Tornou-se proverbial a expressão - desgastada pelo uso -, mais propriamente como um bordão de consolo do de que convicção - "mais vale ser do que ter", mas que pode soar, não raro, como na conotação daquela fábula da Raposa e as Uvas.
Todavia, se imergirmos na profundidade de uma pessoa, o ditado pode ganhar um sentido claramente verdadeiro. Será o bastante uma dedução a que se é fácil chegar. O indivíduo, na verdade, erroneamente entende que "para ser é preciso ter". Confunde a circunstância de que TER (dinheiro e as coisas que ele compra) possam fazer com que pessoas de posses sejam superiores às demais.
Resta a evidência, a cada um de nós, por mais que o materialismo destes nossos tempos que tão alto conjuga o verbo "consumir" possa preencher a quem quer que seja com o seu falso brilho. Na maior parte do tempo, o coração humano anseia por preenchimento de coisas e sensações impalpáveis e inapreensíveis com os nossos meros cinco sentidos do corpo humano.
Enganosamente, a riqueza exterior, palpável e invisível dos invejados, a rigor não é pelo que os pobres sabem que eles possuem e que as podem demonstrar, mas pela aceitação, estima e respeito de que parecem gozar no seio da sociedade.
Pelo AMOR que parecem desfrutar em relação ao sexo oposto e pela paz que, por incrível que pareça, aos ricos é bem mais difícil desfrutar. Ou, pelo menos, exige tanto mais sacrifício na proporção de seus haveres terrenos.
Em resumo, cada um pode ter mais do que tem. Porém, é impossível, só por isso, ser mais do que realmente é.
Gostei!
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