ÚLTIMA SÚPLICA (soneto)


      

                   És da vida a razão, és o maior motivo            
 Desta existência já desmotivada;      
       És este tudo dentro do meu nada,    
         Dono do sonho, fiz-me teu cativo.

            Ao mundo, alheio, surjo redivivo
            Ao som de tua canção inusitada,
            E do piano, em cada pedalada
            Saem notas de ouro e o amor revivo.

            Tens todo essa magia que me encanta;
            És minha deusa, superior à santa,
            Que em dedos musicais milagres verte.

            Se és deusa, eu sou, desse  poder, o crente.
            E se for esse dom, onipotente,
            Por caridade, ensina-me a esquecer-te.



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