Geraldo Generoso
Afirmam os estudiosos das Sagradas Escrituras que os relatos
bíblicos sempre enfeixam, de forma simbólica, lições e exortações para conforto
e uso em nossas vidas. As narrativas não se esgotam nos episódios em si mesmos.
São sempre depositárias de uma mensagem a ser decodificada.
Entre
tantas passagens da Bíblia Cristã, na cerimônia de casamento de VITOR ANDRÉ G.MARTELINI (meu compadre e
sobrinho) com ELAINE NARDO, o nosso querido FREI PAPIN, de Santa Cruz do Rio Pardo, como sempre, foi muito feliz na escolha da leitura evangélica na celebração
daquelas bodas.
Conforme
atesta o livro sagrado, já decorriam três dias da morte de Jesus Cristo. Dois
de seus discípulos tomaram o rumo da aldeia de Emaús, distante 60 estádios (3
km + ou -) e pelo caminho rememoravam entre si o trágico acontecimento da transição dolorosa
por que passara o Divino Mestre. Eis senão quando, Cleófas e seu companheiro
são alcançados por um terceiro caminheiro em demanda da mesma povoação.
De pronto o novo amigo quis saber sobre o que
estavam falando e qual o motivo de tanta tristeza e apreensão. Cleófas estranhou por aquele
caminheiro, provindo de Jerusalém como eles, não saber da recente da morte de Jesus.
Eles explicaram o ocorrido. “Ele foi entregue
à condenação. Nós esperávamos que ele remisse Israel, mas eis que já fazem três
dias. É verdade que algumas mulheres, indo ao túmulo, o encontraram vazio,
tiveram visão de anjos e disseram que Ele vive”.
De imediato
o peregrino se pôs a explicar-lhes as escrituras, sobre os profetas e sobre
Moisés e ainda esclareceu que “ao Cristo convinha padecer estas coisas e entrar
no reino da glória”.
Assim
entretidos na boa conversa daquele homem, o percurso se fez breve até a aldeia,
e logo chegaram ao local de destino. Aquele que os alcançara pela estrada fez
que ia para mais longe. Fizeram por convidá-lo para que ficasse, pois já era
tarde “e já declinou o dia” – observaram-lhe.
mente
voltaram para Jerusalém, felizes porque “Ressuscitou
verdadeiramente o Senhor”.
Igualmente
em nossas vidas, muitas vezes somos alcançados,
em nossa trajetória, pelo Cristo disfarçado em um simples caminhante ao
nosso lado.
Da mesma forma que os viandantes em demanda de
Emaús, ignoramos a evidência do Cristo ressuscitado e sempre presente em nossos
caminhos.
Contudo, sempre é difícil ao comum dos seres humanos, como o foi aos
próprios discípulos, reconhecer o Cristo de Deus nos gestos que lhes são
próprios, como lhe era bem peculiar o seu gesto de partir do pão.
Assim, mesmo quando nos parece
que o Cristo está morto na Jerusalém de nosso coração, em que estamos errantes
como que a fugir dos problemas que se nos assemelham fatais e sem solução, o
Mestre está em nosso encalço para nos alcançar por quaisquer que sejam os
nossos caminhos e com Suas mãos abençoadas partir o pão que nos alimenta pelo
resto da jornada.
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