SIEMENS: O que se esconde atrás do confessionário?
“No
comércio e indústria, o segredo é a alma
do negócio,
mas em política é a
alma da negociata.” (André Franco Montoro: * 14 de julho de
1916, + 16 de julho de 1999).
De
repente, surge no cenário um fantasma para equilibrar, ainda que sua leveza
invisível, toda a crise que o governo do PT experimenta, com sua base aliada e
gulosa por cargos e benesses. É a fantasmagórica denúncia da Siemens, empresa alemã,
ao afirmar, sob esse esdrúxulo (e inexplicável) recurso da delação premiada, sobre a existência de formação de cartel para
obter contratos do metrô.
Por
se tratar de uma empresa, mormente imbuída de ganhos astronômicos, nada leva a
crer que seja o mero espírito de justiça que a move a esse intento. A primeira
pergunta que salta naturalmente será “o que se esconde atrás de tal atitude”?
O
bom mocismo da empresa denunciante está
longe de poder lhe ser creditado. Afinal, empresas não vivem disso. Vivem de
lucros. Tal disposição é lógica naturalmente compreensível. Está meridianamente
claro, a todos e a cada um de nós, sem qualquer esforço, concluir que a
Siemens, por sua condição e finalidade se move por interesses de lucro. Não é
esse o escopo de toda e qualquer empresa .
O
quê a Siemens delata?
Segundo
a Folha de S. Paulo, a empresa alemã “delatou a existência de um cartel para
compra de equipamentos ferroviário, construção e manutenção de linhas de trens
e metrôs em São Paulo (capital) e Brasília (DF).” Para efetivar tal denúncia pediu imunidade.
De
acordo com a empresa, juntamente com outras, fez por combinar a oferta de um
consórcio único para participar da licitação das obras. Pelo “acordo”, empresas
perdedoras seriam depois subcontratadas.” As empresas citadas, além da Siemens
são: Alston, CAF, Daimler Crysler, entre outras. A Siemens cita todas, pois se
conhecem bem entre si.
Aonde
querem chegar as denúncias?
Esta
novela não é inédita. O Ministério Público de São Paulo já havia se ocupado em
força-tarefa, de análise de 45 inquéritos referente às licitações dos trens da
Companhia do Metrô paulistano. Até mesmo os 15 processos que estavam
arquivados, por falta de provas foram reabertos e tudo será reexaminado em
forma de devassa.
Claro que podem haver desdobramentos, mas o
que fica no ar, e não por conta de mera coincidência, é que já se aquecem os
motores para as eleições de 2014. E 2014 já está aí. Outra não-coincidência é o
CADE (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) ser um órgão do governo federal, exercido pelo PT, ainda que com uma
base fragilizada. E daí a enxovalhar o nome de líderes do PSDB, tripudiando mesmo
sobre a memória de Mário Covas, e assim a incluir José Serra e Geraldo Alckmin
foi um lépido passo de coelho malicioso.
O
quê se conclui de tudo isso?
No uso das palavras de José Serra, que culpa se pode atribuir a qualquer
governo sobre o que as empresas combinam entre si? Como esse assunto já foi
levantado, o Ministério Público de São Paulo já atuou.
Nada impede que o CADE
venha a reexaminar a questão e, com mais felicidade ainda, se tudo for apurado
com o rigor e a justiça necessárias, melhor será para o Estado de São Paulo
será contemplado com a devida indenização.
Mesmo
tendo solicitado acesso aos documentos do CADE, isto foi negado pelo juiz da
2ª Vara da Justiça Federal de Brasília.
E até se fala em segredo de justiça, o que para nós, leigos, soa como um
contrassenso, já que, na cortina de
abertura do presente artigo, usando as palavras de Montoro, bem se pode definir
o que é esse expediente, quando se trata da coisa pública.
Certamente, os áulicos
do PT, apetitosos por galgar o governo de São Paulo, certamente deveriam
agradecer a Siemens por essa ousada iniciativa, mas cumpre lembrar que o povo,
mesmo os eleitores mais humildes, não são tão ingênuos como pensam alguns
estrategistas e marqueteiros de plantão. Apure-se a verdade, doa a quem doer.
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