CADERNO G, DIÁRIO 15/01/2010 - 6.A FEIRA

A realidade, em muitos casos,
 supera em grande escala a própria ficção. 
Assim é a vida.


Sexta, 2010, 15 janeiro.

São duas horas da madrugada. O silêncio é próprio do horário. O galo ainda não cumpriu sua função de despertador vivo. Para tudo há o momento certo. Mesmo nas horas mortas, em que os minutos reclamam por estar sendo vividos por bem número de pessoas.

Também não há chuva. Apenas se verifica um tempo ameno aqui na varanda aberta, enquanto no interior da casa o calor se faz presente. Quase abafante.

A semana se pontuou em notas trágicas pelos veículos noticiosos: terremoto no Haiti. Boletins dão conta de tragédia terrível que se abateu sobre esse país da América Central. A realidade, pois, supera em larga escala a própria ficção. Certamente, são quadros traumáticos que marcarão fundamente, de medo e pavor, aquele simpático povo centro-americano.

Certamente, será motivo de séria reflexão, de cada pessoa com ciência desse monstruoso acidente da Natureza. 

Para a ciência (mais especificamente a geologia), nada mais é do a acomodação de placas tectônicas, a eclodir destruição e morte de forma massiva. Avaliam as autoridades do Haiti um saldo de centenas de milhares de mortos.

Mas a geologia, quanto a esse assunto, se reduz a apenas emitir um parecer, em condições muito semelhantes à Medicina Legal. Os cientistas afirmam que tais acomodações no interior da terra se revelam imprevisíveis. Aquele povo está, pois, ao sabor do acaso, tanto no presente quanto no futuro. Nada há que possa ser feito.

O certo é que essa mega hecatombe ensejará, com suas proporções aterradoras, fartos e robustos argumentos aos pregadores do "fim do mundo". Inobstante, essa é uma questão impossível de se definir como provável, ao mesmo tempo que não se possa refutá-la plenamente.

As religiões ocupam-se, algumas, desses assuntos pelo viés apocalíptico. No entanto, afirmar 
categoricamente que isto ocorra agora, semana que vem ou daqui a 7 anos, é custoso merecer fé, por conta de tantas previsões que acabaram por não se cumprir.

Por outro lado, a Terra, como um corpo celeste, pode, sim, chegar à mesma condição de outros astros que já morreram. Tudo o que tem começo traz em si mesmo embutido o seu próprio fim. Sou levado a crer na existência de outros planetas, não por estudos mas por dedução lógica.

Não se criaria apenas o Planeta Terra, com sua fauna, flora e seres humanos. O grande problema é que nossos vizinhos moram muito longe de nós, curiosos terráqueos. São distâncias astronômicas, medidas em anos-luz, que extrapolam nosso próprio senso de avaliação. 

De qualquer modo, é confortante ouvir de Jesus Cristo aquela frase que nos conforta e nos leva à especulação automaticamente: 

" Na casa de meu Pai há muitas moradas".


PAPA FRANCISCO E OS GAYS

Referente Artigo de FREI BETTO (Folha de S.Paulo - Tendências e Debates -A3, 30/07/2013) 

Com relação aos gays, eis as palavras do Papa Francisco:

"Se uma pessoa é gay, procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados, mas integrados à sociedade. O problema não é ter essa tendência. Não! Devemos ser como irmãos. O problema é fazer lobby."

Essas são as palavras do Papa. E como autoridade ninguém está autorizado a acrescentar ou suprimir ou tentar impingir expressões que não sejam as de quem emitiu. Mormente em se tratando de uma afirmação que encerra, pelo menos em tese, toda a comunidade de que Francisco é o chefe supremo.

Não foi o que aconteceu com o texto de FREI BETTO como mote e virá-lo ao avesso. Isto está bem patente, a partir do que menciona com relação a lobby, ao enveredar seu discurso para a homofobia. É óbvio que a maioria das pessoas não são homofóbicas.

 E aí ele traz à tona a figura do deputado Marcos Feliciano, que relativamente tem atuação recente no que tange a tratar o assunto "gay" expondo pontos de vistas que não contenta a esse grupo. Mas em nenhum momento FREI BETTO passou, sequer por alto, pelo lobby que fazem os gays, com suas bandeiras, de forma apostólica. Se enchem praças com milhões de pessoas ,o fazem por via de puro lobby, de proselitismo escancarado que se infiltrou nas mídias e quer, a todo custo, afirmar que o mundo é gay. Não é.

Frei Betto foi ainda mais longe, como se não bastasse citar astros que se confessam gays ou lésbicas, como Daniela Mercury e aí extrapola de vez ao evocar, de maneira forçosa a torcer o raciocínio até mesmo do Velho Testamento, ao enfocar a amizade havida entre Davi e Jônatas, a quem o rei-profeta "amava como a sua própria alma" - Samuel, 18). 

Oras, amamos nossos filhos como nossas próprias almas, nem por isso denota esse amor qualquer desvio ou sintoma de um amor que possa ser sinônimo de homoafetividade. Claro que devemos combater todo tipo de preconceito, mas daqui a pouco o preconceito vai ser contra os herossexuis, e não vai demorar muito.

O difícil de toda esta questão é que o mundo gay-lésbicas possuem grandes propagandistas e aqueles que se dão ao ofício de, a pretexto de combater o preconceito faz querer achar que o que é natural está fora de moda. 

Muito me surpreende a colocação do religioso Frei Betto em dizer que para os moralistas entendem que "qualquer um tem o direito de ser gay, mas não deve sair do armário". Oras, não se pode negar que em maioria eles são inteligentes, possuem muitas qualidades que ninguém pode ignorar em sã justiça. 

Também, uma outra faceta de pessoas desse grupo é que não são useiros de violência. Tudo bem, mas daí a achar que o mundo precisa ser gay vai uma grande distância, e o direito de fazer lobby é discutível, pois a sociedade (seja ela moral ou moralista) não aceita essa propaganda de bom grado.

Tudo isto para dizer que me decepcionei com Frei Betto, porque distorcendo as palavras do Papa não deixou de fazer uma apologia à homossexualidade. Como  indesejável seria qualquer apologia a qualquer tipo de credo ou atitude de quem quer que seja.

CADERNO G, DE 10/01/2010

Diário de 10 de janeiro de 2010 - 3h10m

A madrugada jaz silenciosa de passos. O céu se encontra encoberto, por cores de noite e anteparo de nuvens. O ronco dos motores também ora está ausente. A noite induz à reflexões que se alternam, mormente por se tratar da quadra inicial do ano. Ano Novo? Já conto tantos deles que, pela quantidade, não se me apresentam muito novos assim.


Alcançam-me indagações, num procissão de pontos de interrogação, sobre o porquê da vida e tudo o mais. Cada um de nós, se bem refletir, constata que o mistério nos alcança a partir de nós próprios. A conclusão é a de que vivemos num mundo com mais perguntas do que respostas.

Um Novo Ano se inicia. Ou melhor, continua a partir de tudo o que já envelheceu em mim e ao meu redor. 

A esta altura sexagenária da existência, a bagagem que levo às costas é considerável. Todavia, é inevitável o peso de tudo. Até mesmo das coisas intangíveis. 

Já não é tão fácil correr sequer com o pensamento, antes bem mais ágil.  Mas o condicionamento persiste, a fazer prevalecer a tentação em olhar para trás. Mais a insistir sobre o que ficou do que para aquilo que está por vir. 

A esta altura da vida, a saudade briga dia e noite com a esperança? Quem vencerá? Nunca saberemos.

TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO




               Como todas as questões políticas  importantes, a transposição das águas do rio São Francisco tem suscitado muita polêmica. Por toda a região do nordeste brasileiro, por onde o São Francisco transita com suas águas milenares, habita de costume a população mais pobre e com um baixo índice de qualidade de vida.

           O São Francisco passa por regiões semiáridas, mas em alguns locais fica sua mancha de riqueza, pontuando um contraste visível com a pobreza dominante na maior parte de seu trajeto.

            Com os modernos conhecimentos e aparatos de engenharia civil, é perfeitamente possível realizar a transposição das águas do Velho Chico. A obra em si é perfeitamente viável e o custo, ainda que alto, está dentro das possibilidades do governo. O que se discute são dois pontos capitais, de onde surge a polêmica, aliás necessária e que precisa ser devidamente pesada pelos do a favor e pelos do contra.

            A primeira preocupação, justa e reconhecida, é  com relação ao impacto ambiental. O meio ambiente hoje está presente em todas as mesas de discussão política e isto é muito salutar. Todos sabemos  que a natureza não admite, via de regra, a interferência das mãos humanas em seu modo de ser e de viver. Os resultados, quando se impõe mudanças ao meio ambiente, podem mesmo se revelarem  catastróficos. O que a natureza tem de belo, também tem de violenta quando reage às investidas irresponsáveis do homem.

            A segunda  preocupação poderíamos situar como o cuidado com a ecologia humana. As famílias ribeirinhas  (fixadas ao longo das margens do Rio São Francisco), muitas delas terão que ser transladadas para outros lugares, de vez que as águas cobrirão parte de territórios hoje habitados.

            Obviamente, as águas  sepultarão não só geograficamente – as terras e seus cultivares – mas também história, tradição e o sagrado sentimento de querência ao solo nativo dos que ali vivem. Isto ainda seria contornável, se fosse possível transferir todas essas pessoas, com suas famílias – seus pertences e seu gado – para outros sítios onde suas vidas continuassem, no mínimo, nas mesmas condições do local de onde deverão sair.
Na verdade, há muito o que fazer nesse sentido, e todos sabemos como são lentas e emperradas as ações que envolve o monstro  burocrático , que retarda decisões improrrogáveis. Oras, nesse caso, estamos lidando com vidas humanas, com pessoas que não pediram essa transposição. Um contingente de pessoas frágeis economicamente, fixadas ao seu próprio chão e ao seu próprio céu. Foi pesando esses fatores que um religioso entrou em greve de fome, opondo-se à forma como está planejada a obra de mudança da configuração do São Francisco.

Na busca de uma síntese para a discutível proposta, inegavelmente a transposição irá beneficiar bastante as economias dos Estados abrangidos. Pelo menos em tese, vai criar melhores condições de vida, com mais água a irrigar vastas áreas de plantio daquele importante pedaço de Brasil.

Mas, para concluir, a transposição pura e simples, não operará milagres. Se não houver investimentos palpáveis, de recursos financeiros drenados para lá, devidamente projetados ao feitio da vocação da região, será mais um elefante branco como o foi a Transamazônica e outros empreendimentos feitos a toque de caixa. Ademais, é preciso investir o máximo em educação das populações ali radicadas, hoje e no futuro, para que isto também se some a mais probabilidades de sucesso e coroe de êxito essa empreitada histórica.




CIÊNCIA, SIM. MÁGICA,NÃO


Geraldo Generoso

            Desde os meus saudosos tempos da revista  Seleções do Readers Digest, em que em sua linha editorial primava por enfocar as mais novas conquistas da ciência médica mundial, lia com vivo interesse  as boas notícias, já àquela época, de quanto a ciência avançava em favor das pessoas. 

          Por outro lado, sempre concluía, que a maior parte dos benefícios, que envolviam milhões de dólares em pesquisas – públicas, privadas e fundacionais  infelizmente só poderiam  prestar-se  a socorrer  a uma minoria restrita do planeta.

            Talvez, por essa razão, deixei de me seduzir pelo brilho de tantas e tão constantes conquistas científicas. E com a microbiologia hoje em ritmo galopante, a cada vez me faço mais cético quanto à abrangência dos trabalhos ingentes dos nossos homens e mulheres da ciência.

            Para reportar a um tema de atualidade,  ainda fresco e polêmico, eis que os Merlins dos microscópios, provetas em seus sofisticados laboratórios, vêm com a novidade de extrair espermatozóides na mulher, apta, pois, a reproduzir sem o concurso masculino, a quem é inerente por natureza esse ingrediente químico milagroso.

            Oras,  não que a minha condição de poeta se estremeça diante de uma prática tão crua e tão sem sentido. Muito menos  me invada  um senso crítico ante essa prática por qualquer viés religioso, porque não acredito que sejam, religião e ciência, terrenos irreconciliáveis, ainda que estanques.

            Pode ser uma interpretação pessoal, e nem por isso não são necessárias as opiniões individuais para que suscitem debates e da discussão nasça a luz. Contudo, pergunto-me:  aonde querem chegar, esfalfados em seus redutos, comprometidos que implícita e explicitamente um cientista deve estar com a humanidade, para oferecer algo de tão bizantina inutilidade.? E, pior ainda, a que público se destinaria essa desinvenção da roda, em número, gênero e grau?

            A alegação é de que um casal de mulheres poderá, daqui por diante, procriar sem o envolvimento de um homem, ainda que seja um doador anônimo de esperma numa clínica de fecundação. Será que o leitor já pensou a que público se restringe  essa supérflua utilidade dos cientistas, que ora mancheteiam todas as mídias do mundo por conta dessa estupidez?

            Será que passam por cima da própria natureza humana,  e mesmo animal, ao quebrar com um simples tubo de ensaio a magia do amor entre um homem e uma mulher? Quantos, ou melhor, quantas mulheres no planeta inteiro, mesmo em países de Primeiro Mundo optarão por esta maluquice e, ainda que se optasse, quantas poderiam arcar com os custos envolvidos para usufruírem, num extremo e árido feminismo  ou hermafroditismo induzido – desse expediente que, a rigor, não implica sequer a melhoria genética (tema de per se polêmico)?

            Oras, sei que a quem se der ao trabalho de pensar – e eu jamais faria que os outros pensassem como eu, mas que pensem comigo, na inocuidade lúdica de certos cientistas, por mais respeitosos que sejam, entenderão que a função da ciência não é fazer mágica, mas promover o bem-estar e o progresso da humanidade em todos os sentidos.




DIREITO DE ADOÇÃO ENTRE HOMOSSEXUAIS

O Reino Unido (antes entendido como Império Britânico), pela Câmara dos Lordes (equivalente ao nosso Senado) acaba de aprovar a lei que autoriza casais homossexuais a procederem à adoção de crianças.

Estamos a viver, em pleno Século XXI o avesso da matemática e mesmo do próprio senso comum em matéria de governabilidade. E isto não apenas - ou até de forma menos feliz - entre os próprios países que ostentam o título de Primeiro Mundo.

A ditadura das minorias, ao que parece, veio para ficar. Não só aqui, mas em toda parte. Mesmo à luz do mais elementar senso comum - aquilo que está na cara -, ainda assim se fazem em polêmicas e o bom senso, invariavelmente, é posto a nocaute.

E qualquer observação em contrário, no caso em tela, é tido como homofóbico e ditatorial, quando, na verdade, a ditadura não está do lado das maiorias em nenhum lugar do mundo.

A rigor, não se trata de criminalizar os homossexuais, nem seria cristão tal postura, aliás, nem sequer humana, o fato de não se entender que tudo o que é humano não nos deve ser estranho.

 No entanto, assim como se estabelecem limites sociais em favor da do indivíduo, não é o que se revela com essa folgança irresponsável dos políticos em se vergar a lobbies que se impõem mesmo em prejuízo da racionalidade e do bem comum.

Que não levemos em conta, para a presente análise, sequer o aspecto moral, pois moralidade pode entender-se como algo de foro íntimo em toda e qualquer questão de consciência perante a vida e a sociedade.

Mas, aqui calha bem se avaliar, não a partir deste momento presente, deste aqui e agora, mas do amanhã e e do futuro: que tipo de geração terá este mundo, em meio a tantos desvios que, em grande parte, insultam a razão e o bom senso?

Imagine que, por capricho de duas pessoas do mesmo sexo - sejam homens ou mulheres - para impor à sociedade o seu modo de vida, que é minoritário e (sejamos práticos) não pôde ainda ser avaliado como o ideal. Aliás, tudo o que é antinatural não se pode revelar ideal.  

E de repente, por conta de pressões políticas, impor à sociedade - e isso será mundial - , que uma criança tenha como pais dois homens, ou então duas mulheres -, quais as consequências psicológicas para esse filho ou filha adotados? 

Quer queiram quer não, os homossexuais e os políticos deveriam entender que a homossexualidade, embora compreensível e tolerável como algo superveniente a determinados indivíduos -, a despeito de quanto o mundo "evolua" (?) nos costumes e práticas relativas a questão a sexualidade, prevalecerá a atração entre sexos opostos como decorrência do império da própria natureza. Já nem direi do Criador, para que se foque a questão tão somente pelo vezo político.

Concluindo, a se levar em conta o fato de que a maioria das crianças terão pai e mãe, como se sentirá a criança que contará apenas com pai-pai ou mãe-mãe? 

Oras, que os psicólogos respondam a esse desafio. Mesmo entre aqueles que tentam defender esse estado de coisas e pessoas, num mundo em que, extrapolando toda a lógica, quer se impor com modos de vida que a própria Natureza rejeita, repele e cobrará pelas consequências.

LEGÍTIMA CARÊNCIA




Maldizemos, às vezes,
esta fome de mundo que nos assola,
esta ânsia pelo nada que se evola
de esperanças vãs e estúpidas !

Amargamos reveses e naufrágios,
pela busca infrene de posses e títulos,
pagos ao peso de imensos ágios,
por bens insignificantes e ridículos.

Na matéria, desse pó, de que em parte
somos feitos,
Imergimos a alma integralmente,
a insistir na pífia arte,
por todos os modos e jeitos,
de desfrutar intensamente
por via de corpos imperfeitos
uma falsa ventura que nos mente.

Mas neste Universo desmedido
nada se perde, nada está perdido,
nem um só átomo há de se perder.

Bendita esta fome insaciável
pelo que pensamos precisar ou ter,
Esta fome que nos corrói,
que tanto nos consome e que tanto nos dói, em nossa alma tem a razão de ser:
Esta sensação de tremendo vazio
que nos traz mil desejos, infinita vontade,
É um mero disfarce a esconder o pavio

Por nossa fome de eternidade.

SERÁ NOSSA ESSA RESPONSABILIDADE ?



Geraldo Generoso
Constantemente há pessoas que se surpreendem diante de um crente convertido, e não entendem o porquê de o mesmo fazer tanta questão de tentar conduzi-la pelo caminho espiritual que conclui ter encontrado como bom e definitivo.

Mais do que simplesmente um impulso nascido do ego, que alguns até entendem por fanatismo, trata-se, na verdade, não uma mera boa intenção e um sentimento fraterno, mas uma preocupação legítima de ordem espiritual.

A brevidade e as contradições da vida em nada nos garante qualquer estabilidade. Sequer psicológica ou de ordem mental, pois a cada minuto há fatos e circunstâncias que nos assediam, nos desafiam e, em muitos casos até tentam nos arrasar com suas investidas.

Até mesmo a rotina, desde aquela dos afazeres aos lazeres, até mesmo o preguiçoso dia a dia que se vive, faz remexer dentro do coração humano um anseio por algo que “não é deste mundo”.
Verdade que há pessoas más. Algumas por doença – genética ou contraída, e os outras que realmente acabam por se fazer em pessoas malignas, tais como os marginais e assassinos de que o mundo está cheio.

No entanto, o que me acode de momento, é a tremenda responsabilidade que recai sobre cada um de nós quanto a contribuir para uma sociedade melhor, mais humana e, se possível for, cada vez mais divina.

Porém, é bem verdade que temos de lançar nossos olhares e ouvidos ao próximo sobre o que concerne ao quanto possamos fazer em benefício de sua junção a Deus. Somente assim, e unicamente assim, é que o mundo encontrará a paz. “EU VOS DOU A MINHA PAZ” – como bem enfatizou Jesus Cristo.

Assim, é de se pensar que eu e você sejamos responsáveis, sim, pelo destino de nosso próximo. Desse próximo com quem temos, na expressão do mandamento divino resumido por Cristo em duas frases uma obrigação de irmandade e responsabilidade consequente.

E se almas se perderem por nossa omissão? E se lágrimas dessas almas, por falta de uma Palavra, tenham que ser derramadas e tantas dores tenham que ser sentidas por nossa fraqueza e omissão. Que na verdade é uma omissão permanente de socorro da qual podemos ser cobrados pelo Criador.


Que aqueles que tenham o dom de pregar, de ensinar e até de repreender, como o meu amigo-irmão Henrique Gomes, coordenador da Igreja do Cristo do Terceiro Milênio, nunca se esmoreça no afã de cultivar sua seara, de implementar suas colheitas de libertação e salvação a quantos precisem – e são tantas e tantos – de seu concurso para se jungirem a Deus neste e no outro tempo.

HOMENAGEM AOS MESTRES E MESTRAS DE IPAUSSU

Projeto Editorial Geraldo Generoso 2013







         Encontra-se em elaboração o projeto Mestras e Mestres de Ipaussu. Livro-homenagem a todos os educadores e educadoras de cada uma das escolas de Ipaussu, do passado e do presente.
        O  Volume I constará das biografias de professoras e professores,entre os que já partiram deste plano terreno e do histórico e homenagem daqueles e daquelas que desfrutam de sua merecida aposentadoria, após inestimáveis serviços prestados na área da educação.
         Esta obra tem o objetivo de pautar com letras de ouro, em notas que o tempo jamais apagará, o nome de cada um daqueles que continuaram, e dos que ainda hoje continuam, no seu labor, em fazer da escola um santuário de continuidade do lar de cada um dos alunos e alunas deste município paulista.




         
          ADESÕES AO PROJETO: Cada um dos participantes receberão uma carta-convite do autor, detalhando a forma de participação de cada um, ou daqueles que queiram homenagear parentes que exercem a profissão.
        
GERALDO GENEROSO (Jornalista e Escritor)
Rua Luiz Biaggioni, 45  - Fone (14) 3344.1260
Celular: 14.8116.4154



Ourives e Semeadores




Não fossem as mãos a depor  no colo da terra,
a minúscula semente,
para  agasalhá-la no  calor do solo
e irrigá-la no arrebentar do  estio:
- A planta não passaria de mera intenção da Natureza,
gorada sob a rudeza do chão , sem flores nem frutos...


Sem as mãos pacientes do ourives,
a modelar o metal bruto e sem brilho
ou  a fazer nascer  da pedra tosca
a jóia   de  beleza ímpar e  de valor sem preço:
o ouro e  a prata ,  e  assim o diamante, valeriam   tão só
um elemento de inveja, cobiça e avareza, sem vida nem   luz.

Cada criança -  semente de Deus,
vinda dos céus para os  canteiros do mundo,
carece das mãos  de alguém muito especial,
que possa ocupar, de coração aberto,
A ternura de uma mãe ou  o zelo  de um pai.

Nossos jovens, a mais preciosa das jóias
que se engastam nas coroas do  amanhã,
precisam de mãos firmes e ternas,
aprimorando-os  para a vida
a fim de  demonstrar seu divino fulgor.

Há neste  mundo algumas  mãos zelosas
Ocupadas com as jóias e as sementes
Que fazem a humanidade  brilhar e florescer
Na seqüência sem fim das gerações:
- E estas mãos, singulares e abençoadas,
São as tuas, Professor (a) !


 

UNIÕES CONJUGAIS ANULADAS



Geraldo Generoso*




Uma questão que poucos recasados (divorciados que se casam novamente) conhecem é a proibição dos sacramentos de confissão e comunhão de tais pessoas inseridas em tal situação. 

Até sabia, anos atrás, dessa proibição, todavia  supus que a mesma já houvesse sido contornada, pois é um assunto que o próprio clero evita mencionar de modo frequente.]

Não há o que discutir sobre se está certo ou se está errada esta determinação. Os prelados, por anos a fio, estudaram Teologia – ainda que na prática sejam leigos em casamentos,  pois o celibato clerical ainda continua.

E se fosse aos padres dado o direito de casar, ainda assim, o divórcio não seria permitido. Contudo, viver é aprender – descobri que a Igreja Católica Romana também mantém jurisprudência em casos em que ao cônjuge prejudicado é assegurado o direito de anular o casamento, mesmo em casos em que já esteja em segunda união, amparada pela lei civil, conhecida como união estável. 

É um processo demorado, acompanhado por dois padres e um leigo, em que se registram as causas e se analisam os motivos evocados pela parte solicitante. 

Há notícia que em 90% dos casos – ou quase a esse percentual – as sentenças regidas pelos cânones da Igreja se mostram favoráveis ao solicitado. 

Até mesmo Caroline de Mônaco, apelou para esse expediente, apesar que lhe foi negado pelo fato de estar em convívio com um divorciado, à época.
            
Ante o exposto, - e como peregrinei  por muitos lugares, levando cursos sobre literatura, criação literária, arte poética e coisas dessa arte – ponderei que a semântica se reveste de um poder quase absoluto. 

Como o mundo seria facilitado se não houvessem palavras que se tornam anátemas, a ponto de, vez por outra, por força de lei, alguns termos são  jogados no ralo da história.

Se  alguém consultar documentos antigos, ou mesmo obras literárias de tempos não muito recuados, poderá assombrar-se com o uso de palavras que nossas autoridades – civis ou religiosas – acabaram por decretar o desuso.

Voltando à questão eclesiástica, a alegação que se acolhe como válida – entre outras possíveis – se fundamenta na argumentação usada, pelo cônjuge solicitante de anulação do vínculo, de que enganou-se na avaliação que fizera, enquanto noivo(a) , da pessoa que passou a ser esposo(a). 

Fica evidenciado o óbvio ululante, na questão mesma que leva a alguém ao divórcio, separação de corpos e outros nomes que querem dizer a mesma coisa.

Havemos, no entanto, de considerar que são departamentos diferentes. Nada a obstar quanto aos procedimentos eclesiásticos, fulcrados nos seus cânones. 

Em todos os casos de processo de anulação de matrimônio há, como não poderia deixar de ter, a tentativa de conciliação, seguindo o mesmo ritual da lei civil que assim procede. Tanto mais as disposições religiosas que ensinam o perdão, a tolerância, a convivência fraterna e o amor, em suma.

Fiquei sabendo que há vários desses Tribunais Eclesiásticos no Brasil, com instâncias próprias e, em casos excepcionais, podem chegar até à mesa do Papa para decisão final.

Posta a questão, não tão delineada porque não é esta uma matéria informativa, mas simplesmente opinativa, podemos concluir que a Igreja está se tentando adequar ao perfil da realidade atual, claro que sem compactuar com a liberação excessiva, mas compreendendo de forma mais individualizada a situação de seus fiéis.
            No entanto, dando asas à imaginação na esteira dos tempos bíblicos, e lendo uma crônica magistral de Frei Beto ( O Papa que eu queria) ele menciona  a passagem em que o Mestre Jesus, com sede, foi ter a um poço onde encontrou uma mulher que, após um dedo de prosa lhe disse que havia tido vários maridos.



 No entanto, Jesus não se escandalizou com a situação daquela pobre mulher. Conversou normalmente e ali ela comungou com o Filho de Deus, ao vivo, junto ao velho poço de Jacó.

* Escritor e Jornalista – Especial para DIÁRIO MS – DOURADOS – MATO GROSSO DO SUL
           






AUTO AJUDA EM MODA

AUTO-AJUDA EM ALTA

*Geraldo Generoso

A maioria das pessoas, quando se propõe a elevar-se a melhores condições de vida, supõe carecer de muitas informações sobre os passos a empreender rumo ao sucesso. 

            A rigor, a trajetória para o êxito nada apresenta de esotérica, misteriosa ou extraordinária.

          
Assim, contam-se aos milhões os leitores (e leitoras) de livros sobre auto-ajuda, como se pode constatar no placar das obras mais vendidas em todos os países.


            Nenhuma objeção se justifica à preferência por esses temas. Até porque, se há tantas pessoas a ler  sobre como melhorar a própria sorte, fica evidente o indício de suas boas intenções e propósitos.
     
          Nada a censurar a tais leitores por suas preferências. Se maior número de pessoas tem  sido  levadas à leituras sobre otimismo, motivação e auto-estima, daí se deduz que há indivíduos preocupados com uma sociedade melhor a partir de si mesmos.
   
    Cumpre considerar, todavia, que os conteúdos de tais publicações só se efetivam, em grau maior ou menor ou nulo  na proporção em que o estudante efetivamente pratique as lições recebidas.

            O mais sábio livro de auto-ajuda já escrito, desde que o mundo é mundo, com certeza deve ser a Bíblia Sagrada. Entre tantas exortações dignas de nota e observância, na Epístola de Tiago, 2: 17, encontramos esta frase lapidar: “a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”.

            O termo indivíduo define a condição de algo único, indivisível. Embora no universo Tudo seja Uno, em última instância, numa cadeia infinita, do átomo às galáxias, enquanto nosso eu se demora na condição individual,  não há como negar que ele seja único, com peculiaridades, distinções e características que são somente suas.

            Nunca se lamentará pela realidade que poderia ter sido  aquele que se ocupa concretamente num objetivo. Não importa a dimensão desse escopo e, o não tê-lo alcançado nunca há de frustrar a quem lutou por seu próprio sonho.

              O mais importante na tarefa de construção ou reconstrução do próprio destino só pode estar naquilo que efetivamente se realiza.
       O surrado brocardo de que o inferno está cheio de boas intenções, se resume numa verdade incontestável. É mais fácil se organizar a partir do que se está fazendo do que planejar demais antes de agir. 

           Esta posição pode até soar como estímulo à imprevidência, mas a alma humana é bem mais complexa do que teoricamente se avalia. Para estabelecermos uma disciplina de ação em nossa vida é imprescindível a constância em determinada atividade.             

            Estudar algum livro  de auto-ajuda, quando eles aprimoram de forma adequada as condições de cada um, a partir do que está se fazendo, redundará em inúmeros benefícios.

        O que não se deve admitir, em hipótese alguma, é fazer do prazer de ler um diletantismo alienante, no simples gosto de imaginar uma realidade possível, mas que fica sempre para ser iniciada no dia ou no mês ou no ano seguinte.


 * escritor e jornalista

-        e-mail: braunaster@gmail.com

COMEÇAR DE NOVO...


Geraldo Generoso*

 “Por que a  minha ou a sua  vida tem sido o  que é?”  Cada indivíduo mantém uma configuração unicamente sua, talhada pela genética e pelo meio em que vive.

 A genética, apesar de promissora, ainda pouco resolve no presente.  Quanto ao meio ,  até certo ponto pode ser modificado para melhor. Mas há uma terceira ponta do triângulo, fundamental  para uma vida melhor sobre a Terra. Trata-se do poder  da Alma que reside oculto em cada um de nós.

 Todos conhecemos  o  poder da oração ao Deus de nosso coração. Há  testemunhos mais do que suficientes para atestar esta realidade. A oração não modifica Deus, mas modifica o interior de quem a profere.

 Porém,  há a considerar as inúmeras formas de orar. Há  pessoas que rezam  às avessas. Abrem o farnel com a  pequena ração de tempo que vai ser mais um dia, e se fartam em reclamar da situação, do governo ou de uma pessoa qualquer.

Ao café da manhã acrescem o ácido ingrediente da crítica. Ao relatar  seus problemas e os provar como insolúveis,  se dão por  felizes em nos  convencer de  que seu pessimismo está coberto de  razão.

 Nessa oração às avessas, que não deixa de ser uma oração ao pior de si mesmas, apascentam na escuridão da mente  somente as ovelhas negras da infelicidade.

 Abramos, pois, o nosso dia, com a chave de ouro da gratidão a Deus e a esperança de que  sejamos merecedores de mais esta ração de 24 horas de experiência no plano terreno.


* o autor é escritor - Artigo escrito e publicado no jornal BOM DIA-  BAURU.-SP - Brasil.
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