RAIO X DOS ELEITORES BRASILEIROS
A expressiva adesão ao candidato à
presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, explicitamente revelado como de Extrema
Direita, dá para se retirar ilações – ainda que relativas – sobre o perfil do
povo brasileiro, a partir do que confirmaram as pesquisas eleitorais.
Em parte, que não é possível avaliar, a
grande revolta dos brasileiros em geral é contra a corrupção que se revelou,
mediante uma operação legal, a “Lava Jato”. Essa operação policial-judicial
trouxe à tona, mediante delações premiadas aos réus que revelaram e revelam desvios de recursos públicos, uma verdadeira
ojeriza aos políticos em geral. Em resumo, os eleitores brasileiros se
desiludiram da Política, como arte de legislar e governar. Até certo ponto isso
se faz compreensível, pois as irregularidades verificadas e, na maioria,
provadas, justifica esse desalento.
A “Lava Jato”, ainda viva e atuante, apenas
revela o óbvio. Estas patifarias não vêm de agora. O Brasil não é servido por políticos de
índole correta, entre a maioria. Até mesmo para se manter no cargo e renová-lo “ad infinitum”, parlamentares
sempre se dão à “negociações”, na expressão mais infeliz do termo. Tanto mais
que o País conta com 35 partidos, o que não deixa de ser uma aberração e obriga
o Executivo a negociações demoradas com os líderes partidários. Ou, quando não,
até com acertos individuais de destinação de verbas para sustentar esses
políticos. Políticos que imprimem à política um tabu, uma expressão pejorativa
e mal vista, com toda razão.
Ao despontar como candidato a Presidente,
Jair Messias Bolsonaro bateu firme nessa tecla, alvejando o PT (Partido dos
Trabalhadores) liderado pelo ex-presidente Lula. No governo do PT, mais
propriamente no governo Lula, o Brasil experimentou mudanças sensíveis na
promoção social: manteve o Bolsa=Família, não sem também amamentar o
Bolsa-Empresas, no que de certa forma é compreensível, pois sem empresários que
paguem não há assalariado que receba.
De uma forma ou de outra, 8 anos de Lula foi
um governo que, o quanto pôde, realizou uma sensível distribuição de renda e alterou o perfil
social do Brasil. Quando em 2002 apenas 17% das famílias brasileiras se contavam
na linha de pobreza, em vários graus, atualmente esse patamar subiu para 36%.
Fique bem claro que não é intuito deste
articulista defender as virtudes deste
ou daquele governo, mas, tão somente, para concluir o que está embutido da
expressão da preferência pelo candidato de extrema-direita, capitão reformado,
muito afinado com as Forças Armadas, adepto da tortura, da ditadura militar que
durou 21 anos no Brasil. Em resumo, encarna, na mente do povo brasileiro, a
figura de um Messias ( e até mesmo trás essa expressão no seu nome completo.
Esse “Messias” revelou-se, sem meias
palavras, em subestimar a figura da Mulher, o que até gerou um movimento
feminino-feminista engrossado por outros a protestar contra suas expressas
convicções. Ademais, fez conhecida sua extrema homofobia contra gays e lésbicas
(LGBT) e, para cúmulo do bom senso, é pela opção legal da Lei do Desarmamento
(que dificulta os brasileiros a porte de arma de fogo. Isto num país com 63 mil
assassinatos e que, lamentavelmente, coloca o Brasil, o conhecido campeão do
futebol como oo campeão de homicídios.
Com todo esse discurso, que foi o núcleo
dos conteúdos que propagou, bateu na preferência de um eleitorado que, pelas
pesquisas, parecer que o levará a ser o novo presidente da República.
O quê isto revela, em termos de
eleitorado? Descontados os que confiam no discurso contra a corrupção, tudo
indica que o eleitorado brasileiro, a contar mesmo entre muitas mulheres, aprovam a misoginia, o preconceito
contra índios, negros, gays, lésbias e aprovação à tortura e adeptos do
golpe militar de 1964-1985.
Por essa amostragem, é lamentável que nós,
brasileiros, em sua maioria, tenhamos essa índole que destoa dos nossos hinos
patrióticos, da “Mãe Gentil” com se denomina a pátria brasileira e, “entre
outras mil, és tu Brasil, ó, Pátria Amda. Dos filhos deste solo és mãe gentil
etc. etc.”
Geraldo
Generoso – Escritor
Rua Luiz Biaggioni, 45
18950-000 Ipaussu SP
F. 14. 9979 32511
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