos, de forma inteligível e clara, o desenrolar dessa queda. Se a mesma derivou, como consta, de um ato de desobediência ou se (nada nos impede conjecturar) que haveria mesmo de ser assim e não de outra forma. Inegavelmente, a onipotência divina a tudo dispõe da forma que bem lhe aprouver, como é óbvio sob todos os aspectos.
         Todavia, julgo impróprio a palavra Religião como via de reconexão com o nosso Eu Superior ( Eu Sou em cada um de nós). O que existe, embora seja tão dramático e doloroso quanto, é a falsa impressão de que Deus, em algum momento, se desligou de qualquer de nós. Onde ficaria o termo Onipresença, que preenche cada átomo do Universo com Sua santíssima vida e energia.
         Também com relação ao que se chama Oração, há a considerar que, na nossa pequenez humana estamos muito longe da faculdade de aconselhar a Deus o que fazer de nossa vida – mesmo de nossa saúde, ou quanto aos negócios e todo e qualquer problema.
         Na Oração, entendo que devemos “ouvir”  a palavra “mansa e suave” que ecoa nos ouvidos de nossa Alma. Seja através de orientações sábias (pois Ele é a própria sabedoria), seja mesmo no socorro, em que Deus sempre representa nosso mais seguro refúgio e fortaleza.
         Em palavras bem claras, Jesus Cristo (que é um com o Pai) nos ensinou com ênfase notória no evangelho: “Eis que estou à porta e bato”. “Pedi e dar-se=vos-á, Buscai a achareis.”
         Porém, há que se entender que essa sugestão do Divino Mestre não se restringe a pedir por coisas, pessoas ou situações. Creio que nosso pedido deve ser por Deus mesmo, presente em nosso interior, que se aposse de nossa vida para nos devolver ao Éden perdido.
         Essa comunhão depende de nossa disposição pessoal em termos espirituais. De buscar incessantemente o Reino que a Deus nos apraz conceder.  O Apóstolo São Paulo nos adverte sobre “orar sem cessar” e usa uma expressão sintética, MARANATAH – que significa VINDE A MIM SENHOR.
         Para concluir, cumpre-me registrar que nunca fomos e nem seremos abandonados pelo Pai Celestial: “Jamais te abandonarei nem de ti me esquecerei”. O grande desafio está no fato de a maioria de nós, seres humanos, nos mantermos aprisionados na hipnose do mundo. Todo o nosso tempo empregamos em práticas de atos sem espiritualidade, até mesmo a pretexto do próprio trabalho que exercemos.
         Dê mais tempo ao Espírito. Deus está mais próximo de cada um de nós como a nossa própria respiração e Seu Amor é infinito.  Usando uma expressão talvez até imprópria, “por que vivemos a desperdiçar as infinitas Graças que Deus nos oferece a cada segundo de nossa vida?”
         Vamos escutar, de ouvido atento, o que Deus tem a nos dizer. Lá uma hora ouviremos e volveremos ao Éden, de onde nunca deveríamos ter saído.



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