Mouros e Moros



Aos caros internautas,  esta interessante 

página do colega Raul Almeida, do Blog

Contubérnio Democrático.





Raul Almeida




O velho ditado português remonta ao século XIII, quando piratas mouros atacavam dentro e fora do Mar Mediterrâneo, aterrorizando aldeias portuguesas do Algarves. Alertados pelos vigias, os aldeões  fugiam para não serem mortos ou sequestrados e vendidos como escravos, e as suas aldeias eram pilhadas e incendiadas. 


Curiosamente, o brado das sentinelas converteu-se em dito popular e chegou em águas mansas, ao século XX, com o significado de que algo de ruim estaria para acontecer.

Outros sentidos lhe davam as mulheres mais velhas de alguma família, quando notavam um rapazote tentando acercar-se de alguma neta, sobrinha ou mesmo prima em suave desabrochar.
O perigo do amor, da sedução, do bote, enfim de um coração enamorado com risco de ser partido.

O romance desvaneceu, a sedução tem outros contornos e formatos, e o amor, por incrível que pareça, resiste e sobrevive as maledicências, inconsistências, e escorregões que a vida coloca nos caminhos das casadoiras, tal como se diz :nas terras de alem mar

Os piratas modernos não mais navegam em águas profundas e perigosas nem pilham pescadores maltrapilhos nas praias de aldeias e povoados. Os piratas modernos usam outras naves muito mais poderosas que as chalupas e lacraias de antigamente. Pelas diárias de hotéis que pagam quando em viagem, devem aproveitar bem o banho e os lençóis, diferente de seus assemelhados do passado, de pouco asseio e nenhum conforto.

Os piratas modernos não mais recolhem peixes salgados dependurados em varais, nem potes de cobre, nem vestes, nem porcos ou galinhas... Quando escravizam, o fazem por meio de doutrinação, por repetição de mantras políticos, por pouco pão e muito circo.

Os piratas convencem, iludem, ludibriam, engambelam, mentem, falseiam, esbulham e são tratados com reverencia aceita e consentida.

os tolos e ingênuos não mais precisam curvar-se ao fio da espada bucaneira, nem do açoite vil.

O sonho do imigrante português de fazer fortuna trocou as terras brasileiras por outras, e o significado do velho ditado não poderia ficar na mesma: Mouro na costa.



Que maravilha! Viva o Dr. Moro. Sai o pirata e entra o Juiz 

Os vigias de hoje, modernos como seus alvos, não são mais toscos aldeões. São bacharéis, são agentes, são oficiais, são procuradores e promotores. Delegados e policiais. E trabalham duro. Pesquisam, investigam, perguntam, analisam, estudam e encontram os caminhos dos piratas.

Não os enforcam. Sufocam suas maracutaias, patifarias, conchavos, desvios, desfalques, propinas, mentiras e as falsidades.

Depois, levam tudo para o Tribunal, onde Dr. Moro, Juiz inexpugnável, vai encarcerando um a um enquanto nos devolve a esperança.

Não mais aldeões nem pescadores, mas cidadãos esbulhados, espantados, traídos e humilhados pelos piratas em que um dia acreditamos. 

http://www.digestivocultural.com/blogs/post.asp?codigo=5804&titulo=Ha_mouro_na_costa....

COMENTÁRIO G.GENEROSO: Caro colega Raul, eu que venho de pós-graduação com minha bisavó, também ouvi um ditado mais ou menos consoante ao que você expõe. Sempre que minha bisavó Edwirges Franco se dava conta de que atrás do que parecia ser, havia alguma coisa oculta, ela dizia :Nesse pau tem mé. Isto é, onde tem mé (mel) tem abelha, e é preciso cuidado rss.,


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