Por essa razão, hoje vou postar uma poesia do poeta, príncipe dos poetas brasileiros, falecido em 1969 - o nosso imortal GUILHERME DE ALMEIDA
SEGUNDA CANÇÃO DO PEREGRINO
Segunda Canção do Peregrino
Vencido, exausto, quase morto,
cortei um galho do teu horto
e dele fiz o meu bordão.
cortei um galho do teu horto
e dele fiz o meu bordão.
Foi minha vista e foi meu tacto:
constantemente foi o pacto
que fez comigo a escuridão.
constantemente foi o pacto
que fez comigo a escuridão.
Pois nem fantasmas, nem torrentes,
nem salteadores, nem serpentes
prevaleceram no meu chão.
nem salteadores, nem serpentes
prevaleceram no meu chão.
Somente os homens, que me viam
passar sozinho, riam, riam,
riam, não sei por que razão.
passar sozinho, riam, riam,
riam, não sei por que razão.
Mas, certa vez, parei um pouco,
e ouvi gritar:-“Aí vem o louco
que leva uma árvore na mão!”
e ouvi gritar:-“Aí vem o louco
que leva uma árvore na mão!”
E, erguendo o olhar, vi folhas, flores,
pássaros, frutos, luzes, cores…
– Tinha florido o meu bordão.
pássaros, frutos, luzes, cores…
– Tinha florido o meu bordão.
Guilherme de Almeida
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