CADERNO G, DE 10/01/2010

Diário de 10 de janeiro de 2010 - 3h10m

A madrugada jaz silenciosa de passos. O céu se encontra encoberto, por cores de noite e anteparo de nuvens. O ronco dos motores também ora está ausente. A noite induz à reflexões que se alternam, mormente por se tratar da quadra inicial do ano. Ano Novo? Já conto tantos deles que, pela quantidade, não se me apresentam muito novos assim.


Alcançam-me indagações, num procissão de pontos de interrogação, sobre o porquê da vida e tudo o mais. Cada um de nós, se bem refletir, constata que o mistério nos alcança a partir de nós próprios. A conclusão é a de que vivemos num mundo com mais perguntas do que respostas.

Um Novo Ano se inicia. Ou melhor, continua a partir de tudo o que já envelheceu em mim e ao meu redor. 

A esta altura sexagenária da existência, a bagagem que levo às costas é considerável. Todavia, é inevitável o peso de tudo. Até mesmo das coisas intangíveis. 

Já não é tão fácil correr sequer com o pensamento, antes bem mais ágil.  Mas o condicionamento persiste, a fazer prevalecer a tentação em olhar para trás. Mais a insistir sobre o que ficou do que para aquilo que está por vir. 

A esta altura da vida, a saudade briga dia e noite com a esperança? Quem vencerá? Nunca saberemos.

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