CORRUPÇÃO ASSUNTO DO MOMENTO
Geraldo Generoso
O
que mais assusta na corrupção é que ela acaba por contaminar todos os poderes
da República. República que, por sua denominação, significa um governo de
todos, com leis que freiem a preponderância dos fortes, provisoriamente postos
como mandatários da Nação.
A
corrupção tem vários tons, mas se enraíza no vício do povo de achar que tudo é
normal. E até há, entre muitas pessoas, infelizmente, a mania de procurar o
velho caminho das pedras. Facilitações batizadas de “jeitinho brasileiro”, onde
se colocar a criatividade a serviço de furar a fila dos direitos e burlar a
fila dos deveres.
Há
a irregularidade do nepotismo, em que o político detentor de cargo público
acumula a folha de pagamento com parentes. Há o clientelismo, em que
retribuindo a moeda do voto, a qual é cunhada a cada 4 anos, se oferece
vantagem indevida, não prevista nos cânones da boa administração. Há,
igualmente, o populismo, que procura arrebanhar votos com benesses as mais
diversas, de forma irresponsável com a austeridade e o princípio da igualdade,
com consciência em favor do bem de todos.
A
imprensa tem dado conta de muitos desvios, replicados nas redes
sociais, mormente do facebook, em que milhares de pessoas protestam de viva voz
contra fraudes, roubos geralmente de grande monta, verdadeiras ninhadas de
dinheiro em casa de políticos dos mais diversos partidos.
Neste
jogo de xadrez, podemos constatar, com alívio, que a Polícia Federal tem dado
mostras de eficiência e competência. Tem apurado casos e mais casos de
corrupção, como se pode conferir pelas várias modalidades midiáticas. Por outro
lado, lamentavelmente, o Judiciário, principalmente nas altas esferas, tem
caminhado, ao que parece, na contramão desse saneamento.
Uma
das medidas mais saudáveis anunciadas pelo futuro ministro da Justiça, Sérgio
Moro, tem sido a obrigatoriedade da devolução dos roubo, seja por parte de
políticos corruptos ou de empresas corruptoras. Dessa forma, o crime deixou de
ser bom negócio, investimento de risco, que agora passou a ser rigorosamente
punido com a lei.
Em
contrapartida, cumpre nutrir uma certa esperança, fruto das reivindicações
públicas recentes, desde a formação de
uma Frente Parlamentar Anticorrupção. Essa frente já existe há algum tempo, mas agora veio à tona
com mais vigor, inclusive apta a solicitar informações ao STJ sobre atitudes
que não lhes parecessem ser de direito. Especialmente com a invalidação de
provas do aparato policial, habilitado para efetuar escutas telefônicas com autorização
judicial, e que acabavam sendo anuladas.
Sempre
ouvia dizer, e não acreditava, que o povo pudesse balançar o puleiro das elites
políticas, encasteladas no Poder, de forma a desafiar até mesmo novas eleições,
onde se perpetuam, ao modo deles, por via do voto. Felizmente, admito incorreta
a minha dúvida, pois aí está o povo mostrou sua indignação, foi às ruas e, de certa forma, o galho está
balançando mais em favor do povo que prima pela ordem, pela regularidade e pelo
trabalho em favor de uma Nação com justiça e progresso para cada um de nós,
brasileiros.
Especial
para TRIBUNA DO POVO (Mundo Novo MS, Brasil)
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