TEMPO DE BOAS FESTAS


ANO VELHO,  ANO NOVO

Geraldo Generoso *



            O ano de 2018  aos poucos se estremece no cansaço de tantas  manhãs e tardes para dar lugar ao sequente 2019. É a  continuidade misteriosa, sempre mágica, mesmo quando trágica ou cômica, da vida inserida em bilhões de pessoas por sobre a face do nosso pequeno planeta.

            Ao volvermos um olhar, saudoso ou de alívio, no calendário percorrido, se algo perdemos pelo caminho de nossos dias e nossas noites, muito ganhamos por essa porção de tempo que nos foi dada.
 Se não atingimos os louros da vitória almejada, perdura-nos na alma  o gosto – doce ou  amargo – da mágica  de  ter vivido.
            Quem disse que “Viver não é preciso”, destacando como mais importante o “navegar”? Mas como navegar, se não existir  vida, com sua mão às vezes rude, mas sempre materna; às vezes áspera, mas sempre fecunda; às vezes severa, mas sempre zelosa.

 Sou grato pelas dores que me visitaram. Ainda que por elas tenha chorado, por dentro ou por fora. Porque sempre, ainda que tênue, na escuridão de certas noites, lá estava a esperança,  de dedos entrelaçados com a fé, presente no amor do mais fundo do coração.

            Chegará o  Natal, com seu espírito de ternura e amor, numa festa de sinos e luzes, onde espero poder  abraçar e ser abraçado por tantas pessoas queridas. 

E este Natal de 2018, em Ipaussu, traz não só luzes artificiais, mas a luz de tamtps pçjps qie se extasiam ante o Natal das Luzes. 

       Parabéns, na pessoa do casal, Serginho Guidio e Aninha Cândido, digno prefeito e operosa Primeira Dama, um abraço caloroso por tanta beleza plantada em nossos pontos turísticos: a Praça e o Lago Felipe Macarios.

Também abracei, movido pelo espírito natalino,  o aparente vazio da presença física  dos meus entes queridos que partiram antes de mim, mas cuja presença amorosa pude sentir muito de perto. 

O Menino Deus trouxe-me o costumeiro e sempre renovado  clarão de alegria de muitos  25s de dezembro.
 Ensinou-me, como sempre,  na Sua humildade, acolhido numa manjedoura de Belém, que não importam para o espírito a suntuosidade dos lugares e as posições do mundo, as vaidades efêmeras dos presentes caros, os anúncios tentadores como suportes de um consumismo supérfluo.

Ao Ano Velho não estendo um adeus como se estende a alguém que se poderia dizer “já vai tarde”. Não! Valeram as rosas – pela beleza e o perfume,  tanto quanto  foram válidos os espinhos colhidos no transcurso deste ano da graça de 2018, para nos sentirmos vivos e despertos.

O Ano Novo se anuncia. Merece, sim, uma festa porque o coração está em casa..

São novas experiências no aguardo  para serem vivenciadas, com surpresas que dão o  sal e o  açúcar ao existir de cada um de nós.

Seguiremos por esse caminho, renovados em aprendizados dos quais nem sempre nos damos conta, ao correr do ano que deixamos atrás.

 O mínimo que podemos esperar em nosso íntimo é  que tenhamos melhorado, aprendido, entendido que todas as dores são passageiras, tanto quanto as alegrias.

Portanto, se acometidos por eventuais contratempos, mantenhamos sempre a certeza absoluta de que tudo é transitório, enquanto não ingressamos na eternidade do espírito.

Nos momentos de elevação, amor, sucesso, glória e conquistas, moderemos o passo afoito de nossa euforia. Degustemos com o máximo dos nossos  sentidos as alegrias que apareçam em nossa trajetória. Pois elas, também, inexoravelmente  passarão.
Feliz 2019  a todos.  Que ele envelheça com as mesmas propriedades do vinho, com tanto mais sabor quanto mais os seus dias transcorrerem.

Dezembro de 2018, 17, 2.a feira.

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