Somam em bilhões o número dos meus filhos,
cada qual ao seu modo e ao seu jeito;
Porque perfeito a cada um Eu fi-los
Como a tudo que criei, criei perfeito
Na casa em que os pus são aprendizes.
mas aptos os fiz a ser criadores;
meu intento único é que sejam felizes.
Comigo partilhando os esplendores.
Não lhes bastaram os dotes recebidos
quiseram desfrutar de maor bem;
no próprio Paraíso introduzidos,
quiseram até do Éden irem além.
O Homem não se fez num parasita
nem limitou suas curiosidades:
desceu da árvore, fez a palafita,
arou os campos e plantou cidades.
Costurou vestes, ao fogo associou-se
e o fogão fez para melhor comida
obter, cozeu o salgado e o doce,
E escolheu fazer sua própria Vida.
Desafiou a própria Natureza:
Abriu estradas e construiu pontes
e, em tudo, como Eu, pôs a beleza
e fez recuar longínquos horizontes.
No original, de asas não provido,
Voejam em bando sobre céus e mares,
deixam a terra, partem atrevidod
para outros mundos e outros lugares.
Inumeráveis são suas façanhas
que realizam em construção civil:
Soterram vales, removem montanhas,
tapam o abismo e represam o rio.
Sou-lhe um Pai, e o trago sob a asa,
E, nessa condição amo-o bastante
ma se o convido a voltar pra Casa
me pede adiar o último instante.
Admiro sua garra e ousadia
e o seu arrojo no labor inquieto
que se faz em progresso a cada dia
e em muito alegra este Velho Arquiteto.
Geraldo Peres Generoso, Ipaussu, SP
Sr Geraldo
ResponderExcluirSinto-me bem em saber que nós os arquitetos fomos lembrados. Parabéns pela excelente Canção de um arquiteto
Epaminondas Torres
Arquiteto
Caro Epaminondas,
ResponderExcluirAdmiro muito os arquitetos. São artistas que celebram um casamento perfeito entre a ciência exata e a arte. Isto é somar beleza com verdade e vice-versa. Sempre encontrei dificuldade em idealizar a plasmação de coisas concretas, por isso apenas plasmo ideias, através da minha poesia. Obrigado pela apreciação e espero sempre contar com sua presença em nosso blog.