ENFIM,
É NATAL !
O mês de dezembro já se anuncia. Disse
alguém que dezembro o Natal dura o mês inteiro.
Luzes ocultas se irrompem das sombras das rotinas diárias do ano que se
finda. Inevitavelmente, somos levados a promover um balanço da própria vida, do
ano que se conclui e, como pico de exaltação de cada momento de 2018 vem todo
um ritual de Missa do Galo, Santa Ceia, Troca de presentes, votos de Boas
Festas. Não há como negar que é um renascer coletivo, ao qual cada pessoa se
sintoniza num clima forçosamente iluminado, inspirador, com sensação de
renascimento e ressurreição.
De festa magna da Cristandade, o Natal
contagia até os mais céticos, os mais desanimados, de forma positiva. Mexe com
a própria paisagem, com árvores nascidas mais de nosso alma do que de meras
sementes da terra.
Há uma movimentação incontida que a
todos abrange a partir do íntimo. Principalmente no Brasil ensolarado, no verão
em ´pique, o sol se expõe mais iluminado e reflete no coração até dos
incrédulos.
Tudo se movimenta. É tempo de
pacificação e festa de reconciliações a acontecer de forma milagrosa. Sou do
tempo em que me valia a espera edo ano todo, quando na Fazenda Santa Rosa eu
vivia na casa grande de meus avós, as visitas se acumulavam. Tios que vinham de
longe, primos alegres, mesa farta, e até os meus bisavós – Julião e Maria Peres
permaneciam conosco. Quantas rememorações. Quanta fraternidade. Quanta saudade,
enfim.
Apesar da casa da administração da
fazenda não ser pequena, tantos eram os parentes, de todas as idades, que se
estendiam colchões sobre o assoalho do casarão, não sem antes desfrutar da
farta ceia, recheada das melhores lembranças, só com recordações felizes e
cheias de suave emoção.
Há quem diga, com espírito menos
poético, que a época natalina infla-se de um espírito indutor do consumismo,
hoje de fato em alta conta. Mas, meu Deus ! essa época é de fato propícia por
si mesma a nos engajar no intuito de presentear, de doar, de até nos dar a nós
mesmos aos outros, com motivos compreensíveis.
Nesta época, em tempos até
relativamente recentes, eram mais comuns que pessoas e famílias radicadas em
São Paulo e outras cidades, viessem para Ipaussu, com isto a somar não só a
alegria de rever e abraçar os parentes, mas amigos queridos que aqui residem.
Com o tempo, esses nossos ipauçuense ausentes, também constituíram famílias na
ordem descendente e hoje, pessoas em menor número comparecem aqui na Flor do
Vale. Outro fator é que, pela lei indeclinável do destino, muitos dos
patriarcas já deixaram a visibilidade terrena, o que já não motiva vir passar o
Natal por aqui com o inevitável sentimento de ausência de seus ancestrais.
Mais do que uma simples data do
calendário, o Natal é a ressurreição da alegria, da paz, do espírito festivo,
da abertura da alma para o melhor que cada um de nós trazemos dentro de si. Da
remota Belém, onde veio à luz o Menino Deus, a data se fez mundial,
apascentando crentes e descrentes, com seu grande toque espiritual de
felicidade e reiteração das esperanças mais ousadas.
O Natal, ao contrário do
carnaval, que aguça os sentidos e a liberalidade, às vezes excessiva, é uma
festa de luz para cada alma, e não há quem não deixe de se envolver com esta
quadra maravilhosa do fechar de mais um ano.
Feliz Natal a cada um dos
leitores desta publicação, com alegria por todos os anos vindouros.
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