Dona Rita exercia várias profissões na
cidadezinha. Parteira,
conselheira, benzedeira e puxadora de
terços em novenas e
velórios.
Certa vez, um menino que ela havia aparado,
isto é,
ajudado a trazer ao mundo, encontrava-se
carente de uma cirurgia. O custo médico-hospitalar era proibitivo. O menino
crescia.
Mas a bolsa minguada da família não
reunia condições para sequer encaminhá-lo ao tratamento requerido.
Dona Ritinha decidiu ajudá-lo. Vestiu
sua roupa de missa,
aprontou bem o garoto e foi bater às
portas de um hospital para tratar o menino.
Chegando a Belo Horizonte, o médico não teve dúvida: “precisa ser operado”.
Mas havia um único porém : o custo.
A boa samaritana não hesitou. Foi logo
dizendo para o médico:
- O quanto custar é o que a gente vai
pagar para o
senhor. Pois do jeito que ele está
nunca vai poder trabalhar.
Tudo transcorreu normalmente. O médico
não cabia em si de
felicidade por aquele sucesso que lhe
parecia duvidoso.
Mais ainda se alegraram, e com justa
razão, o petiz e Dona Rita. Agora, obviamente, o que o médico queria mesmo era receber
os seus honorários. A velha matrona resolveu tudo com bem-humoradas palavras:
- Doutor, do jeito que estava esse
menino, ele nunca iria poder trabalhar. Mas agora, graças a Deus, primeiramente,
e ao senhor em segundo lugar, ele vai poder trabalhar quando crescer e, então,
pagará o seutrabalho tostão por tostão.
É só o senhor ter um pouquinho de
paciência.Despediu-se e chegou à cidadezinha coberta de glórias, com o menino são
e salvo.
Geraldo Generoso - Brazil
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