Era uma menina
Alva como a luz matutina
Da minha primeira aurora
Na retina e na rotina,
Da minha infância;
Era tão bom quando ela vinha
Da cidade em sua ânsia
Da liberdade em não estar sozinha.
Pelos campos
A gente passeava.
Corria atrás de pirilampos
Ao redor do escuro da casa;
Vadeava por colinas e barrancos,
E até o sossego perturbava
De um velhinho de cabelos brancos
Que nos praguejava
Com seus modos francos.
Ouvimos juntos
O cantar dos galos.
Pés de cafés, muitos
Trotes de cavalos;
Galinhas a ciscar,
Passeios pelo pomar,
Trocando infantis assuntos.
Aquela união nascida,
Regada num fino trato,
A menina embevecida
Com as belezas do mato.
No pasto o campeiro em lida,
A bica, a curva e o regato...
Do tempo, em minha viagem,
Ao lugar volto em visita,
É quase a mesma paisagem,
Lá está a mesma aragem
E um céu que a tudo doura,
A casa ainda é bonita,
Mas eis que em meu peito grita:
- Cadê minha menina loura?
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