BIOGRAFIA DIALOGADA (A vida espetacular de Magno Alves ) 46-50

Generoso: - Tanto assim que até transcrevemos muitos dos questionamentos que alguns ouvintes de suas palestras lhe apresentaram. Felizmente, você foi incisivo e fez prevalecer o seu ponto de vista em benefício de tais pessoas e agora, por extensão, aos nossos leitores. 

Mas vamos supor que alguém está desafortunado, temporariamente insatisfeito – já que felizmente nenhuma insatisfação é eterna - , creio eu que é mais do que normal que ela não se sinta feliz..

Magno : - Epa, espera aí. Aí está uma questão que não pode passar batida de forma alguma. Aliás, isto é bem esmiuçado no livro Vida, Um Enigma; Uma joia preciosa -,do escritor budista Daisaku Ikeda...

Generoso: - Magno, algum evangélico que esteja lendo estas nossas explanações em bate-bola pode ficar com um pé atrás, pensando que estejamos propagando heresias (risos)

Magno: - Absolutamente isso não acontece se a pessoa prosseguir a leitura e, melhor ainda, se for uma pessoa evangélica de verdade, ou um cristão autêntico, vai confirmar sem nenhum esforço que, quase pelas mesmas palavras, a Bíblia diz o mesmo.

A questão é a seguinte: - quando as coisas não estão dando certo: - a empresa dando prejuízo; o empresário não acertando com seu negócio por algum contratempo específico, pode acontecer – e lamentavelmente acontece, de se instalar em seu coração uma sensação de insatisfação. Às vezes chega até ficar frustrado, procurando saídas, patinando em ações que não resultam em nada de imediato.

Generoso: - A vida de todos nós é tecida com essas circunstâncias. É inevitável que de vez em quando a gente hesite até em se dar ao trabalho do tamanho de certos “estragos” que acontecem sem que a gente queira ou contribua conscientemente para essas situações.


Magno: - Das vezes que passei por essas experiências, e depois lendo esse livro budista de que lhe falei, o qual confirmou o acerto da postura que adotei em tais casos, restou de concreto e provado o seguinte:

Se a situação está madrasta, desfavorável, com uma fileira de problemas para serem desatados, o fator inegável que acarreta é que a pessoa, em condições normais, não fica indiferente a tudo isso. Em não estando indiferente, inevitavelmente eclode uma reação.

Generoso: - é natural que isto ocorra, mas a reação daí decorrente pode ter um lado traiçoeiro, que pode levar à uma posição negativa do pensamento e emoção da pessoa.

Magno: Aí  está o “x” da questão.  Reação é energia. É preciso reagir contra a situação vexatória ou indesejada. Porém, o que o sujeito tem de evitar a todo custo (e aqui é um ponto crucial) é que ele nunca pode voltar-se contra si mesmo, contra seu Eu, diminuindo-se perante o conceito que faz de si mesmo. 

Deve usar esse impulso, essa energia como uma alavanca na solução das questões que o afligem, sem misturar sua subjetividade nessa operação.

Generoso: Então é aí que entra o uso da AÇÃO POSITIVA, ainda que esculpindo nosso destino com as mãos feridas e os braços machucados. Mas o interior de cada um de nós é blindado a toda e qualquer investida, se assim nos determinarmos.

Com estes  pontos colocados a esta altura da nossa conversa, podemos estar cientes que qualquer pessoa que leia estes apontamentos há de dispor do mapa destes atalhos para encurtar a distância de seus objetivos, ou mesmo fluir pela via da existência de forma mais azeitada.

Magno: - A AÇÃO POSITIVA é doadora. Quem procura emprego está sendo elitista;  mas todo aquele que  procura ocupação, um trabalho a ser feito – e o universo é um repositório infinito de trabalho – sempre encontrará o que fazer. 

Isto parece soar como um lugar comum. Mas não é. Não pense você que somente as pessoas com menos preparo técnico passam por problemas profissionais e existenciais.

Generoso: Você expôs  bem a questão, mas acho difícil para uma pessoa que perdeu emprego – e tudo quanto um emprego garante – ainda assim manter essa disposição de agir, de ir à luta.

 É um baque muito significativo, tanto quanto uma separação conjugal e ...até como comparamos, leva um certo sentido de luto e  perda do sentido da vida. Um sintoma de rejeição. Concorda?


Magno: - Obviamente que ninguém subestima esse fato. Lamentavelmente cada vez mais comum no mundo todo.

Mas ai de quem  nutrir a ilusão de que os governos possam resolver essa questão. Não haveria  como impedir  a fundação de  fábricas de automóveis para que os nossos saudosos carroceiros se perpetuassem por nossas ruas, com suas tropas de estimação.

Generoso: Sim, da mesma forma que não há a mínima chance de lacrar as portas das fábricas de computadores e programas de informática para que os operários das indústrias de máquinas de escrever permaneçam nos escritórios dando emprego para datilógrafos.

 Hoje a realidade é outra. Todos estamos certos que amanhã – ou mesmo daqui a pouco,  uma outra realidade sobrevirá. E com isso virão novos desafios, até mais difíceis de se resolver.


Magno: - Por não subestimar a extensão do problema é que neste nosso livro estamos delineando a tática de cultivar a AÇÃO POSITIVA como detonadora  do pensamento.
Só pensar positivamente não traz resultado quando as condições são bastante sérias para o ser humano.

Generoso: O pensamento positivo tem o efeito gerador  de sensações positivas. E aí está o cerne da questão: é preciso sentir  positividade dentro da alma. É preciso sacudir a onda e navegar. Não é repetir palavras feitas de pensadores positivos. É incorporar um modo positivo de sentir e ir em frente.

Magno: Você falou em sacudir a onda, e eis que  me lembro -  com que  saudades! -   do primeiro rádio à válvula de nossa família, ainda  lá no sítio. Sempre que ele saía de sintonia, todos diziam que sumira  a onda. 

O seu José Alves, meu pai, primeiramente pegava no fio da antena e apertava contra os dedos calosos.  Quando isto não resolvia, ele virava o rádio de lado. Às vezes estas tentativas devolviam a onda que tinha sumido. Mas,  às vezes, não. Depois de haver tentado esses expedientes, o último ato era dar um tapa nas costas do rádio e, quase sempre, a sintonia era restabelecida. Meu pai às vezes brincava,  dizendo que o bendito rádio gostava de apanhar.

Generoso: - Às vezes, a ação do corpo acaba por destravar a mente. Nisto se resumem as ações positivas. Mas vamos exemplificar algumas ações que tenham o poder de modificar o pensamento viciado.

Magno: - O segredo é motivar-se para um ato e ao mesmo tempo esse ato devolver-lhe algum estímulo e assim se formar um círculo virtuoso.

 Todos nascem com um dom para desempenhar alguma atividade. Nem todos nascem para ser ator de novelas ou um político bem votado.

 Então, se uma pessoa não tem dom para determinada profissão, a primeira coisa que vai acontecer é que ela nem vai se interessar em reunir as condições para desempenhar esse papel no mundo.

 No que se chama inclinação, já está estabelecido um filtro.  O jovem que não gosta de comércio vai dar um jeito de procurar se ocupar no meio artístico. Mas só isto não garante nada. 

O dom por si mesmo não é garantia de sucesso. Até porque há mais pessoas com o mesmo dom que muitas outras. Aí entra a garra, o esforço . Então, numa linguagem mais comum, pode-se dizer : “é a hora de a onça beber água”. 


Generoso: - A partir daí entra a disputa, a seleção do melhor ou melhores em cada departamento de atividade humana. O mesmo poder-se-ia dizer, também, dos astros do futebol e de outros esportes. Pelé não chegaria ao que é somente pelo dom de trabalhar bem com a bola. Em grande parte, ele deve o sucesso que desfruta pelo esforço continuado e pela organização da própria vida para alcançar e manter o sucesso por todo este tempo.

Magno: Voltando um pouco mais atrás, devemos levar em conta que sempre que se intenta fazer alguma mudança na vida, tudo parece resistir.

 Mudar sempre dá a impressão de se estar remando contra a maré.

 Há momentos que todos nós, sem exceção, nos encontramos no que parece ser um beco sem saída. Não é mesmo? Mas só parece que não há saída. Porque a partir do momento que se nasce até o último suspiro desta vida, o que mais fizemos, e mais fazemos e mais faremos é superar obstáculos.

Generoso: - Em uma palestra que você proferiu, não me lembro onde agora – foram tantas – você falou sobre esse momento crítico em que a pessoa está a ponto de estourar. Tenho aqui a gravação. Que tal transcrevermos uma síntese daquele seminário neste livro?

Magno: - Sim, eu me lembro. Foi em Belo Horizonte, num momento que, não sei por que, fui inspirado a dizer tudo aquilo.

Generoso: Eis adiante o que foi dito sobre quando alguém chega ao ponto de estourar:

QUANDO SE CHEGA AO PONTO DE ESTOURAR

Você deve saber, por experiência própria, vivida na própria carne e na própria mente, o que significa chegar a este ponto: aquela sensação de que  vai estourar. Há duas fórmulas para encarar essa situação:

a)     Você pode estourar realmente: gritar, chorar,  xingar, espernear, esmurrar a mesa e as paredes, morder a geladeira, dar cabeçadas no sofá, destroncar o pescoço do papagaio e até chutar o seu cachorro de estimação.

b)    Você pode –e não há ninguém que disto possa impedi-lo –PARAR  por um momento e remediar o mal a partir do domínio da sensação física do desespero: inspire profunda   e lentamente o ar e expire com calma, tome  um chá de capim cidreira ou um suco de maracujá. Ou então ingira  um calmante suave, indicado pelo seu médico, e espere que a normalidade retorne.

Você se conhece melhor que qualquer outra pessoa

Pelo tempo que você convive com você mesmo, somente você é a pessoa que melhor o conhece.

 E por todo este tempo que vocês estão vivendo juntos, na equação 2VM ( Você + Você mesmo) já deu para concluir que a alternativa “a aqui apresentada, num legítimo gesto de respeito à sua liberdade pessoal, jamais trouxe bons resultados. Pelo contrário.

Agindo pela primeira opção, você só será capaz de arrumar mais encrencas. É ou não é verdade? O máximo que você conseguiu, com gestos extremos de desespero, foi ofender sua família, assustar os filhos,a empregada e os vizinhos e até machucar o seu animal de estimação.

E a despeito desse enorme preço que você pagou, das vezes em que se irritou além do normal, o seu problema não foi resolvido. 

Você não pagou o credor que lhe aborrecia; não recuperou o eventual prejuízo que possa ter tido (e quem já não sofreu prejuízos?); você não ganhou na mega-sena nem acertou o número premiado do carnê  do Baú da Felicidade. 

Pelo contrário, você se candidatou, nesse assomo de ira, a sofrer um enfarto do miocárdio ou um derrame cerebral . Na melhor (?) das hipóteses,  poderia apenas premiá-lo com o uso contínuo de um veículo em que você seria o único passageiro: a cadeira de rodas.

Corrigindo a Rota

As providências sugeridas no Capítulo I, seguidas regularmente, somadas a outras que surgirão no correr deste nosso encontro autores-leitor, são expedientes que se revelam como vacinas contra esses tristes e ridículos acessos de  cólera  que às vezes surgem sem esperar.

Todas estas noções e instruções, obviamente são transplantadas para este livro, escudadas em técnicas concretas e com resultados comprovados documentalmente na prática.

Para tanto, transcrevemos do livro “AS LEIS DA DOENÇA MENTAL E EMOCIONAL” –que são transcrições do JOURNAL OF MENTAL HEALTH  - Número 2 – editado pela NEUROTICS ANONYMOUS INTERNATIONAL LIAISON, INC. – o que segue:

Afirmamos  claramente, baseados em nossa experiência pessoal e na experiência de outras pessoas agora recuperadas que, quando nos achávamos mental e emocionalmente doentes, estávamos fazendo birra em alto grau e, quando tentávamos o suicídio, como o fizemos muitas vezes, estávamos nos entregando ao supremo acesso de birra(grifo nosso).
E finaliza com este texto curto e grosso:
“Declaramos que a DOENÇA  MENTAL E EMOCIONAL É A BIRRA GLORIFICADA e que o SUICÍDIO É O SUPREMO ACESSO DE BIRRA. Isso e nada mais”.

Faça uma mudança organizada

Reportando-nos à  alternativa  “b”, neste caso específico em que você sente que a “cuca” vai fundir,  há inúmeras  providências que você pode tomar, diferentes das sugeridas. 

Se lhe foi dada a graça de ser um(a) artista, você pode perfeitamente transformar essa raiva em arte. 

Seja sobre uma tela, um instrumento musical qualquer que você saiba tocar; uma página que você escreva, mesmo que falando sobre essa sua ira – justificada ou não (se é que existe justificativa ou razão para se tornar insano) .

Generoso: Então aqui já entramos na condição que escolhemos destacar que é O PODER DA AÇÃO POSITIVA.



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