TEIMOSIA
Quem sabe até um novo livro saia,
De tantos versos que a ti remeto
Na presunção de sensibilizar-te,
Da lira que de espera já desmaia
Na cadência dum último soneto.
Não existe outro idílio a igualar-te
E parte do meu céu eu te atribuo;
Vem lá da infância tua insistente imagem
Deste meu fado de assim sempre amar-te
E de nunca sofrer qualquer recuo
Toda esta emoção em sua voragem.
Confesso que a outro amor a cada entrega
Ao frescor de tua alma transportei-me
Para o teu ser qual oferenda cega.
Simulo tua alma e corpo, simulei-me,
E o meu Eu
bem lá do fundo alega
Ser meu coração só teu, por mais que eu teime.
Ge Generoso - livro Cântaro das Horas, 1995
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