MESMO JOGADO NUM VALE
DE LÁGRIMAS, O HOMEM
ESCALA MONTANHAS
E EDIFICA ARRANHA OS CÉUS.
Planejei há tempos escrever um livro sobre como seria a visão de visitantes de um outro planeta ao nosso velho planeta Terra. Mais propriamente imaginei esse suposto (mas provável) grupo de cientistas, a analisar lá de cima o que ocorre cá embaixo no neste mundinho de Deus.
Seria (ou talvez seja, se tempo de vida houver) um relato com tons humorísticos, irônicos e contraditórios no entener desses curiosos alienígenas.
A princípio, em uma favela, bairro bem pobre, está para nascer em um barraco uma criança. O barraco não dispõe de iluminação. E há uma mulher em trabalho de parto. A polícia chega, com potente lanterna e adentra o recinto.
A emergência é tal, que os policiais realizam o parto e, um soldado feminino entusiasticamente exibe o bebê como um troféu.
Dali a pouco, eis que esses mesmos policiais se deparam com bandidos, logo ali na comunidade pobre, e são obrigados a sacar das armas e fazer uso. Isso desmonta os "asturianos". Eles ficam encabulados ao constatar o contraste que existe naquela profissão de policiais.
E assim ocorrem muitas e muitas contradições. Eles supõem que Motel é local destinado especificamente à concepção. E aí descobrem que o que mais se evita em tais recintos é isso.
Permanecem longo tempo a estudar diferentes questões do cotidiano do mundo e dos momentos especiais. Mas chegam a uma conclusão surpreendente.
Para eles, os terráqueos são seres muito valorosos. Defrontam-se com a morte a cada passo, vestida de perigos os mais diferentes. Têm consciência de que, ao fim e ao cabo, só lhes resta morrer ou envelhecer e, aos poucos, chegar à mesma fatalidade.
E tudo isso, sem que tenham, como eles, asturianos, a certeza de que Deus existe e a consciência de que sempre está presente em tudo e em todos.
Perdas sobre perdas, decepções sobre decepções, destino de se caminhar para o nada, aos que não primam pela espiritualidade, e que aliás, são raríssimos em número e qualidade.
Com tudo isso, o planeta Terra insiste na pessoa de seus habitantes, em avançar, em progredir, em consolar-se e olhar sempre com visão renovada a cada amanhecer que acontece no horizonte.
Geraldo Generoso Ipaussu -SP - Brasil -30 de outubro de 2017
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