Generoso: - Tanto assim que até transcrevemos muitos dos
questionamentos que alguns ouvintes de suas palestras lhe apresentaram.
Felizmente, você foi incisivo e fez prevalecer o seu ponto de vista em
benefício de tais pessoas e agora, por extensão, aos nossos leitores.
Mas vamos
supor que alguém está desafortunado, temporariamente insatisfeito – já que
felizmente nenhuma insatisfação é eterna - , creio eu que é mais do que normal
que ela não se sinta feliz..
Magno : - Epa, espera aí. Aí está uma questão que não pode passar
batida de forma alguma. Aliás, isto é bem esmiuçado no livro Vida, Um
Enigma; Uma joia preciosa -,do escritor budista Daisaku Ikeda...
Generoso: - Magno, algum evangélico que esteja lendo estas nossas
explanações em bate-bola pode ficar com um pé atrás, pensando que estejamos
propagando heresias (risos)
Magno: - Absolutamente isso não acontece se a pessoa prosseguir a
leitura e, melhor ainda, se for uma pessoa evangélica de verdade, ou um cristão
autêntico, vai confirmar sem nenhum esforço que, quase pelas mesmas palavras, a
Bíblia diz o mesmo.
A questão é a seguinte: - quando as coisas não estão dando certo: - a
empresa dando prejuízo; o empresário não acertando com seu negócio por algum
contratempo específico, pode acontecer – e lamentavelmente acontece, de se
instalar em seu coração uma sensação de insatisfação. Às vezes chega até ficar
frustrado, procurando saídas, patinando em ações que não resultam em nada de
imediato.
Generoso: - A vida de todos nós é tecida com essas circunstâncias. É
inevitável que de vez em quando a gente hesite até em se dar ao trabalho do
tamanho de certos “estragos” que acontecem sem que a gente queira ou contribua
conscientemente para essas situações.
Magno: - Das vezes que passei por essas experiências, e depois lendo
esse livro budista de que lhe falei, o qual confirmou o acerto da postura que
adotei em tais casos, restou de concreto e provado o seguinte:
Se a situação está madrasta, desfavorável, com uma fileira de problemas
para serem desatados, o fator inegável que acarreta é que a pessoa, em
condições normais, não fica indiferente a tudo isso. Em não estando
indiferente, inevitavelmente eclode uma reação.
Generoso: - é natural que isto ocorra, mas a reação daí decorrente
pode ter um lado traiçoeiro, que pode levar à uma posição negativa do
pensamento e emoção da pessoa.
Magno: Aí está o “x” da questão. Reação é energia. É preciso reagir contra
a situação vexatória ou indesejada. Porém, o que o sujeito tem de evitar a todo
custo (e aqui é um ponto crucial) é que ele nunca pode voltar-se contra si
mesmo, contra seu Eu, diminuindo-se perante o conceito que faz de si mesmo.
Deve usar esse impulso, essa energia como uma alavanca na solução das questões
que o afligem, sem misturar sua subjetividade nessa operação.
Generoso: Então é aí que entra o uso da AÇÃO POSITIVA, ainda que
esculpindo nosso destino com as mãos feridas e os braços machucados. Mas o interior
de cada um de nós é blindado a toda e qualquer investida, se assim nos
determinarmos.
Com estes pontos colocados a
esta altura da nossa conversa, podemos estar cientes que qualquer pessoa que
leia estes apontamentos há de dispor do mapa destes atalhos para encurtar a
distância de seus objetivos, ou mesmo fluir pela via da existência de forma
mais azeitada.
Magno: - A AÇÃO POSITIVA é doadora. Quem procura emprego está sendo
elitista; mas todo aquele que procura ocupação, um trabalho a ser feito – e
o universo é um repositório infinito de trabalho – sempre encontrará o que
fazer.
Isto parece soar como um lugar comum. Mas não é. Não pense você que
somente as pessoas com menos preparo técnico passam por problemas profissionais
e existenciais.
Generoso: Você expôs bem a
questão, mas acho difícil para uma pessoa que perdeu emprego – e tudo quanto um
emprego garante – ainda assim manter essa disposição de agir, de ir à luta.
É
um baque muito significativo, tanto quanto uma separação conjugal e ...até como
comparamos, leva um certo sentido de luto e
perda do sentido da vida. Um sintoma de rejeição. Concorda?
Magno: - Obviamente que ninguém subestima esse fato. Lamentavelmente
cada vez mais comum no mundo todo.
Mas ai de quem nutrir a ilusão
de que os governos possam resolver essa questão. Não haveria como impedir
a fundação de fábricas de
automóveis para que os nossos saudosos carroceiros se perpetuassem por nossas
ruas, com suas tropas de estimação.
Generoso: Sim, da mesma forma que não há a mínima chance de
lacrar as portas das fábricas de computadores e programas de informática para
que os operários das indústrias de máquinas de escrever permaneçam nos
escritórios dando emprego para datilógrafos.
Hoje a realidade é outra. Todos
estamos certos que amanhã – ou mesmo daqui a pouco, uma outra realidade sobrevirá. E com isso virão novos desafios, até mais difíceis de se resolver.
Magno: - Por não subestimar a extensão do problema é que neste nosso
livro estamos delineando a tática de cultivar a AÇÃO POSITIVA como
detonadora do pensamento.
Só pensar positivamente não traz resultado quando as condições são
bastante sérias para o ser humano.
Generoso: O pensamento positivo tem o efeito gerador de sensações positivas. E aí está o
cerne da questão: é preciso sentir
positividade dentro da alma. É preciso sacudir a onda e navegar. Não é repetir palavras feitas de pensadores positivos. É incorporar um modo positivo de sentir e ir em frente.
Magno: Você falou em sacudir a onda, e eis
que me lembro - com que
saudades! - do primeiro rádio à
válvula de nossa família, ainda lá no
sítio. Sempre que ele saía de sintonia, todos diziam que sumira a onda.
O seu José Alves, meu pai, primeiramente pegava no fio da antena e
apertava contra os dedos calosos. Quando
isto não resolvia, ele virava o rádio de lado. Às vezes estas tentativas
devolviam a onda que tinha sumido. Mas,
às vezes, não. Depois de haver tentado esses expedientes, o último ato
era dar um tapa nas costas do rádio e, quase sempre, a sintonia era
restabelecida. Meu pai às vezes brincava,
dizendo que o bendito rádio gostava de apanhar.
Generoso: - Às vezes, a ação do corpo
acaba por destravar a mente. Nisto se resumem as ações positivas. Mas vamos
exemplificar algumas ações que tenham o poder de modificar o pensamento
viciado.
Magno: - O segredo é motivar-se para um ato e
ao mesmo tempo esse ato devolver-lhe algum estímulo e assim se formar um
círculo virtuoso.
Todos nascem com um dom para desempenhar alguma atividade.
Nem todos nascem para ser ator de novelas ou um político bem votado.
Então, se
uma pessoa não tem dom para determinada profissão, a primeira coisa que vai
acontecer é que ela nem vai se interessar em reunir as condições para
desempenhar esse papel no mundo.
No que se chama inclinação, já está
estabelecido um filtro. O jovem que não
gosta de comércio vai dar um jeito de procurar se ocupar no meio artístico. Mas
só isto não garante nada.
O dom por si mesmo não é garantia de sucesso. Até porque
há mais pessoas com o mesmo dom que muitas outras. Aí entra a garra, o esforço
. Então, numa linguagem mais comum, pode-se dizer : “é a hora de a onça beber
água”.
Generoso: - A partir daí entra a disputa,
a seleção do melhor ou melhores em cada departamento de atividade humana. O
mesmo poder-se-ia dizer, também, dos astros do futebol e de outros esportes.
Pelé não chegaria ao que é somente pelo dom de trabalhar bem com a bola. Em
grande parte, ele deve o sucesso que desfruta pelo esforço continuado e pela
organização da própria vida para alcançar e manter o sucesso por todo este
tempo.
Magno: Voltando um pouco mais atrás, devemos
levar em conta que sempre que se intenta fazer alguma mudança na vida, tudo
parece resistir.
Mudar sempre dá a impressão de se estar remando contra a maré.
Há momentos que todos nós, sem exceção, nos encontramos no que parece ser um
beco sem saída. Não é mesmo? Mas só parece que não há saída. Porque a
partir do momento que se nasce até o último suspiro desta vida, o que mais fizemos,
e mais fazemos e mais faremos é superar obstáculos.
Generoso: - Em uma palestra que você
proferiu, não me lembro onde agora – foram tantas – você falou sobre esse
momento crítico em que a pessoa está a ponto de estourar. Tenho aqui a
gravação. Que tal transcrevermos uma síntese daquele seminário neste livro?
Magno: - Sim, eu me lembro. Foi em Belo
Horizonte, num momento que, não sei por que, fui inspirado a dizer tudo aquilo.
Generoso: Eis adiante o que foi dito sobre
quando alguém chega ao ponto de estourar:
QUANDO SE CHEGA AO PONTO DE ESTOURAR
Você deve saber, por experiência própria, vivida na
própria carne e na própria mente, o que significa chegar a este ponto: aquela
sensação de que vai estourar. Há duas
fórmulas para encarar essa situação:
a) Você pode estourar
realmente: gritar, chorar, xingar,
espernear, esmurrar a mesa e as paredes, morder a geladeira, dar cabeçadas no
sofá, destroncar o pescoço do papagaio e até chutar o seu cachorro de
estimação.
b) Você pode –e não há ninguém
que disto possa impedi-lo –PARAR por um
momento e remediar o mal a partir do domínio da sensação física do desespero:
inspire profunda e lentamente o ar e
expire com calma, tome um chá de capim
cidreira ou um suco de maracujá. Ou então ingira um calmante suave, indicado pelo seu médico,
e espere que a normalidade retorne.
Você se conhece melhor que
qualquer outra pessoa
Pelo tempo que você convive com você mesmo, somente você é a pessoa que
melhor o conhece.
E por todo este tempo que vocês estão vivendo juntos, na
equação 2VM ( Você + Você mesmo) já deu para concluir que a alternativa “a”
aqui apresentada, num legítimo gesto de respeito à sua liberdade pessoal,
jamais trouxe bons resultados. Pelo contrário.
Agindo pela primeira opção, você só será capaz
de arrumar mais encrencas. É ou não é verdade? O máximo que você conseguiu, com
gestos extremos de desespero, foi ofender sua família, assustar os filhos,a
empregada e os vizinhos e até machucar o seu animal de estimação.
E a despeito desse enorme preço que você pagou, das vezes em que se
irritou além do normal, o seu problema não foi resolvido.
Você não pagou o
credor que lhe aborrecia; não recuperou o eventual prejuízo que possa ter tido
(e quem já não sofreu prejuízos?); você não ganhou na mega-sena nem acertou o
número premiado do carnê do Baú da
Felicidade.
Pelo contrário, você se candidatou, nesse assomo de ira, a sofrer
um enfarto do miocárdio ou um derrame cerebral . Na melhor (?) das
hipóteses, poderia apenas premiá-lo com
o uso contínuo de um veículo em que você seria o único passageiro: a cadeira de
rodas.
Corrigindo a Rota
As providências sugeridas no Capítulo I, seguidas regularmente, somadas
a outras que surgirão no correr deste nosso encontro autores-leitor, são
expedientes que se revelam como vacinas contra esses tristes e ridículos
acessos de cólera que às vezes surgem sem esperar.
Todas estas noções e instruções, obviamente são transplantadas para
este livro, escudadas em técnicas concretas e com resultados comprovados
documentalmente na prática.
Para tanto, transcrevemos do livro “AS
LEIS DA DOENÇA MENTAL E EMOCIONAL” –que são transcrições do JOURNAL OF MENTAL HEALTH - Número 2 – editado pela NEUROTICS ANONYMOUS INTERNATIONAL LIAISON,
INC. – o que segue:
“Afirmamos claramente, baseados em nossa experiência pessoal
e na experiência de outras pessoas agora recuperadas que, quando nos achávamos mental e emocionalmente doentes, estávamos fazendo
birra em alto grau e, quando tentávamos o suicídio, como o fizemos muitas
vezes, estávamos nos entregando ao supremo acesso de birra –(grifo
nosso).
E finaliza com este texto curto e grosso:
“Declaramos que a DOENÇA MENTAL
E EMOCIONAL É A BIRRA GLORIFICADA e que o SUICÍDIO É O SUPREMO ACESSO DE BIRRA.
Isso e nada mais”.
Faça uma mudança organizada
Reportando-nos à alternativa “b”, neste caso específico em que você sente
que a “cuca” vai fundir, há
inúmeras providências que você pode
tomar, diferentes das sugeridas.
Se lhe foi dada a graça de ser um(a) artista,
você pode perfeitamente transformar essa raiva em arte.
Seja sobre uma tela, um
instrumento musical qualquer que você saiba tocar; uma página que você escreva,
mesmo que falando sobre essa sua ira – justificada ou não (se é que existe
justificativa ou razão para se tornar insano) .
Generoso: Então aqui já entramos na condição que escolhemos destacar
que é O PODER DA AÇÃO POSITIVA.
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