Maldizemos,
às vezes,
esta
fome de mundo que nos assola,
esta
ânsia pelo nada que se evola
de
esperanças vãs e estúpidas !
Amargamos
reveses e naufrágios,
pela
busca infrene de posses e títulos,
pagos
ao peso de imensos ágios,
por
bens insignificantes e ridículos.
Na
matéria, desse pó, de que em parte
somos
feitos,
Imergimos
a alma integralmente,
a
insistir na pífia arte,
por
todos os modos e jeitos,
de
desfrutar intensamente
por
via de corpos imperfeitos
uma
falsa ventura que nos mente.
Mas
neste Universo desmedido
nada
se perde, nada está perdido,
nem
um só átomo há de se perder.
Bendita
esta fome insaciável
pelo
que pensamos precisar ou ter,
Esta
fome que nos corrói,
que
tanto nos consome e que tanto nos dói, em
nossa alma tem a razão de ser:
Esta
sensação de tremendo vazio
que
nos traz mil desejos, infinita vontade,
É um
mero disfarce a esconder o pavio
Por
nossa fome de eternidade.
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