Cunha foi afastado, mas seu lugar é na cadeia
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Há muito tempo estamos reivindicando nas nossas postagens a saída de Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, a cassação do seu mandato assim como o andamento dos seus processos criminais, que culminarão, inexoravelmente, depois do devido processo, com sua prisão em regime fechado (na medida da sua culpabilidade). É o mínimo que a população humilhada e escorraçada espera da Justiça, diante da desfaçatez e da arrogância de mais esse nefasto cleptocrata das oligarquias brasileiras que nos governam.
O ministro Teori, ao afastar Cunha do seu mandato (não apenas da presidência da Casa), repara uma das maiores injustiças no país, que deve ser passado a limpo (tanto quanto possível). Quando numa única pessoa pública se reúnem a facilidade para corromper e ser corrompido, o fanatismo religioso e o autoritarismo, o desastre para a nação é mais do que certo. A corrupção sistêmica, ofertada pelas grandes empresas nacionais e internacionais (Mitsui, Samsung, empreiteiras etc., no caso de Cunha), e aceita pelos agentes políticos, corrói por inteiro a democracia, transformando-a em instrumento da perpetuação das pilhagens daqueles que exercem o poder.
O Plenário do STF, ainda no dia de hoje, estará reunido para decidir uma ADPF (da Rede) que pedia exatamente o afastamento do presidente da Câmara, que descaradamente, com a ajuda de cínicos parlamentares que defendem sua “causa”, sempre usou o seu cargo para se esquivar das suas responsabilidades, sobretudo pelas mentiras que conta sobre suas contas secretas na Suíça, nos EUA e em Israel. Cunha e toda sua tropa troglodita de quadrilheiros precisam ser contidos, porque a ganância corruptiva e os desmandos das oligarquias dominantes não têm limites, até que um órgão de controle (externo) tenha coragem de fazer cessar os mandatos de todos aqueles que usam o cargo público para a promoção de falcatruas e negociatas, em detrimento da res pública e da população.
O próximo alvo da Lava Jato (e do STF) deve ser o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Vergonhosamente, há 1.200 dias tramita pela Corte uma denúncia do PGR contra Renan, sobre corrupção (a Mendes Júnior, em troca de favores, pagava a pensão da sua filha). Ambos, transformados em réus, jamais poderão assumir a Presidência da República nas eventuais ausências de Temer que, diga-se de passagem, está começando muito mal seu mandato, na medida em que não acha nada anormal nomear como ministros pessoas que estão sendo investigadas criminalmente.
Seu ministério de “notáveis” pode, no final, ter mais a cara da Papuda do que da deusa da honestidade. Mesmo os considerados “melhores” possuem manchas indecorosas no seu prontuário (que vai muito além do curriculum), sendo esse o caso de José Serra, que até poucos dias empregava em seu gabinete a irmã da ex-amante de Fernando Henrique, que nunca apareceu no trabalho. Funcionária fantasma, mas paga com nosso dinheiro.
O necessário impeachment da presidente Dilma, como se vê, só foi o fim do começo. Se o STF aceitar nossa tese (minha e de Márlon Reis) de que todos aqueles que estão na linha sucessória presidencial devem ser afastados dos seus cargos, ninguém doravante com prontuário recheado poderá ocupar os cargos mais relevantes da República. O sucessor de Cunha na Câmara é Waldir Maranhão, investigado também na Lava Jato. Logo que recebida a primeira denúncia criminal contra ele, evidentemente tem que ser afastado do cargo. Assim é que a Justiça pode fazer a sua parte para que derrotemos o clube da cleptocracia que nasceu para nos roubar e nos pilhar dentro das oligarquias dominantes (políticas e empresariais). O Brasil passado a limpo (tanto quanto possível), é o mínimo que os eleitores brasileiros esperam.
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