CORRUPÇÃO, ASSUNTO DO MOMENTO
Geraldo Generoso
O
que mais assusta na corrupção é que ela acaba por contaminar todos os poderes
da República. República que, por sua denominação, significa um governo de
todos, com leis que freiem a preponderância dos fortes, provisoriamente postos
como mandatários da Nação.
A
corrupção tem vários tons, mas se enraíza no vício do povo de achar que tudo é
normal. E até há, entre muitas pessoas, infelizmente, a mania de procurar o
velho caminho das pedras. Facilitações batizadas de “jeitinho brasileiro”, onde
se coloca a criatividade a serviço de furar a fila dos direitos e burlar a
fila dos deveres.
Há
a irregularidade do nepotismo, em que o político detentor de cargo público
acumula a folha de pagamento com parentes. Há o clientelismo, em que
retribuindo a moeda do voto, a qual é cunhada a cada 4 anos, se oferece
vantagem indevida, não prevista nos cânones da boa administração. Há,
igualmente, o populismo, que procura arrebanhar votos com benesses as mais
diversas, de forma irresponsável com a austeridade e o princípio da igualdade,
com consciência em favor do bem de todos.
A imprensa tem dado conta de movimentos
organizados, a partir das redes sociais, mormente do facebook, em que milhares
de pessoas já protestaram no Rio de Janeiro e alastra-se para outros Estados da
Federação.
Neste
jogo de xadrez, podemos constatar, com alívio, que a Polícia Federal tem dado
mostras de eficiência e competência. Tem apurado casos e mais casos de
corrupção, como se pode conferir pelas várias modalidades midiáticas. Por outro
lado, lamentavelmente, o Judiciário, principalmente nas altas esferas, tem
caminhado, ao que parece, na contramão desse saneamento. Haja vista os últimos
acontecimentos com a desconsideração de provas matérias comprovadas Operação
Boi Barrica.
Em
contrapartida, cumpre nutrir uma certa esperança, fruto das reivindicações
públicas recentes, da formação de uma Frente Parlamentar Anticorrupção. Essa
frente há existe há algum tempo, mas agora veio à tona com mais vigor,
inclusive apta a solicitar informações ao STJ sobre atitudes que não lhes
parecessem ser de direito. Especialmente com a invalidação de provas do aparato
policial, habilitado para efetuar escutas telefônicas com autorização judicial,
e que acabam sendo anuladas.
Sempre
ouvia dizer, e não acreditava, que o povo pudesse balançar o poleiro das elites
políticas, encasteladas no Poder, de forma a desafiar até mesmo novas eleições,
onde se perpetuam, ao modo deles, por via do voto. Felizmente, admito incorreta
a minha dúvida, pois aí está o povo nas ruas e, de certa forma, o galho está
balançando mais em favor do povo que prima pela ordem, pela regularidade e pelo
trabalho em favor de uma Nação com justiça e progresso para cada um de nós,
brasileiros.
Especial
para TRIBUNA DO POVO (Mundo Novo MS, Brasil)
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