PRAZERES TEMPORAIS E ESPIRITUAIS

   




. Praticamente, a totalidade dos seres humanos vive alheia à sua própria dimensão espiritual. Toda e qualquer sensação de prazer, neste mundo, se resume na satisfação de uma necessidade. 

    Sim. Somos todos, como indivíduos, escravos de nossas próprias necessidades. E somente tendo-as atendidas é que nos damos por felizes e alegres. Felicidade, em termos carnais, se resume em sermos satisfeitos sobre aquilo ou aquela sensação sobre o que nos falta.

    As chamadas alegrias terrenas, todas elas temporárias e de tempo marcado, podemos dizer que se origina de uma carência a ser atendida.

    E a humanidade, com os olhos fechados aos verdadeiros prazeres espirituais, ocupa-se em, cada vez mais, refinar os prazeres, vizinhos próximos dos pecados capitais. Não digo isto no sentido religioso, mas por falta da palavra certa que me acuda nesta exposição.

   Vejam só: o prazer da alimentação advém do desconforto da fome, e eis que papas da gastronomia, dia e noite, se ocupam em refinar suas iguarias para propiciar gozo no ato de comer. Explícito estímulo em favor da gula. 

    A tal ponto isto é verdadeiro - o fato de tudo o que nos gratifica os sentidos, sempre nasce das limitações com que nascemos ao entrar neste casulo e carne, tão constante em suas exigências.

   Espirrar é um grande alívio. Quem não sabe disso? E no entanto resulta de uma irritação nasal. O orgasmo, igualmente, só existe por conta de uma insatisfação, um desejo que extrapola as glândulas sexuais em busca do socorro na ejecção, de duração relativamente mínima nesse prazer de intercambiar secreções.

   Admito não ser  nada poética esta postagem. É de se admirar, sim, a capacidade humana em refinar suas sensações prazerosas. Ele não se alimenta apenas para se nutrir. Associa o prazer gastronômico de iguarias das mais apetitosas.

   Na higiene, atentos aos reclamos do olfato, criam-se perfumes maravilhosos. Quanto mais caros, melhores. E assim é em tudo nesta vida, da qual quase nunca damos conta de que é um breve sopro sobre um boneco de carne, que tem a sensação de ser oco, e sem cuidar de atender, em outro nível, os prazeres da Alma.

   As alegrias espirituais (e ninguém me convencerá jamais que Deus não seja Alegria), essas passam anestesiadas, alienadas, ignoradas pela maioria entre nós. Por serem perfeitas, não há nelas o que aperfeiçoar ou fazê-las mais atrativas.

   Aqui, num reforço à tese de que as alegrias de vivências espirituais, cumpre lembrar que não é por desilusão, por complexo ou por fastio mundanos que os monges se afastam do meio social e encontram a real felicidade sob um tenda ou uma cabana.

    Na realidade, não necessariamente, para se experimentar os gozos do Espírito há que se tornar um monge ou monja. Nem sequer há necessidade de religião.  É o bastante o lembrar-se de que a carne, por si mesma, é como " a erva do campo que murcha e seca".

     Na busca dos valores eternos, através da prece e da meditação, as pessoas descobrem e experimentam sensações maravilhosas. Ao ponto de tornarem suas vidas cada vez mais simples, como uma flor que a Natureza faz brotar em qualquer lugar.

     Ouvindo pessoas - e a partir da minha própria vivência (e foram muito poucas) com relação ao sentimento de plenitude espiritual, a impressão experimentada é que o Universo é de uma harmonia incrível e indescritível. 

    Mesmo nesses estágios, de se abrir para o que "os olhos não viram nem ouvido algum escutou" o mundo carnal ainda insiste, mesmo nesses momentos de gozo divino, em apontar este ou aquele problema. Só que, o Espírito faz calar tudo o que é matéria, tudo o que é meramente humano e se ecnontra aquela paz, de que falou o Grande Mestre, Jesus Cristo : " A PAZ QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO".

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