LIVROS SÃO SEMENTES

Ultimamente optei por transcrever algumas
 dicas e considerações sobre literatura que
 julgo de proveito àqueles e àquelas que, como
 eu, são amantes dos livros, esses 
companheiros que nunca nos abandonam. 
Pincei este texto do Clube  dos Autores.
 Visite você também  www.agbook.com.br




É comum o mercado inteiro considerar um livro como uma espécie de ponto final de uma jornada de conhecimento. E isso até pode ser (parcialmente) verdade sob a ótica de um autor – mas e do leitor?

Imagine, por exemplo, um livro como Mulheres de Saramago, publicado recentemente aqui no Clube. É óbvio que o livro em si já traz toda a sua própria narrativa e os pensamentos do autor – mas, para o leitor, ele pode ser um ponto de partida para uma jornada ainda mais ampla.

A partir desse livro, ele pode se interessar por outras obras, algumas do próprio mestre Saramago. Pode acessar artigos sobre Memorial do Convento ou Ensaio sobre a Cegueira; pode querer ver o filme feito sobre o último; ver entrevistas no Youtube envolvendo Saramago e estudiosos sobre ele; e assim por diante.

Para um leitor interessado, todo livro funciona como uma semente para uma nova árvore de conhecimento, com raízes e galhos imensos que podem se desdobrar até o infinito.

Nós, aqui no Clube, acreditamos que o futuro do livro seja precisamente isso. Nada de debates infrutíferos sobre ebooks substituindo impressos ou impressos continuando a dominar: sendo franco, discutir a forma da literatura nos parece uma perda de tempo considerando as tantas transformações pelas quais a literatura como um todo está passando.

O mais importante é algum formato que some, de maneira explícita, essa árvore de conhecimento que nasce a partir de cada livro. Algo que seja impresso e eletrônico, físico e digital, em texto e em vídeo. Tudo ao mesmo tempo, mas tendo um único ponto de início: uma história contada por alguém.

Ainda teremos muito a falar sobre esse tema nos próximos dias mas, desde já, queríamos a opinião de todos os autores.

O que você acha especificamente sobre isso tudo?

REVISÃO DE TEXTO DE CLAUDIA SARTI


Abro mais esta exceção para aqui transpor um trabalho sobre o poema de CLAUDIA SARTI.  Ela é uma escritora que, se realmente mantiver o tempo e a paciência requeridos para o sacerdócio da literatura, pode vir a se tornar uma escritora conhecida. Ela é bem original na escolha dos temas e no emprego dos termos.

Geraldo Generoso - 




Quando Pichei  seu Túmulo

(O correto é PICHAR. Eis alguns exemplos de construção onde esse verbo incide:
verbo
 transitivo direto
1  aplicar ou colocar piche em
Ex.: pichou o piso para criar uma camada impermeabilizante
 transitivo direto
2  escrever, rabiscar (dizeres de qualquer espécie) em muros, paredes, fachadas de edifícios etc.
Ex.: pichou o nome da gangue na parede da igreja
 transitivo direto
2.1 escrever ou rabiscar dizeres políticos em
Ex.: candidatos sem consciência costumam p. os muros
 transitivo direto e intransitivo
3  Uso: informal.
falar mal de; maldizer
Exs.: a crítica pichou muito o filme do rapaz
 gostava muito de p.
Repintaram, em prateado de mau gosto; sumiram com o meu grito desesperado de socorro e saudade. Como testemunhas, bons e maus fantasmas, e os personagens do Furlanetto. Nada para mim disseram. Simplesmente apagaram. Tudo bem, foi melhor se calarem, e melhor que não ouvi qualquer comentário que denotasse falta de conhecimento de causa. E  ali ninguém o tinha.
Ninguém ali perdeu seu parceiro, pelo menos ninguém tão jovem quanto eu havia perdido. Ninguém entregara a terra o corpo do seu amor, tão moço, tão pai, tão forte.
Ninguém ali teve a vida sustentada por um anjo, anjo moreno que lentamente crescia dentro de mim.
No cemitério era comum essa cor prateada a ofuscar a vista. Burrice de uma cidade onde a incidência de luz maior do país, quando não cativa pelos tons variados e maravilhosos que tingem o céu e a Serra da Mantiqueira, agride os olhos já maltratados, de quem não consegue livrar-se de uma terrível enxaqueca.
Pichei seu túmulo com o mesmo sentimento que lhe cobri o caixão de terra, tomando em minhas mãos a enxada do coveiro corcunda, que ousava lhe entregar à mãe no meu lugar.
Pichei, como quando quis beber teu sangue já duro, para continuar em nosso amálgama profundo, sem nunca tê-lo permitido acabar.
Pichei, como quando avidamente subi nossa conhecida montanha, no primeiro amanhecer em que você já não estava conosco, para te procurar entre as nuvens daquele alvorecer cinzento.
Pichei, como quando trocava as fraldas de nossas meninas, e me alegrava com seus sorrisos que muito lembraram os teus, e pondo-me a funcionar ao menor sinal da necessidade de minha presença materna, e agora, paterna também.
Pichei  o teu túmulo, no desejo absurdo, de te fazer  entender que precisavas voltar...
Pichei teu túmulo, pra que São João da Boa Vista, e toda a gente soubesse da minha síndrome de Julieta e  fosse menos dura comigo.
Pichei teu túmulo, pra que todos vissem que  era de amor que eu sofria, e que a solidão em que a cidade me inseria era por demais cruel.
Pichei o teu  túmulo porque não queria mais ser só. Porque queria o teu abraço, teu colo... Queria que me jogasse para cima e me pegasse no ar. Desejava intensamente que tu, como antes, me puxásseis   para os galhos mais altos, os quais  eu não pudesse alcançar.

Pichei porque pichei. Sei lá porque pichei. Já que isso não passou de um grito surdo que só eu mesma escutei.

Paródia em Homenagem a IPAUSSU “Moreninha Linda”


Moreninha linda -
 https://www.youtube.com/watch?v=xympK9jzbTc

Intérpretes : Tonico e Tinoco
Compositores: TONICO / PRIMINHO  /MANINHO

Versão: Geraldo Generoso
Foto Ilustrativa Dr IDRIS FARES 






 FLOR DO VALE LINDA 

Olhando pra qualquer lado
Sempre há flor que vem e vai,
Ipaussu,, com suas belezas
A qualquer turista atrai,
Nesta terra de bonança
Sempre a esperança é demais.

 Flor do Vale linda, Do meu bem-querer
É grande a saudade longe de você.

Aqui há flor e passarinho
Que canta no amanhecer,
Cidade de lindas festas
Pra nunca mais esquecer,
E todos que viram esta
Cidade querem a rever.

 Flor do Vale linda, Do meu bem-querer

É grande a saudade longe de você.

Ipaussu tépido ninho
Do mais belo entardecer,
Há no lago uma beleza
Que em nenhum lugar se vê,
Refletindo a Natureza
A quem sabe proteger.


 Flor do Vale linda, Do meu bem-querer
É grande a saudade longe de você.

LOUCURA E CARINHO

A rigor, um blog se destina a ser um repositório de confissões e desabafos pessoais. Ou, pelo menos, entende-se como válidas as descrições e narrativas com alto teor de subjetividade. No entanto, nesta oportunidade, abro um parênteses para acolher aqui nos meus Alfarrábios um texto interessante e profundo de uma pessoa muito especial como escritora, e que por deferência especial me chama de "Professor": Refiro-me ao texto LOUCURA, de Claudia Sarti. Ei-lo. Podem aplaudir e compartilhar. 

Loucura

Crônica de Claudia Sarti

Da primeira vez eu estava longe, apenas soube como foi, as cartas repetitivas, religiosas, apelativas, recheadas de chantagens emocionais. 


Eu não vi dessa vez, mas foi duro, quando cheguei , já estava presa.  De tranças, eram duas, caídas uma de cada lado do pescoço, não muito longas, meio durinhas. Os cabelos ainda não totalmente grisalhos, só de começo.


 Um portão pequeno se abriu e ela me viu, riu e chorou ao mesmo tempo, estava mais magra, disse: É minha filha! Pensei que fosse minha mãe!


Convidou-me a entrar, como se eu a estivesse visitando-a em sua própria casa... Como se há tempos não morássemos juntas.Ofereceu o que havia, água e mamão. Eu não quis, e trêmula esbarrando a colher nas bochechas, conseguiu enfiar uma colherada da fruta na boca. 

Ainda sinto o cheiro. Foi doce vê-la rindo, foi triste vê-la ali, no meio da cidade dos lamentos. Misturada nos remédios, impregnada é o termo na linguagem científica.


Certo dia depois da visita houve uma história. Por um desentendido com uma colega acometida com o mesmo mal, havia mudado dequarto. 


Diz ter sido sorte, na verdade um verdadeiro milagre. A fumante trancara a porta por dentro e ateou fogo ao colchão, só sobraram cinzas, o pequeno e desfigurado corpo foi visto pelas outras sendo
tirado do quarto ainda quente e cheirando fumaça. 


Teve sorte, Agradecia emocionada olhando para o céu não estar no

 quarto que pegara fogo, pois a mantinham amarrada, 

nã conseguiria fugir.

__ Obrigada senhor, obrigada senhor!
Outras e outras vezes mais. Aventuras deprimentes... Desventuras
Certa vez ficou amarrada três dias.

 A corda passava nas axilas, só falava loucuras, ninguém a ouvia, 

muito menos aquelas enfermeiras militarescas e mal-educadas 

ouviriam, deixaram-na lá, minguando, chorando, implorando a 

Jesus, ao bom senso que há muito à abandonara e que os presentes 

esqueceram de trazer para o trabalho.


 Quanto mais forçava, mais os nós se fechavam. 

O sangue pisou, as cordas entraram na carne e ali ficaram enterradas.  Três dias, três longos dias. São grossas as cicatrizes, e ela parece guardar orgulho de ter aguentado. 

Existem coisas que não possuem medida na tristeza.


Mas, por mais incrível que pareça houve às vezes engraçadas. É teve sim, subiu no telhado do sobrado da casa da Rua Pitangueiras, em São Paulo no bairro Mirandópolis.


 Falava com o sol e com ele brindava o nascer do dia, foi lá para 

cima, limpar o telhado do sobrado comprido, imagina só, varrer o 

telhado, que loucura...de lá de cima viu o sujeito estacionar um 

corcel marrom, antigo.


 _ Nossa! Indignada gritou, que sujeira! Alem de estacionar em

 frente a minha casa, em frente a minha garagem, vem com esse

 carro imundo?! Ah não, exclamava aos berros, e desceu, munida 

de panos, baldes e sabões. Lavou todo o carro, até por dentro 

porque o infeliz, ou feliz, havia deixado a porta aberta, lembro dele

 chegando:


__ O que é isso aqui? E é lógico que teve muuuuitas explicações e 

quase que os argumentos não acabavam. 

Os tapetes do carro na calçada, não houve   saída, só restou  a ele 

 esperar a minuciosa limpeza do seu carro.



Outra vez, depois de cinco dias sem comer, sem beber e quase sem 

piscar, o coma. E outra dançando na chuva, carregando o piano, 


trepando na geladeira. É assim, é loucura, e por vezes me pego 


amando-a.

HOMENAGEM A UM AVÔ ESPECIAL

A ÚLTIMA VEZ

 Ge Generoso

Sempre afeito aos brinquedos
Com os quais me presenteava;
Em horas de folguedos,
Espancava os meus medos,
Sumia e regressava.

Escondia uma vez,
Dali a pouco  aparecia.
Era a minha alegria
Sempre com rapidez
Ridente ressurgia..
.
Por condicionamento,
Supus sempre assim fosse:
A volta no assobio
Daquela sombra doce..
Num dia inesperado
Eu  o perdi de vista.

Não sei para que lado
Partiu sem deixar pistas...
Foi de olhos fechados
Buscar outros artistas...


Homenagem ao avô Manuel Fontes (1904- 1968)

UM POEMA DE CLAUDINHA GARROCINI

É este um Poema Concreto da sobrinha CLAUDIA GARROCINO, e que tem corrido por este mundo à fora. De fato, ela traz poesia não só nas mãos, mas no coração e no espírito. Está badalando na Itália e quando voltar trará mais poesias para nós.
Abraço a todos.

CRÍTICA E REVISÃO LITERÁRIA


AMIGOS DESTE BLOG, 
Tenho me ocupado em revisar autores dos mais distantes rincóes do Brasil. Abaixo registro o meu método de trabalho, com os comentários que julgo mister.
Ge.Generoso





SINFONIA DE VOCÊ        (Roberto, altura mais ou menos da pág. 22)

Sei que foi tão lamentável
E até incompreensível
Quando esse sentimento
Dominou meu infinito:
Eis que já não tem mais jeito,
Mesmo que a música não toque,
Eu acordo em seus acordes
Deliciando-me numa sinfonia
Que tua existência executa
Dentro da minha alma...
E sou profanado por sua melodia.
E meu universo toca em você.
E, me inebrio nas tuas canções,
Mesmo sem qualquer melodia no ar.
[ Beto, este poema pode ser retrabalhado.  Com todo respeito a seu direito autoral, e sem invadir a sua autenticidade, eu gostaria de ver esse poemeto, com o mesmo sentido que você quis oferecer, e ofereceu, sem prejuízo do conteúdo. Que, aliás, achei muito bom. Bem pessoal seu, mas no meu entender ficaria mais adequado (em termos técnicos) reescrito assim.  O emprego dessa expressão “PROFANADO POR SUA MELODIA”, empresta um sentido riquíssimo. Tanto assim que apanhei bastante aqui para deixar essa expressão em realce.  As alterações que sugeri (mera sugestão) também se prende a evitar o uso de muitos adjetivos. O mínimo possível. E na verdade, você, nos primeiros 3 versos abusou um pouco do emprego dessa categoria gramatical.  Segundo Evgeny Rein “Se você quer que seu poema realmente funcione, evite o uso de adjetivos. Reduza-os ao mínimo. Mas você deve enchê-lo de substantivos e até mesmo os verbos devem sofrer restrições. Se você lança sobre o poema um véu mágico que remove adjetivos e verbos, ao retirá-los do papel ele deve estar ‘escuro’ de tantos substantivos.”


Grita em mim um lamento, {para tirar a palavra LAMENTÁVEL, que é adjetivo}
Que por mais que tento
Não me é dado compreender {para eliminar o adjetivo incompreensível }
Quando esse sentimento
Arrebata-me  o infinito.

Eis que não há mais jeito:
Mesmo que a música não toque
Eu acordo com seus acordes
Na sinfonia em  que me deleito
Que de tua essência  explode
Aqui dentro do meu  peito.


Meu universo a ti se vai  juntar
E me inebrio nas tuas canções
A orquestrar-me a noite e o dia
Mesmo quando longe nossos corações,
Eu sou profanado por tua melodia.










RITUAL DO TEMPO

Não dispare em mim
Os dardos da emoção,
Que você não deseja ver
Penetrando em sua alma.
Não morra antes do tempo.
Ainda é cedo pra vaidade.
Não morra antes da sua hora,
Porque nem sempre o tempo
Está pronto e programado
Para receber esse banquete
Do ritual da nossa morte.
[Veja aí, Beto. Um bom poema. Você não abusou de adjetivos e deu um fecho bem à altura. Você obedeceu de modo correto a hierarquia do discurso, onde o eixo é NÃO MORRA ANTES DA HORA. ]












DA SOLIDÃO         

Amar é um ato solitário, às vezes
Mas a solidão pode ser também
Um ato sublime de gratidão da vida
Para mentes e sentimentos errantes
Quando o mundo lá fora
Desmente a mentira
Que somos cada um de nós
Quando vivemos uma companhia.
[ Um poema bem urdido. Só tenho a observar, como regra, que o emprego do verbo SER poderia ser menor, já que os verbos: ser, ter, estar são muito comuns. Mas você dá um voluteio muito bom, confronta ideias opostas e o fez com maestria. ]



CONTRAMÃO

Eu te quero, é isto,
Senão for dividido em duas partes
Um pedaço somente do teu eu em mim
Você tem duas pernas, duas narinas,
Dois ouvidos, mas apenas uma boca:
É hora da decisão!
Não deixe este sentimento na contramão.

[ Matou no ninho. Esse é um poema muito seu, ao seu estilo e você foi feliz. Grande espírito de síntese você tem. É um poeta para este tempo, em que os poemas extensos estão condenados às traças.]





QUAL O TAMANHO DESTE AMOR?

ACORDES DE UM AMOR ETERNO.
 Ge Generoso -

Se eu soubesse onde Deus esconde os dias e as noites, que aos poucos dispõe  um a um no tempo que marca as vidas humanas, iria buscar muitos mais – dias e noites – para que uma pessoa pudesse deles dispor, com saúde e alegria pelo tempo eterno.

Mas eu não sei onde está essa dádiva que o Criador distribuiu aos poucos, em meio à Terra, com tantas vidas humanas. Onde ele guarda as noites estreladas e as auroras estalando de luz?

Eu evocaria o Deus de Abraão, Isac e Jacó. O Deus dos  próprios ateus, duvidosos de Sua existência, para me alçar a essa dádiva.

  Com esse dispor da luz dos dias e do clarão de luar das noites para acrescentar à existência de uma pessoa que, ainda que de ânimo cansado, e com perdão de meu egoísmo, sempre ficasse ao meu lado enquanto eu houver na Terra.

Talvez possa soar pretensioso de minha parte ir bater às portas do armazém da eternidade para pedir por mais dias à figura materna que me trouxe ao mundo.

Mas, ainda que eu não encontre esse depósito infinito de dias de todos os matizes, ciente estou de que só não vê a Deus quem não o desejar.

 Ou então aquele que na suprema desdita foi incapaz de contemplar o AMOR DE DEUS que só vem ao mundo na pessoa da mãe que o encarna e o traz à luz de todos os olhos.


Assim é que, na impossibilidade de acumular na concha dos dedos os dias futuros, peço a Deus, que se faz o mais evidente possível no formato de um coração de mãe, que nos abençoe com Sua luz e Sua misericórdia.

Assim extensivos a todas as mães, que é daí que o verdadeiro amor se irradia eternamente para cada pessoa humana da face da Terra. 

O Amor de mãe é a indisfarçável presença do amor do próprio Deus. Ou alguém terá um exemplo maior e mais evidente para nos apresentar, desde a criação do mundo?



VOCÊ ESTÁ TRISTE?

A VOCÊ QUE ESTÁ TRISTE
Ge Generoso

Quem fez a lágrima
Que é o salga o  rosto ?
Não foi a mágoa 
Nem o desgosto.

Esta água que desce
De quase todos os olhos
E à própria alma umedece,
Quem a fez foi Deus.


Assim o homem como a mulher
Ao mundo não vieram
só para chorar!

Uma lágrima caída,
Ou muitas, dentro da vida,
Pode ser para regar
Uma ilusão querida.

Tudo se vai com uma lágrima
Que cai de cada face,
E é na fonte da própria tristeza
Que se faz a ponte
Para a própria  beleza.

Se Deus fez o pranto
Como um produto para o desabafo
De mágoas fundas ou passageiras,

Sabemos que, passageiras,
Assim se fazem todas as águas
Porque somente nós somos infinitos,
E transitórias são todas as mágoas.




ÍMPETO DE MATAR A TODOS

DESEJO PRINCIPAL  DO SUICIDA ?

Não tenho de pronto o registro exato do número de suicídios no Brasil, mas é um assunto que deveria ocupar mais  a atenção das autoridades, médicas, psicológicas  e políticas em geral, pois já atinge cifras inéditas em volume de ocorrências.

Em atenção ao título, à guisa de mera análise, na verdade a pessoa que tenciona suicidar-se, ela tem embutida um instinto para matar a todas as pessoas com ela direta ou indiretamente envolvidas.

 A rigor, a consumação do ato entende-se mesmo por esse resultado, pois morrendo ela "mata" praticamente o resto da humanidade. Até se diz no N/A: o suicídio é o cúmulo da birra.

A teoria Espírita, ao ocupar-se desse tema - e é uma das que mais de perto ferem esse assunto - são de opinião que a alma do suicida se sujeita, no plano astral, a todos os sofrimentos que pensa evitar com seu gesto extremo.

É uma questão delicada. Infelizmente  tão melindrosa,  que pouco se divulga sobre as causas de alguém entrar nas  sombras desse recurso extremo. 

Mais e mais ações são necessárias, a começar da família. E não somente nos adolescentes, porque quando o indivíduo chega à adolescência ele já está com uma bagagem problemática, com uma bomba armada no espírito, pronta a desencadear-se numa atitude sem volta.

Mais uma vez, em prejuízo da originalidade, nunca é demais repetir que a família e a escola levem em conta essa probabilidade, pois uma vez consumada essa loucura não há nenhum meio de retroagir e remediar. 

MÃO DE DIREÇÃO (Poema)


As tuas mãos
           são 
         asas
que me fazem
voar 

Ao paraíso.

Unidos
nossos
dedos

com ou sem alianças
vamos furando céus
para beber

o mel das estrelas.

RESPEITO E AMOR AOS SERES HUMANOS

RESPEITEMOS OS VALORES HUMANOS
Geraldo Generoso
Infelizmente, o mundo atual encontra-se cada vez mais laico, para não dizer quase alheado por completo da espiritualidade que melhor serviria aos interesses mesmos das próprias nações. Necessariamente, não seria dizer que os Estados fossem influenciados ou, pior ainda, influenciassem as religiões. Aliás, nem mesmo seria o cso de usar o termo religião, no sentido de se ater a uma denominação específica.
     Em que  pesem fatores como a modernidade hipnotizada pelo consumismo, alimentadora do capitalismo tão ateu quanto o comunismo, ainda assim se percebe que as palavras de Cristo, de um modo quase imperceptível num primeiro olhar, prevalece com muita força sobre o mundo.
     Claro que ainda falta muito, mas os regimes arbitrários e autoritários, em todo o planeta, estão sendo questionados e postos à prova. Malgrado às vezes ao preço de lágrimas de sangue, ainda assim os valores humanos são – bem ou mal, mas progressivamente reconhecidos.
     E tudo isto não obedece a uma lógica, a uma explicação que sugira vantagens no custo-benefício de medidas de governo que são tomadas aqui e ali. De impérios que roem praticamente do dia para a noite, sinalizando uma nova alvorada. Como agora se viu na própria China, onde o autoritarismo (grande ainda) vai a afrouxar-se com maiores liberdades.
     O mesmo se diga de Cuba, onde o comunismo já estertora em meio à sua sandice de criar um estado-deus para os seus habitantes. Igualmente, no mundo inteiro, a pena de morte já não é tida como receita infalível para melhoria e higienização da sociedade.
      Poderia citar vários outros países, onde se pode dizer que o mundo encontra-se em evolução e, o mais interessante, sob os preceitos cristãos, ainda que, a bem da verdade, falta muito, e especialmente para um país cristão como o Brasil ser tão cristão quanto o é o Japão, em termos de vida da população.
     Todavia, é notório que o mundo não é o mesmo, e muda de uma hora para a outra, quando irrompe aqui e ali aqueles fazedores de um novo tempo, que são os grandes pensadores e homens e mulheres de ação por uma vida mais digna.
     É que o ser humano, por mais degradado que se faça na pessoa de um indivíduo, ele não é mero fruto do acaso, ou do acidente eventual entre um espermatozoide e um óvulo. É uma criatura, que só pode ter resultado de um Criador, que é Deus. Por isso, só por isso, a gente pode, sim, crer que o mundo alcance um percentual de condição de vida bem melhor para os seus moradores. Óbvio que há medidas urgentes a se tomar em vários setores de governo em cada país, mas tudo isso, no seu devido tempo será providenciado, porque por mais que se propague que tudo está perdido, Deus prossegue tecendo após cada noite escura uma alvorada radiante.

    

LUZ OCULTA



LUZ OCULTA
G.Generoso

Os obstáculos se sucedem num crescendo 
Que me parece impossível
Superá-los com as minhas  próprias mãos !

Corro ao Teu encontro
E esta corrida me parece vã,
Mas me sobrerresta
Em minha fé anã
Uma réstea de luz
Com a qual sempre conto.

Só resta Te esperar
Na vigília amanhecida,
Tecida
Na esperança insone do luar
Em encontrar
Para o meu coração
A Tua mão estendida
Em Tua suprema proteção!

Deixo-me ir, enfim,
Ao fim que ignoro por completo:
- De onde virá esta paz que me invade?
De onde me vem esta força
Com sabor de eternidade ?
De onde vem esta luz
Para os meus olhos apagados?

Vem de Teu santuário, 
Vem assim tão mansamente,
Oculta entre as sombras do meu rosto
A iluminar-me inteiramente,
Que não sei como explicar
Como posso
Apesar desta pesada cruz às costas
Ter forças para erguer-me ao Teu céu infinito.

PRISIONEIRO

PRESO NO TEU LAÇO

Que me liberta

Do jugo 
De  não ter um norte

Eu te vejo
Como uma luz

Que me cega
Para esta vida

Com um afago
Que me faz ver 
Até o fim

Você 
Cá dentro em mim.



VIDA DE POETA

                      VIDA DE POETA
G.Generoso

É tecer com fios de pensamentos,

com teias de sentimentos

o amor maior de viver só

ou com alguém

mas sempre bem

e com beleza.


                                     
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...