TIMBURI, A JANELA DO POENTE




CONFISSÃO DE TIMBURIANO


Brotei por um acaso em Timburi
E em árvore me fiz a vida inteira.
Tento, pois, encarnar essa madeira,
A haurir a seiva que por lá colhi,
Das águas pelo pranto que verti,
Dos seus orvalhos e suas cachoeiras.

O encanto do amor que me sustenta
Me vem, talvez, das ruas acanhadas.
De pássaros a assoviar; violas dolentes.
Mais que a ferro são marcas carimbadas
Nas pernas, que usei nas cavalgadas,
Nos olhos guardo auroras e poentes.

De TIMBURI eu trago em mim a roça,
O soluço redondo da carroça,
Os cascos do cavalo marchador.
Mais que o território e as paisagens,
Mais do que fotos, mais do que imagens:
Eu trago esta saudade que me acoça
Dentro da Alma sem me causar dor.




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