Geraldo Peres Generoso -
A maioria de nós,
seres humanos, vivemos a emitir promissórias da própria vida. Freqüentemente,
sacamos sobre o futuro, ou revolvemos as moedas do passado, com validade vencida. Tanto uma atitude quanto a
outra faz abortar o presente.
Seria de bom alvitre cada qual fazer um balanço de sua
própria vida. Este dia que ora transcorre já morou nos sonhos. Foi embalado em
nosso ontem pelo ideal projetado para o dia atual. Mas este dia que ora flui
montado sobre os ponteiros do relógio, infelizmente não veio da forma
imaginada.
Tanto isto é verdadeiro
que, assim como milhares de outras pessoas, enxergamos mas nem vimos a
beleza do sol nascente com o canto dos primeiros pássaros da manhã.
Ou nem
percebemos se a chuva acariciou a relva ao abrirmos as janelas de nossa casa.
isto porque, tempos atrás, seguindo um hábito em linha
reta, já tentamos viver este dia, em um outro dia qualquer.
Assim, foi
sobreposto este futuro, que será passado, sobre o ontem que deixamos de viver
pensando no dia de hoje.
Auto-observação
Somente mediante uma acurada observação de nosso próprio modo de ser e de
viver é possível mudar este hábito de deixar os bons momentos para o dia
seguinte. Temos de mudar o costume de lançar nossa tenda no futuro.
No ato de
programarmos o porvir empregamos mal o presente. E não só isso, maltratamos o
dia que passa como se ele não tivesse a mínima importância.
Esta atitude, no entanto, é
compreensível, se analisada sob um
aspecto fundamental: o senso natural de imortalidade. Como disse Jesus Cristo,
ratificando as palavras de Davi "vós sois deuses". Daí que a
consciência nos permite viver sem uma definida junção ao tempo. Sabemos, bem lá
no fundo de nossas almas, que o calendário não nos sujeita ao seu império.
Mas enquanto seres
humanos
Por outro
lado, nossa vida humana individual, nos faz partícipes de um cenário
limitado. Assim como, quando em criança, brincávamos de pega-pega ,
amarelinha, peões e pipa, a vida humana, sob sua feição terrena, tem uma escala
de momentos a ser vivida.
Pouquíssimas pessoas sabem desempenhar o seu papel
nesse jogo, ou brincar nesse brinquedo. O bem viver o dia presente é
administrar bem os pensamentos, pensamentos e emoções de cada
minuto.
É dar `agora o abraço mais forte. Dizer a
melhor palavra. Fazer a mais expressiva demonstração de apreço e a oferenda de
nossa mais elevada gratidão. Falar com todas as palavras do nosso afeto aos que
nos circundam.
É colocar na ação deste momento o empenho mais entusiasta, a
fé mais veemente, a atenção mais acurada, o nosso próprio ser, como um todo,
neste dia que não voltará mais.
Sem medo de ser feliz !
Pelo fato de cada ser humano dispor de uma inata
predisposição à felicidade, sob os aspectos
instintivo, mental e espiritual, fica evidente que fomos
talhados para realizar o melhor
de nós mesmos na face da Terra.
Esta
sublime tendência, às vezes nos conduz à
busca de estar feliz em vez da busca de ser feliz. Nessa busca incorreta, acabamos, temporariamente, por nos perder a nós mesmos.
Sem nós, não há a mínima
chance de qualquer felicidade.
Quando nos direcionamos na busca dos valores espirituais, aí sim, somos e vivemos verdadeiramente felizes,
ainda que atravessando períodos de turbulência.
É para esta procura que fomos
talhados por Deus ,a fim de levar avante o Seu projeto de eternidade, feito com
os tijolinhos de cada dia de nossa existência.
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