TINOCO: o guerreiro
sem descanso
*
Geraldo Generoso, TINOCO e José Simeão
O município paulista de São
Manuel, na região central do Estado, ostenta como pórtico de entrada prinicipal o Memorial TONICO e TINOCO. Um monumento
edificado ao tempo que ainda estava vivo João Salvador Perez (o Tonico) .
É um tributo à dupla Coração do Brasil, continuamente reconhecido pelos
moradores, que não escondem o orgulho de serem conterrâneos desses dois
vultos históricos.
Distante uns 4 km
está a pequena cidade de Pratânia, onde
se vê o casebre transladado e onde a prefeitura construiu um museu e espaço reservado com as maiores
recordações dos ilustres filhos daquele pedaço do Estado de São Paulo: roupas
usadas em shows, a viola branca do Tinoco, o violão do Tonico, muitas fotos e
cartazes alusivos a muitas apresentações.
No
dia 13 de novembro, domingo, na casa que Tinoco dispõe em Pratânia, cedida por
Roque Jonner - amigo pessoal do artista
– presenciamos a entrega de uma viola, da marca Rozini, pelo cantor e produtor
de TV, grande divulgador da música raiz,
RAMIRO VIÓLA, que faz dupla com PARDINI, e reside em Botucatu.
TINOCO
recebeu o mimo com muita emoção; abriu o estojo onde estava o instrumento,
acariciou-o e foi tirando várias canções de seu repertório, e, incontido,
cantou com Ramiro Viola, ali mesmo na sua sala destinada a um fim de semana de
repouso.
Na oportunidade, também recebeu um exemplar do livro “MEMÓRIAS DE
IPAUSSU”, de nossa autoria, juntamente com Vitório Maistro, e que após a
leitura também ficará no Museu de Pratânia.
Mas que repouso, que nada.
Contou partes de sua vida, da trajetória
pelos circos, do sucesso que, segundo ele “veio unicamente por Deus, pois
viemos de uma família muito humilde. Jamais previ que um dia chegasse onde
chegamos.”
Tinoco também revelou, na oportunidade, que tem uma grande veia
satírica, e gosta de ser espontâneo no palco, sem esconder seu desejo de
representar como ator teatral humorístico.
Como artista de cinema, participou entre outros dos filmes: “Lá no meu Sertão”, “A marca da Ferradura” e
“Obrigado a Matar”
Em
seus 85 anos bem vividos e conservados, é uma pessoa dinâmica e carismática,
que prende pelo primeiro contato pela forma espontânea com que recebe a todos,
sem nenhuma cerimônia ou superioridade.
Nessa mesma noite, no espaço da praça
onde se situa o monumento de Tonico e Tinoco em São Manuel, Tinoco apresentou-se ao lado do filho TINOQUINHO, balançando o
público ao ar livre, com suas canções imorredouras e sempre com participação
do grande público presente.
Descontraído,
com domínio total sobre a plateia – mesmo ao ar livre -, o público ficou até a
última música do show que Tinoco “foi fazer em casa” – já que São Manuel e
Pratânia representam seu lar, mesmo tendo percorrido o Brasil inteiro e, por
força da profissão, tendo se radicado em São Paulo.
Estamos, neste 2005, nos 70
anos de Tonico e Tinoco, um registro digno do livro dos recordes e,
curiosamente, pode ser comparado ao vinho : “Tinoco, quanto mais velho, fica
ainda melhor” – é o que diz a sua legião de amigos e admiradores de todos os
recantos (mesmo os mais afastados) do país
que lhes reconheceu como a eterna Dupla Coração do Brasil: TONICO E
TINOCO.
- o autor é jornalista e
escritor
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