CRÔNICA DE UM TEMA ANTIGO E SEMPRE ATUAL

O AMOR ACIMA DE TUDO

 *Geraldo Generoso

Quando amamos fazemos da vida uma aventura. Às vezes feliz, às vezes  malograda. Mas sempre uma aventura de elevação a preencher o sentido da vida. A plenificar o melhor de nós mesmos. Os desencontros do amor são os próprios encontros de nossa alma conosco mesmos. É no atrito das intempéries que melhor nos faz perceber como feitos de corpo e alma.
            A estrada de todos os peregrinos, sem exceção, nesta jornada terrena, é de altos e baixos, retas e curvas, planícies e elevações, planaltos e abismos, calmaria e tormentas. Amar é alumiar esse caminho. A própria dor do amor  se faz doce porque amar é ter um sentido, um norte, um rumo, um porto a chegar, cedo ou tarde.
            As próprias lágrimas, vertidas sobre o cântaro da solidão se transfazem na chuva da esperança, na forma de um arco-íris a vestir um esperado regresso.
A rigor, o amor nunca se perde de nenhum coração humano enquanto ele pulsar na face da terra. Esse sentimento nobre  se funde no próprio clarão do caminho, ainda que sacudido  pelos ventos da incompreensão momentânea..O mundo só tem significado pela sua própria alternância entre luz e sombra. Às vezes o amor parece morrer, como flor pisada, no canteiro de um coração solitário. Mas, eis que de repente, levanta-se de suas  hastes da ressequidas uma nova flor de benquerença.
Podem as nuvens, momentaneamente, tapar a luz do sol, mas o sol insiste em seu brilho, ainda que invisível e imperceptível. É o bastante, a cada um, apalpar o escrínio do peito para constatar que, mesmo roto e amarrotado pelo tempo, os velhos amores nunca morrem. São como a fênix em seu eterno renascer após a morte aparente.
O amor é auto-regenerativo. Ele não mora na outra pessoa, mas no próprio coração de quem o hospeda. Nosso coração não morre ao soar da última batida, no lento ou súbito encerramento da experiência humana.
Já disse um conhecido menestrel : “vulgar é não morrer de amor~. Uma pessoa, seja ela bem ou mal sucedida, se nunca teve um amor é como um cheque sem fundo, cujo destino final é o carimbo de validade vencida.
Amar vale, sim, a pena. Mesmo sob o risco de nos trazer desilusões e a solidão a fazer um ponto final em nossa história. O amor é sempre fonte de novos motivos , de gozo ou sofrimento, mas sempre de vida e elevação.
Vivamos no amor e por ele mesmo. Assim teremos muito a contar aos que amarem depois de nós... e se não tivermos a quem falar de nossa aventura, diremos a nós mesmos, na quietude de nosso quarto: FOI BOM ENQUANTO DUROU.

·        Geraldo  Generoso,  escritor e jornalista –Em Especial para O ESTADO (Rio Branco-AC)



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