A chuva chegou ruidosa. De plácida só continha o não vir embalada em ventos. Aqui na soleira da área as goteiras percutem o telhado. Mas em questão de minutos a trilha sonora pluvial arrefeceu-se.
O ritmo se percebe configurar-se às batidas calmas do coração da noite. O melhor a observar se resume na discreta queda de temperatura, e com isto a melhor sugestão passa a ir para a cama sob grosso cobertor e ouvir o murmúrio das goteiras numa quase hipnose líquida e certa.
A noite hoje, como algumas vezes se tem mostrado algumas vezes, está barulhenta, de vozes e músicas em alto volume e de gosto duvidoso, vindas do prédio ao lado, do Clube Panelão.
Há sons que não pedem licença aos nossos ouvidos. São tão horríveis que é difícil crer que as pessoas que os criam e espalham não se deem conta disso.
Mas não há o que fazer. É bem válido este aforismo, com o qual concordo, mesmo quando sou voto vencido: Os incomodados que se mudem. Ah, seu eu pudesse.
Mudaria agora mesmo, lá para a minha aconchegante Timburi e iria beber silêncio, mesmo que temperado com um certo amargo de solidão. Pois é melhor nenhum som do que um som ruim deste tamanho.
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