O MISTÉRIO DO SOFRIMENTO

O sofrimento em todas as vidas é uma constante. Em maior ou menor grau todos se deparam, mas cedo ou mais tarde, com esse cidadão indesejável quando menos espera.

Há até aquelas pessoas - não se sabe baseadas em quê -, que proclamam tal situação indesejável, da qual instintivamente fogem todos os seres vivos, como de valor para evolução da alma.

Sem querer contraditar de forma palmar essa concepção, por leituras sei que não estou sozinho ao achar que o sofrimento, na verdade, é algo que em muito atrasa a própria evolução do ser humano.

Estou com Prentice Mulford, o grande pensador e mística do século XIX, muitos anos à frente dos pensadores de seu tempo, que dizia com todas as letras o que acabo de afirmar.

Dizia Mulford que comparássemos uma árvore bem tratada, com rega no tempo certo, adubos na medida exata e cuidados de poda e eliminação de pragas de seu entorno.

Depois  comparássemos com uma outra, abandonada numa quiçaça, sem água, sem colibrir a fertilizar suas flores, sem o vento para polinizá-la, e o resultado seria óbvio:


 o vegetal bem tratado se nos apresentaria melhor a si e ao mundo, por conta de não ter sofrido tanto das vicissitudes que o outro sem assistência.

Da mesma forma é a vida do ser humano. É verdade que tudo é muito relativo nessa questão, mas, ainda assim, não parece ser uma postura lógica achar que as pessoas precisam sofrer para vencer, alcançar o céu ou seja lá o que for de bom.

Lembro-me de minha infância, e até princípios de minha juventude, quando a Igreja Católica promovia a Procissão do Senhor Morto. Aqueles acontecimentos mexiam comigo no mais fundo.

Talvez até mesmo fosse essa a pedagogia da Igreja, no sentido de nos tornar, de um lado, cientes de que a vida é farta em dores, além de mostrar o sofrimento de Jesus Cristo pela humanidade.

Talvez também nos imunizasse quando chegada a hora de ver a morte de perto, pois o catolicismo é muito pragmático, e não traria isso como simples teatro sem uma finalidade.

Inobstante, quero crer que o melhor para ser feliz, para viver uma vida decente e, sobretudo cristã, é preciso que haja condições otimizadas para que nossas crianças cresçam com felicidade, ternura, encanto, mitos felizes e carinho sem conta.

Chega de masoquismo, de filosofias doentias que desvirtuam a verdadeira finalidade da vida. Não que o hedonismo, a busca pura e simples e única do prazer, seja a via correta. Não é correta quando ela se faz excessiva.

Mas, daí a  nos receitar esse remédio amargo e com efeito colateral inverso e irreversível - de nos tornar menos felizes e mais afeitos a todo tipo de inquietude e, a partir daí, com um sofrimento que às vezes chega ao limite de ele próprio nos isentar da própria sanidade mental, nisso eu não creio e sempre combaterei, levando ao longo da história, as palavras e ensinamentos do grande PRENTICE MULFORD.

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