A dura e crua realidade é a de que, segundo (me parece) o escritor brasileiro Monteiro Lobato: "nunca existiu felicidade completa neste mundo".
A fria realidade nos obriga a concordar com ele, por nós e pelos demais, de forma confessa e inequívoca. Só para citar, ao acaso, a confissão pública de pessoas ilustres, percebemos o quanto elas sofrem dos mesmos achaques e decepções que o comum dos mortais.
Cada qual busca algo que não sabe o que é. Mas teima na ilusão dessas buscas e...se decepcionam amargamente. Pior de tudo é que são tomadas como modelo, invejadas - como disse Castro Alves em seu imortal poema "Hahasverus, o Judeu Errante": "invejado a invejar os invejosos."
Nem este blog, nem todos os blogs e sites, de limitação indefinida, seriam suficientes para expor o quanto se decepcionam os nossos ídolos e modelos de felicidade, que a mídia expõe em cores vivas, mas que se diluem na fatalidade da vida e da morte, do luto e do sofrimento, das fartas e amargas decepções colhidas ao londo dos caminhos.
Para citar apenas duas personalidades, a quem Deus conferiu grande poder político, cito o ex-presidente do Brasil, João Figueiredo. Em entrevista a Alexandre Garcia, já bem próximo da conclusão de seu mandato, o militar e presidente destaca, com todas as letras, o seu enfado para com a política, com o cargo e com tudo o que o cercava: " O que eu quero é só que me esqueçam".
Para definir de forma ainda mais enfática esta proposição, também me permito citar um desabafo da então Primeira Dama dos Estados Unidos, Michelle, esposa de Barack Obama, o mais poderoso homem do planeta.
Ao ser indagada sobre como definia a Casa Branca - residência presidencial, disse ela com todas as letras: " Isto aqui é o inferno".
Portanto, o desafio de se alcançar a paz, a estabilidade emocional, a felicidade, a realização da alma, em resumo, se nos apresenta como um desafio ainda mais difícil do que a probabilidade de ganhar megaprêmios que as loterias anunciam. E o pior, ao que parece, nem conhecemos se houve ou não um bilhete premiado.
É à altura dessa situação, infelizmente muito real, que tateamos além deste mundo algo que nos preencha, que ofereça um sentido real à vida e nos satisfaça este luxo de estar vivo.
Por não conseguir encontrar uma resposta, daí só nos resta olhar para além desta lida em que todos estamos metidos. E buscando, mesmo sem qualquer tendência mística, mas absolutamente prática e funcional, encontramo-la nas palavras de um Divino Carpinteiro, que viveu na Terra há mais de 2.000 anos.
Naquele tempo já as pessoas, tanto quanto hoje, se esfalfavam em buscas de Ser e Ter algo mais do que eram e tinham. Supunham, por essa mesma via que hoje trilhamos, que ser importante ou ter muito dinheiro era alcançar felicidade, paz e alegria.
E o que Ele disse a respeito dessa insatisfação que se encarna em cada ente humano? Ele sabia muito bem sobre a situação de seus coetâneos e até dos que viriam depois, cuja sorte seria a mesma: associar fama, triunfos e haveres com felicidade.
O que Cristo disse até as crianças do Catecismo ou da Igreja Dominical sabem-no muito bem:
"Não andeis ansiosos pelo haveis de comer ou pelo que haveis de vestir...Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas"
Ao que tudo indica, por parecer tão simples, a fórmula é seguida por uma minoria das minorias. Nem é preciso andar e dormir com a Bíblia embaixo do braço para saber como buscar o Reino de Deus e a Sua justiça.
Na realidade, o que buscamos é o resto apenas: as coisas acrescentadas. Mas nada se pode acrescentar ao que não se realizou. É uma atitude prática, límpida ao entendimento e, melhor ainda, basta ser posta em prática para a colheita do resultado de acrescentamento do que realmente supomos precisar.
A Paulo Apóstolo, que estava desesperado por um "espinho na carne", o Espírito lhe disse com todas as letras e de forma imperiosa:
" PAULO, A MINHA GRAÇA TE BASTA"!
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