EM HORAS DE PROVAÇÃO....

ANTE  SITUAÇÕES DESESPERADORAS
Geraldo Generoso
Ocorrem em cada vida humana situações críticas que parecem extrapolar a qualquer limite imaginável. Há circunstâncias em que  a pessoa se sente um animal acuado,  sem conseguir  encontrar  uma saída, para a direita ou para a esquerda, para baixo ou para cima.

            Nosso rei,  deste temporário tabuleiro de xadrez está em check. Em check-mate. Isso mesmo! Termo que pode até associar com a terrível palavra morte. Ou aquela angústia que a precede, porque uma vez morto não se sente mais nada.

            Pode ser de qualquer tipo: saúde, relacionamento, profissão, dinheiro. Quase tudo dói igual.  E como esta nossa breve passagem é farta dessas surpresas infelizes! É aquela sensação de pânico, própria de quem se encontra à beira do abismo para ser tragado e que, de si  mesmos e por si  mesmo nada podemos fazer.

            Esse quadro terrível, não raro, torna-se extremamente penoso. Não bastasse nossa reconhecida e flagrante impotência, ainda nos impõe à condição de guerreiro solitário e desarmado. É aquele momento em que ninguém está do nosso lado e nos estender o necessário socorro.

            Nem nossos pais, nem nossos amigos, nem mesmo aqueles tidos entre os melhores. Não enxergamos qualquer tipo de amparo. O simples pensar sobre nossa situação  nos conduz ao amargo sentimento de derrota. De falência total diante de tudo e de todos. Até de nós mesmos!

            Por tais provações, ao longo do tempo, nesse calvário pessoal, não há muito o que escolher. Não há opção para esta ou aquela alternativa. Aliás, não parece existir a mínima possibilidade de eleger uma sorte diferente.  É possível chegar, por via do desespero,  de até tentar deixar este mundo e colocar um fim à vida por conta própria.

            Há, sim, infelizmente a ideia fatal de dar um fim à própria vida. Chega-se ao absurdo de absoluta descrença. Em Deus e em tudo. E o pior, em tal escalada martirizante é que nosso raciocínio lógico acaba mesmo por  quase nos convencer de que todas as soluções estão mortas para a nossa existência.

            Dizem-nos aqueles que têm fé e até aqueles que não a tem, ou a tem apenas da boca pra fora, para que mantenhamos bom ânimo, mas ainda assim as trevas como que nos alcançam de alto a baixo e não divisamos qualquer sinal de luz no horizonte.

            No entanto, chegados a este ponto crítico, buscamos a última e única tábua de salvação: as Escrituras Sagradas.

 Até então achávamos, em nossa humana e limitada compreensão que “de nós mesmos e por nós mesmos tudo podíamos fazer”. E eis que chegamos à conclusão bíblica do Apóstolo Paulo: “quando estou fraco é que sou forte.”

No momento que tomamos consciência que estar fraco é um passo para passar a contar com o Poder Infinito de Deus em nossa carne, em nosso sangue e em nossa Alma, o sopro divino, que a tudo anima, nos ressuscita.

Nessa conscientização sincera e verdadeira, abrimos a guarda para que Deus ocupe o espaço e opere os seus milagres em nosso mundo pessoal.

Daí  chegamos ao ponto em que a Bíblia, no livro de Salmos, nos sugere claramente por meio destes versículos: Elevo os meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra.”

A partir daí o temor se dissolve. Nem sequer reconhecemos válido amaldiçoar as provações por que passamos.  Esta postura não é masoquista, de se gostar da dor.  Nem também se reduz a imaginar para si   um carma ruim ou negativo. Cristo está acima disso porque Ele trouxe a Graça em lugar do sacrifício e o Perdão em lugar do castigo.


Estando Deus presente em toda parte, como é evidente, no micro e macrocosmos, é impossível que Dele estejamos separados sequer por um segundo em toda a eternidade.

Mas nos advém essa  sensação de dolorosa orfandade, a de que estamos alijados da Presença  de Deus em nossa vida. E essa impressão, ainda que não verdadeira, dói tanto quanto se separados estivéssemos de nosso Bem único e supremo.

Mais uma vez nos acodem as palavras do Apóstolo Paulo: “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso Ser”.







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