FELICIDADE É UM LEMA FUNDAMENTAL
A
menção da palavra felicidade nos conduz a uma avaliação subjetiva
sobre o que ela representa, ou deveria representar, para cada um de nós em especial. Em tudo
quanto se relaciona a nossos valores humanos, fazemo-nos responsivos de uma
forma específica a tal questão, de profundo significado para nossa vida.
Na
maioria das vezes, a apreensão desse significado se torna de difícil
interpretação. Mais por sua condição semântica do que por eventuais
divergências filosóficas.
Para o presente objetivo – o de
explanar sobre felicidade – é que se tentou usar da maior clareza possível,
recorrendo a uma terminologia de alta precisão. Para tanto, vamos fragmentar em
minudências, elegendo os conteúdos essenciais, prestando aos mesmos um sentido da maior exatidão possível.
Para apreensão mais compreensível do
significado da palavra Felicidade, convém estabelecer uma base objetiva,
ainda que de sistematização impossível. Para tanto valem os fundamentos da
ORDEM ROSACRUZ – AMORC, a eles acrescentando ou retemperando suas teses, os
estudos empreendidos por psicólogos, cabendo citar as ponderações do Dr. Emílio
Myra y Lopez.
A par das
considerações magistrais do Dr. Myra y Lopez, serão acrescidas algumas
colocações do místico americano JOEL S.
GOLDSMITH. Este último, transacionado para o Plano Cósmico em 1964, nos elucida
um grande legado em seu trabalho de místico itinerante por longos anos, que se denominou THE INFINITE WAY
– O CAMINHO INFINITO.
Mesclando
essas teses, que nos parecem válidas ao presente tema, completando a Terceira
Ponta de Nosso Sagrado Triângulo, juntaremos o caldeamento dos riquíssimos e
milenares ensinamentos Rosacruzes .
Em nenhum
momento desta tríplice junção advém qualquer conflito de significados que
sustentam a presente exposição. Muito pelo contrário, um acrescenta-se ao outro
de molde a plasmar as verdades simples e ao alcance de qualquer de nós.
Também experiência pessoal vivida, somada àquelas
tomadas de empréstimo, sob as mais diferentes condições, leva-nos a folgar
sobre a validade da presente proposição.
Em que pesem
vários decênios de estudos místicos, a ninguém, mesmo em tais condições, será
lícito arvorar maestria, pois tal atributo
- bem o sabemos – é de exclusividade do Supremo Arquiteto, em sua sábia
regência do Universo.
Por outro
lado, a bem da verdade, cumpre enfatizar que tudo o que aqui se enuncia, foi
previamente, e em muitas vezes – testado e comprovado em instantes plácidos ou em momentos turbulentos, sempre e
sempre com a mesma eficácia. Ainda que sem a pretensão de erigir-se em dogma,
não há porque negar tais evidências.
A busca da felicidade
Cem por cento
da humanidade, sem exceção, acalenta
esse objetivo justo de encontrar e
manter a felicidade. Humanamente impossível se deparar com alguém – em
condições satisfatórias de sanidade mental – que não se encontre empenhado
nessa tarefa cósmica: ser feliz.
Por outro lado, para uma esmagadora
maioria, essa procura se demonstra interminável e/ou sempre adiada. As
evidências demonstram à farta que a ânsia
pela felicidade se engasta como
joia congênita, em cada coração humano.
É
válido observar que a linguagem , por melhor manejada que se faça sobre
esse assunto capital da vida humana, às vezes mais confunde do que explica
.Nessa busca interminável, cada qual de nós constata a sua universalidade, mas
dificilmente entende o seu porquê.
Num sentido de comunicação superior , as coisas são e não são ao mesmo tempo; fazem–se
indefiníveis à luz de um conceito
humano corriqueiro e explicável.
Mas
pode-se afirmar que a busca da felicidade se traduz num anelo humano legítimo, que sintetiza dia e noite, a
cada minuto, tudo o mais. E, na verdade, essa
busca infrene não faz um sentido lógico.
A felicidade mora dentro de nós
mesmos. Qualquer
que se dirija a uma casa que não seja a sua, será sempre hóspede, nunca anfitrião.
Felicidade só existe se nós nos mantivermos em
nossa própria casa, isto é, em
nosso próprio ser.
Receitas de FelicidadeNem sempre funcionam
Na vida nem todos temos a
felicidade de boas companhias. Que sejam inspiradoras e nos iluminem na longa
senda da vida. E até preocupados com a
boa sorte, ao nosso jeito, procuramos nos agregar a outras mentes que nos
auxiliem chegar e conosco caminhar juntas na procura desse bem fundamental.
Inobstante,
nem sempre esses companheiros – tanto quanto nós – se demonstram aptos a lograr
êxito nessa jornada comum. Não raro nos direcionamos a vias opostas, mormente
na juventude, por conta de conselhos e exemplos nem sempre os mais adequados.
Confundimos, por vezes,
alegria com algazarra e, prazer, com felicidade. Bem ilustra esta cósmica e
atávica disposição humana a parábola do Filho Pródigo, de que nos fala a Bíblia
judaico-cristã.
O
puritanismo, excessivamente inimigo declarado do prazer, também não se presta à
melhor receita para a felicidade. Nossa
contextura física, mental e emocional,
não pode prescindir de certos atributos naturais que, enquanto humanos,
somos levados a experienciar.
Nada há de mais danoso do que uma vida sem
qualquer emoção. Ajuizamos até preferível
sentir conscientemente o descenso das marés de nossa existência e
entender esse fluxo em sua naturalidade irreversível. Estas “descidas” abrem um
estuário de novas forças, conduzindo-nos a avançar para novos horizontes.
-
Ajuste Interior –
Em pauta também há um outro fator de suma importância: a
felicidade de cada pessoa pode apresentar mil definições, mas em síntese,
consiste tão só num ajuste consigo própria na aceitação de si mesma.
Nessa
auto-aceitação, obviamente, há de se manter por certo como passível de melhora,
a cada passo, pela escada infinita da perfeição. A posse de uma harmonia interior que se revela
como uma força estática e dinâmica ao mesmo tempo.
A
Ordem Rosacruz, a certa altura de seus ensinamentos, afirma categoricamente uma
promessa que cada qual de nós, se formos sinceros, iremos comprovar ao longo da
vida:
“os princípios rosacruzes não serão meras frivolidades para serem
testadas na bonança. São, sob todas as condições, sólidos pisos, capazes de
resistir às mais terríveis tempestades.”
A Importância da Racionalidade
A felicidade, pouquíssimas
vezes, apesar da inflação dos livros
sobre autoajuda, se faz num objeto de estudo e análise. Frequentemente as ciências e o conhecimento
de modo geral nos sugerem coisas e situações que nos fazem felizes. Ou melhor
dizendo, a tal nos motivam. Mas quantos
não podem afirmar o quão difícil se mostram o poder abrir os portais dessa
cidade sagrada.
Quanto
a nós, rosacruzes, ao longo da História,
enfrentando os naturais solavancos dessa longa jornada, somos
uma exceção nesse quadro caótico.
Nossos passos, em determinada medida,
se cadenciam de forma diferente dos passos do grosso da humanidade. Longe de
nós qualquer pretensão em sequer sugerir que tal condição nos faça melhores do
que quaisquer outros grupos de pessoas. A diferença reside no fato de que
mantemos consciência do porquê da senda, que sempre procuramos iluminar.
Em
remotos tempos, foram de nossas mãos que saíram as primeiras tochas, ainda no
Velho Egito, sob grutas camufladas. Sabíamos já, nessa época, que de uma gruta
tosca de Belém, haveria de surgir a Luz do Mundo.
Meditação e Análise
A
grande inscrição no Templo de Delfos, “Conhece-te a ti mesmo”, mais de
uma vez tem sido incorretamente interpretada em sua significação exata.
Essa
advertência não se resume em um aspecto meramente filosófico. Atravessa os milênios
como uma chave universal, capaz de abrir qualquer coração.
Conhecer
a si mesmo não se reduz ao mero conhecimento do temperamento ou caráter.
Consiste em saber, como os dizeres
bíblicos de João: “Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no
mundo”.
Isto se resume em
conscientizar, bem no fundo da alma, que Deus habita o interior de cada pessoa.
É o lado de nossa dimensão cósmica indefinível, uma com o Universo e
perfeitamente integrada com a Mente Divina.
Aí
reside o segredo dos segredos. Basta buscar essa Presença no silêncio, que é a
voz de Deus e de todas as coisas. Assim encontrará o maná perene que não se
desfaz com o tempo e nos coloca ao abrigo de todas as tempestades. A cavaleiro
de todos os temores.
Amor – Segredo de Felicidade
Sempre e sempre a maioria das
pessoas envereda-se pela via inversa da verdadeira arte de ser feliz. Isto
ocorre quando se admite que o estado feliz consiste em a pessoa sentir-se
amada.
Isto é o mesmo que a lesma crer que o caracol é o seu mundo. A esta
altura, as palavras por si mesmas não alcançam exprimir a verdade de forma
cabal e definitiva. Mas a prática a torna óbvia
a quem desejar a comprovação, bastando cultivar de forma ativa,
permanente e dedicada, o amor que a tudo redime.
No momento mesmo em que
liberamos o amor de nossos corações, integramo-nos com as forças mais poderosas
do Universo e nos sintonizamos com as grandes potências criativas. Juntamo-nos
àqueles seres iluminados e o nosso mundo se abre ao infinito. Assim se cumpre a
profética promessa: “as mais altas inteligências estarão desejosas de nos
servir”, tudo isto quando o propósito justificar essa ação das Grandes
Mentes, ou mesmo a interação cósmica requerida.
O grande obstáculo a transpor,
curiosamente, está no intelecto, tão inclinado e restrito ao mundo
objetivo, restrito a uma redoma estreita e acanhada .
Discorrer sobre o tema felicidade é
um desafio inevitável em tentar abordar
algo que é subjetivo e restrito a cada um, sob um ponto de vista genérico e até
certo ponto universal. Mas é de se crer que a felicidade tem muito a ver com
moralidade e responsabilidade. Pode-se perceber, num grau mínimo de esforço,
quão pobres em felicidade são aqueles e aquelas que desprezam os humildes e hostilizam os
ignorantes.
Tentações
no caminho
A grande tentação do rosacruz,
já se disse, pode advir da presunção. É quando nos consideramos, por nossa condição de buscadores, muito mais
sábios e iluminados do que nossos irmãos menos afortunados que se debatem nas
sombras da escuridão. Na verdade, quando nos tornamos rosacruzes, praticantes
das máximas e ensinamentos dos Grandes Mestres, propicia a inevitável sensação
de se estar colocado alguns degraus acima, em nível de compreensão da vida,
não tem outra finalidade do que ajudar nossos irmãos nessa escalada em que nos
é comum, enquanto membros da raça humana.
Até por nos arrostar em nosso
início tantos espinhos é que nosso melhor preparo se nos fez possível e, ato contínuo, capazes de espancar as sombras
ao nosso derredor.
Portanto, a eeterna regra de ouro é
AMAR. No sentido dinâmico e positivo. A fórmula parece simples, no que concordo
com os que assim ajuizarem.
Mas AMAR é uma disposição cósmica a que não nos
podemos furtar. O progresso trouxe tantos novos expedientes na solução de
praticamente todos os problemas humanos.
Mas, apesar de tudo, só a água é
verdadeiramente capaz de nos matar a sede e, dessa forma, nos manter a vida.
Pois o amor pode ser comparado à água, como fonte de vida que nos preenche na
eterna renovação do progresso sem fim a que Deus nos destinou.
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