INDECISÃO CASTIGADA
Vou pela vida
carregando um dilema,
que em cada poema
faz-me sempre maior
esta velha ferida
que já sei de cor.
Esta dor não tem cura,
este bem me
faz mal
nesta história
real
que me leva à loucura
e ao delírio, afinal.
Ela é como a esfinge
que ao coração confunde
e ainda que aprofunde
não consigo entendê-la:
- Não sei quando ela finge,
nem mesmo se
a atinge
este amor que me cinge,
como à noite ,uma estrela.
Assim, pra qualquer lado
que pender o meu fado,
oscilo entre a dúvida
e a esperança
sem saber a que lado
esta sorte me lança.
Se ela me
dissesse: -
Eu correspondo
sim
como amante e
mulher
ao que dizes
em prece,
se assim te
convier
No que sentes
por mim.!
Mesmo ao falar assim,
restará a confusão,
pela
incerteza, enfim.
se essa
confissão
é verdadeira ou não.
Porém, se ao contrário,
simplesmente afirmar:
- Desculpe, solitário,
mas não quero te amar...”
Em mim persistirá
da incerteza ,a rotina:
A travessa menina
não me convencerá,
mesmo se falar sério
seu volúvel critério
duvidoso será.
E a esperança atrevida
dirá mais uma vez
que posso ser feliz
com a musa querida
que, só por timidez,
Muito me ama e não diz...
Mas se em
leve rubor,
muda, queda e indecisa,
Conservar-se calada,
Dir-me-á o Tentador :
- O verdadeiro amor
a uma pessoa amada
declarar não precisa
e o falar não diz nada.
Assim a cogitar
com a incerteza brigo:
-
Talvez deixou no ar
um espaço a me
como um simples amigo
que não quer descartar.
Penso : - talvez, de fato
ela me ama e me quer
Mas por simples recato,
tão próprio da mulher,
seu coração sensato
explicitar não quer.
Na grande indecisão
mais e mais fico incerto,
de dúvidas referto,
se ela me
quer ou não;
A alguma conclusão
nem sequer chego perto
E solução não vejo,
até que um mais esperto
em oportuno ensejo
rouba depressa um beijo
e fico boquiaberto.
Grito: - Peguem o ladrão
em flagrante delito,
que com esta invasão
o meu sonho bonito
violou sem perdão.
Santelmo, o vilão,
de pronto diz então:
- Me reconheço errado,
se confirmo o
ditado
que “sempre a
ocasião
É quem faz o
ladrão”
E um abraço
adiado
fica para
outra mão
De alguém mais
ousado.
Para entrar em
ação.
Santelmo
prosseguiu
Discursando sem pejo,
- Não sou um ladrão vil
Desse gostoso
beijo
de um lábio
vazio
Em tão
propício ensejo.
Pagar pela infração
É o que mais
desejo,
Nem quero
advogado.
Faço a
devolução
Desse beijo
roubado
Com juros e
correção.
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