ORAÇÃO E SABEDORIA

Se analisarmos bem, mesmo aqueles entre os mais sábios, o que ignoramos tem, sem exagero, a dimensão do infinito. Tudo que tocamos, ouvimos, vemos, cheiramos e tateamos é transitório, temporário e, por que não dizer, com Salomão, "vaidade de vaidade tudo é vaidade".

Claro que essa impressão também não é nem verdadeira nem definitiva. É que o significado real das coisas extrapola o limite estreito dos nossos cinco sentidos. Aprendi, a duras penas, que não adiante dar "palpites" para Deus, ainda que a pretexto de endereçar-lhe uma oração.

Minha postura, e quão difícil é alcançar o que busco, sempre se resume em ouvir o que o Poder Superior quer me dizer. Sinto às vezes na intuição algumas respostas. Mas não é sempre, pois nós que velejamos neste misterioso mar da vida, nem sempre dispomos dos ventos que nos alcançam da forma que melhor os desejamos.

Na Bíblia, ainda no Antigo Testamento, há uma súplica de Samuel a Javé: "Fala, Senhor, que o teu servo escuta". Essa disposição, em meu entender, é não só uma prece de humildade, mas de sabedoria também. De que vale nossa palavra? O que temos a ensinar ao nosso Criador? Deduzimos, às vezes até sentimos no coração, o quanto Ele é bom e amoroso em proporção infinita.

Mas a cegueira que nos recai continuamente, quando nos embebemos nas disputas que a vida nos impõe neste plano terreno, nem sempre nos permite enxergar essa luz inefável, que extrapola todo o nosso parco e limitado entendimento.

Portanto, na passividade de nossa meditação, ouçamos o que Deus tem a nos dizer e cumpramos o que Sua santa palavra nos determinar.

OMITIR-SE É MUITO MAL

Em nenhum momento assiste, a quem quer que seja, colocar óbices à crença de uma pessoa. É tão bom crer em milagres. Assim afirmo, não como quem julga que as pessoas de fé sejam ingênuas ou limitadas. Não. De fato o poder da fé não tem limites. Já vi isto provado em minha existência mais de uma vez...

Entretanto, quando imergimos nas controvérsias e contradições deste mundo, nem sempre podemos nos motivar de forma absolutamente otimista ou positiva. Olhar para o passado da humanidade, então, pouca esperança nos sugere. Quanta gente não foi morta e torturada pelas ditaduras. Num mundo louco, a probabilidade de líderes e governantes insanos é considerável.

Sim. Por qual nome se poderiam chamar as matanças, de milhões e milhões de pessoas, como na China de Mao-Tse-Tung, Stálin, Hitler, com sua sanha assassina, praticamente empenhado em varrer uma raça humana do planeta. Com que direito e com que senso, e em troca de quê tanta crueldade?

Poderia responder a esta questão, e não seria de forma inédita, até porque por outras palavras isto já foi dito, mas vale considerar que é pela desorganização dos bons. Nada se organiza tão bem como o mal neste mundo e em toda parte. O mal, mesmo em minoria, vive a colocar suas garras contra a vida e integridade e honra de tantos inocentes.

Até caberia o termo omissão das pessoas normais, boas e dotadas de bons instintos gregários, de sadia sociabilidade. Todavia, a normalidade aparente, a bonança enganosa de que vivemos no melhor tempo e noj melhor lugar nos subtrai o senso de análise e ponderação para se ver as coisas como realmente se passam, às vezes em flagrante prejuízo de nossa paz e até mesmo de nossas vidas.

Creio que deveríamos começar, neste terceiro milênio que já derrubou suas primeiras espigas de dias no século presente, a educar nossas crianças, desde o berço, para o senso de realidade e objetividade face aos desafios de nossa era. Que não são diferentes das anteriores. Nunca o mundo teve qualquer garantia de sossego.

O termo "pax romana"  se baseava na crença de que, para haver paz, para Roma mandar e desmandar fazia-se necessário manter a espada sempre desembainhada. O que significava dizer, no sentido oculto da "pax romana" que somente a guerra poderia assegurá-la. Ou pelo menos conter o braço inimigo enquanto se mantivesse em dúvida sobre o poderio do Império.

Se mais vigilantes estivessem as comunidades, com uma população realmente consciente de seus direitos e conhecedora dos instrumentos para levar a efeito um governo realmente democrático, talvez não ocorreria, como sói frequentemente acontecer, de uma revolução se irromper e a tudo e a todos tornando mais difícil. E até com preço de sangue e lágrimas.

Vamos acordar para o bom senso e tolher as investidas dos que querem tão só buscar proveitos próprios e lucros indevidos, por força do roubo, da corrupção e da infelicidade alheia.

Mantenhamos nossas crenças religiosas, espirituais em alto relevo. Reconheçamos o mesmo direito nas demais pessoas, mas tenhamos sempre, por conta de nossa condição humana, de que devemos estar preparados a todo instante para, com diplomacia ou contundência, afastar os vendilhões do templo que tanto ousam, cada vez mais, num tempo de tantos recursos judiciais (ad infinitum), de uma Justiça tarda e às vezes inexistente.

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AMOR AFIRMATIVO DE UM PAI (em Jales, SP)


Este RELATO, QUE VERTI PARA POESIA, É DA FOLHA DE SÃO PAULO DE HOJE, 19 DE OUTUBRO DE 2013, SENDO A AUTORA DA REPORTAGEM ESTÁ MENCIONAA LOGO NO INÍCIO: Juliana coiSSIDE

MINHA HISTÓRIA - DORIVALDO PORFÍRIO DE LIMA, 44
Meu filho roubou, eu vou pagar
Jales, cidade paulista
Lá tem gente de valor,
E em meio a essa lista
Consta alguém, cujo labor
É serviçal de pedreiro
Nesse lugar do interior:
É o Dorivaldo Porfírio
Que por amor ao seu filho
Foi um homem superior.

Estando em casa da irmã
Uma nota o deixou surpreso
Ao saber pela manhã
Que o filho estava preso
Por furto numa drogaria
E em posto de gasolina,
Na filmagem conferia
De seu filho era imagem
Levada à delegacia.

Dorivaldo de imediato
Procurou pelos credores,
Para compensar o ato
Do filho aos acusadores.

Dinheiro não possuía
Nem cheque entra na história,
Mas pagou o que devia
Só com nota promissória.

Ainda há gente decente
Como esse valente pai,
Que ao filho adolescente
Em socorro certo vai.
De pedreiro é servente,
Mais que muitos vale  mais
Por seu exemplo de vida
Ele deixa uma semente
À sua família querida
Pelo que fez e o que faz.
Sua alma foi ferida
Mas livre está a sua mente
E seu coração, em paz.

                                              









 (...) Depoimento a
JULIANA COISSIDE SÃO PAULO
Eu nunca havia pisado em uma delegacia antes, graças a Deus. Só passava na frente.
Meu filho caçula, Bruno, estava jogando bola lá perto de casa quando um policial veio e o prendeu. Eu estava na casa da minha irmã. Não estava trabalhando porque está difícil arrumar serviço como ajudante de pedreiro --tem dia que tem, mas passa muitos dias sem ter.
Minha mulher ligou: "Estão prendendo o Bruno, nosso filho". Pensei: "Vou direto na delegacia saber o que é isso". Porque meu filho é trabalhador, pedreiro como eu. Ajuda a pagar as contas. E nunca tinha visto nada estranho em casa, como dinheiro, arma, droga.
Eu e minha mulher sabíamos que ele usava maconha, e desconfiávamos que tinha alguma outra droga, porque ele chegava às vezes meio irritado. Ele contou para a gente que usava, pediu para ser internado. Estávamos arrumando uma comunidade [terapêutica] aqui com a Igreja Católica, mas aí ele foi preso.
No caminho da delegacia, pensei que talvez poderia não ser nada. Ele estava trabalhando certinho, mas sempre tem as más companhias.
Quando cheguei, me mostraram as imagens dele [captadas pelas câmeras de segurança do posto e da farmácia]. Fiquei meio em dúvida, porque nunca tinha visto aquelas roupas. Mas ficaram falando lá que foi ele, foi ele, então a gente fica quieto. E não o vi ainda desde que foi preso [em 8 de outubro].
Falaram o valor roubado por ele e um colega: R$ 600 da farmácia e R$ 900 do posto. Era bastante.
PROMESSA
Veio na hora a vontade de devolver o dinheiro. Quando o filho não presta, os pais abandonam, nem vão atrás. Mas corri atrás para mostrar caráter, o que é certo. E porque ele é trabalhador, não é vagabundo.
A avó do outro rapaz [suspeito de participar dos roubos] me disse que os pais nem vão atrás do menino, que ele já não tem jeito.
No meu caso, não. Não é porque é meu filho, mas eu acho que ele tem conserto.
No dia seguinte, fui ao posto e perguntei quem era o dono. O próprio respondeu, é até conhecido meu. Contei o acontecido com o Bruno. "Era teu filho? Não acredito", ele disse. E eu: "Se meu filho fez isso, quero parcelar e pagar". Ele não acreditou, ficou surpreso com a honestidade. Eu disse: "Acredite porque, se for meu filho, vou pagar porque ele é trabalhador".
Pedi para parcelar os R$ 900 em promissórias de R$ 90. O ganho da gente é pouco, não chega ao fim do mês. A diária [de auxiliar de pedreiro] é R$ 70, mas às vezes você consegue trabalhar dois dias, depois para.
Fiz a mesma coisa na farmácia. O dono falou que como foram dois envolvidos no roubo, ele dividiria os R$ 600 em R$ 300. Mas soube depois que um comerciante viu a história na TV e pagou a conta.
Se não der para pagar os R$ 90 do posto no fim do mês, eu pago R$ 40, R$ 50, o que der. Se hoje em dia a gente andando no caminho certo já corre o risco de alguma coisa dar errado, imagina se andar no caminho errado? Dá mais errada ainda a vida, e as pessoas não confiam na gente.
Mostrei as promissórias ao delegado. Ele disse que nunca viu ninguém fazer isso. Ele sabe que todo mundo é trabalhador na minha família.

Queria agora é tentar lutar para colocá-lo numa comunidade [terapêutica] para se tratar. Já ofereceram vaga de graça. Como meu filho já tinha pedido ajuda para ser internado, ele merece, não é?

ETERNIZE SUAS HOMENAGENS


Estou a criar Acrósticos para todas as ocasiões. Normalmente, 
como no trabalho acima, trata-se de uma homenagem
à minha saudosa avó, Benedita. 
A parte artesanal, que verte para a pedra
as minhas ideias e sentimentos poéticos, compete
ao meu primo e irmão Luiz Peres, da
luiz.brindes@yahoo.com.br

Se você quiser  homenagear 
alguém, é o suficiente relatar em poucas linhas
a vida dessa pessoa,  seus gostos e
personalidade para que possa se  captar o conteúdo
e vertê-lo para uma mensagem  poética customizada.

Também, nada impede, que sejam compostos poemas felizes
de amor, com o nome da pessoa na vertical descendente esquerda, para datas especiais como dia dos namorados, dia das Mães, dos Pais etc.
Qualquer dia é momento de homenagem para aqueles que 
amam e não fazem segredo dessa ventura.
Basta acessar braunaster@gmail.com
e obterá todas as informações desejadas  para marcar com chave de ouro o seu afeto, dedicação, gratidão e conforto.

PROFESSOR NÃO MERECE APANHAR

02 DE OUTUBRO DE 2013 - 20:49

Geralmente, quando um autor inicia um texto, é como um músico ou cantor que inicia a melodia numa nota menor para depois ir num crescendo até notas mais altas para sustentar o fôlego. Nesta página, contudo, vou fugir a esta regra, na elevação do timbre de ideias com a veemência que o caso requer.

No próprio título "PROFESSOR NÃO MERECE APANHAR", refiro-me à violência que se abateu sobre professores no Rio de Janeiro. Não é difícil concluir, sem qualquer torção de ideias que convenham a este discurso, dizer que quem bate em professores está muito próximo de bater nos próprios pais.

Claro que todas as profissões são importantes. Haja vista para a polêmica que se instalou sobre o + Médicos, em todos os cantos do Brasil. Obviamente, os rincões afastados requerem a presença desses profissionais. E como ! Medicina é necessária, imprescindível, uma questão de vida ou morte.

Contudo, mesmo sem ganhar 10 mil ou mais, lá naqueles confins, afastados de todo conforto e regalia, estão professores e professoras a teimar contra a ignorância. Com todas as precariedades conhecidas por quem quer que por lá se dê ao luxo, ou ao capricho de ir ver com os próprios olhos.

Ainda em recente publicação num jornal ou revista, Mailson da Nóbrega, um economista, disse com todas as letras que não é a questão da remuneração de professores que faz com que a educação brasileira viva a patinar, sem sair do lugar e com os piores índices do mundo. Atrás até mesmo de países em nada emergentes.

Oras, todas as profissões são objeto de valorização. E está mais do que certo. Ainda há pouco foi regularizada a profissão de vaqueiro. Nada a observar, com pena de se cair em preconceito bobo, que não leva a lugar algum. Todas as atividades são igualmente importantes, mas o valor do professor é fundamental.

Retire o professor de cena e não teremos médicos nem advogados nem juízes nem promotores e, curiosamente nem soldados ou políticos que mandam eles baterem nos profissionais do ensino, lançar gás pimenta e fazer suas diabruras contra uma classe desarmada.


Por isso é necessário que cada professor se conscientize de seu valor próprio. Claro que é um profissional, e sua função deve ser contemplada objetivamente. Até mesmo é compreensível que as professoras não sejam rotuladas de "tias" ou palavras equivalentes.

 No entanto, essa classe valorosa, quer queira quer não exercem um verdadeiro sacerdócio em favor da sociedade. Urge que sejam reconhecidos e que pugnem por seus direitos noite e dia, porque os políticos, cujo conceito declina para o fundo do povo, jamais terão por si mesmos qualquer interesse em promover salários justos e garantias e condições de trabalho a esses que dão sua vida em luta contra a ignorância e sempre a fazer raiar a luz do conhecimento e da sabedoria.

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