Já me conto entre os sexagenários. E como tudo o que se conta ou se pode contar na vida, o tempo existencial, sem exceção, traz vantagens e desvantagens. Por cada vida ser um espetáculo único, e à parte, não me arrisco dizer, de forma genérica, se a infância, a juventude, a idade adulta ou a velhice tenha, qualquer dessas fases, uma vantagem sobre a outra.
Também não abusarei da condição de autor deste blog para sustentar qualquer tese, que não aquela essencialmente subjetiva, sujeita a erros próprios da minha condição humana, sobre esse comparar as várias fases da existência com juízos de valor.
Particularmente, uma vantagem é inequívoca: por mais que não se queira aprender a viver, todo homem e toda mulher, a partir dos quarenta, aprendeu algumas lições importantes, nem sempre acessíveis aos mais jovens, onde os instintos percutem de forma mais aguçada como é plano da própria natureza.
Seja pelo rude processo de ensaio e erros, seja até mesmo por algumas bordoadas na cabeça ou chutes em algumas partes mais doloridas, o certo é que o aprendizado acompanha, inevitavelmente, em maior ou maior grau, todos os seres humanos.
Uma lição importante, que quando jovem sempre persegui por aprender, foi encontrar o dom de poder contar com uma boa aceitação na sociedade. Quando digo sociedade, não me refiro aqui ao status social das pessoas, mas o de quantas fossem possíveis, independente do grau de instrução, posse ou posição social.
Isso jamais significou qualquer intento de buscar fazer das pessoas qualquer instrumento para meu favorecimento pessoal de qualquer natureza. Nem jamais me dei a estudos de bruxaria ou magia, que em grande parte pode ser debitada ao folclore e reduzida a um denominador comum, fácil de ser entendido.
Mas descobri, sim, não de hoje, que há dias em que estamos mais magnéticos e outros, menos magnéticos em relação ao nosso meio. Isto é fácil avaliar numa cidade de pequeno porte como esta bela cidade em que vivo, Ipaussu, no interior paulista deste meu querido Brasil.
Se é que se pode dizer que haja uma magia para se fazer mais notado e bem aceito, espontaneamente pelas pessoas, creio ser a fórmula exposta por Mahatma Gandhi que - até pouco tempo eu não sabia - foi discípulo de Leon Tolstói, o grande (para mim, o maior ) escritor russo e da literatura universal.
Gandhi pregava manter no espírito a disposição de "não violência". Ainda falando de Gandhi, também há que observar que ele pregou e foi um praticante das normas do Sermão do Monte, que segundo a tradição, foi pregado pelo próprio Cristo.
Mas, a partir daqui, vamos esquecer religião e passemos a um olhar isento para uma análise prática da questão proposta. Nós todos, quando saímos para a rua, jamais o fazemos sem os cuidados higiênicos do corpo. Aliás, isso é até dispensável dizer e se trata de um hábito saudável e civilizado.
Contudo, nem sempre usamos do mesmo cuidado em sair de casa com a alma lavada com as águas da paciência e perfumadas com pensamentos atrativos, positivos em relação à paisagem, às pessoas, aos que nos atendem nos balcões dos bancos e das lojas.
Graças a Deus não estamos em guerra. Ou mesmo que estejamos em conflito - seja em casa ou no trabalho - não interiorizemos nossos problemas; não demos asa para que o pessimismo nos deixe uma marca nos passos e em nosso porte e, menos ainda, em nossos olhos.
A observância dessa higiene interior faz-se sumamente necessária. A rigor, o dinheiro quer nos convencer que é-nos o bastante entregar um cheque assinado, passar um cartão ou depor cédulas e moedas para alguém que nos atenda em qualquer de nossas necessidades.
Isto é um dos fatores que nos vai desumanizando. Torna-nos pessoas de comportamentos mecânicos e robotizados, em prejuízo de nossa suprema emoção de nossa condição de ser humano. A cada pessoa que vemos, a cada novo dia, que nos seja sempre uma nova pessoa.
A biologia explica isso, a física também nos mostra essa realidade e a aritmética nos faz contar que mais um dia está sendo creditado em nosso calendário vital. Cada um de nós é responsável pelo que derramamos em nossos caminhos. Por isso tenhamos sempre presente que o verdadeiro magnetismo pessoal se resume - nada mais nada menos - do que em gostar de pessoas. E isto não há como ensinar aos ingratos e egoístas, cujo preço só eles sabem o quão alto diariamente são obrigados a pagar.
0 comentários:
Postar um comentário
Comentários sempre serão bem-vindos!
Para assinar sua mensagem, escolha a opção "Comentar como -Nome/URL-" bastando deixar o campo URL vazio caso você não tenha um endereço na internet. Forte abraço!