SOMENTE AMOR - soneto


           S
urge do adeus refeito o sonho revivido
           Em horas de cismar, reerguendo o passado,
           No pilar da esperança, este peito amparado,
           Silente e presto abafa o último gemido.

           Neste insone pensar, um verso entreabrido,
           Marca num estribilho o amor descompassado,
           Não estás junto a mim nem estou ao teu lado,
           De nossa vida a dois esvaiu-se o sentido.

           Sem um ponto final da ilusão, veio o adeus,
           Deixando em nossas almas um espaço vazio
           A levar de roldão os meus sonhos e os teus.

           Não extraio desta dor qualquer poesia,
           Porque ao tempo em teu lado, anos a fio,
           Só o amor aprendi cantar a cada dia!

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