MAIS UM ANO SE RENOVA.

ANO VELHO,  ANO NOVO
Geraldo Generoso *



            O ano de 2017  aos poucos se estremece, no cansaço de tantas  manhãs e tardes, para dar lugar ao sequente 2018. É a  continuidade misteriosa, sempre mágica, mesmo quando trágica ou cômica, da vida inserida em bilhões de pessoas por sobre a face deste pequeno planeta.
            Ao volvermos um olhar, saudoso ou de alívio, no calendário percorrido, se algo perdemos pelo caminho de nossos dias e nossas noites, muito ganhamos por essa porção de tempo que nos foi dada experimentar..
 Se não atingimos os louros da vitória almejada, perdura-nos na alma  o gosto – doce ou  amargo – da mágica  de  ter vivido.
            Quem disse que “Viver não é preciso”, destacando como mais importante o “navegar”? Mas como navegar, se não existir  vida, com sua mão às vezes rude, mas sempre materna; às vezes áspera, mas sempre fecunda; às vezes severa, mas sempre zelosa. Sou grato pelas dores que me visitaram. Ainda que por elas tenha chorado, por dentro ou por fora. Porque sempre, ainda que tênue, na escuridão de certas noites, lá estava acessa a  esperança,  de dedos entrelaçados com a fé, presente no mais fundo do coração.
            Chegou  o  Natal, com seu espírito de ternura e amor, numa festa de sinos e luzes, onde espero pude   abraçar e ser abraçado por tantas pessoas queridas.
Também abracei, movido pelo espírito natalino,  o aparente vazio dos meus entes queridos que partiram antes de mim, mas cuja presença amorosa me foi dado  sentir muito de perto. O Menino Deus trouxe-me o costumeiro e sempre renovado  clarão de alegria de muitos  25s de dezembro. Ensinou-me, como sempre,  na Sua humildade, acolhido numa manjedoura de Belém, que não importam para o espírito a suntuosidade dos lugares e as posições do mundo, as vaidades efêmeras dos presentes caros, os anúncios tentadores como suportes do consumismo supérfluo.
Ao Ano Velho não estendo um adeus como se estende a alguém que se poderia dizer “já vai tarde”. Não! Valeram as rosas – pela beleza e o perfume –,  tanto quanto  foram válidos os espinhos colhidos no transcurso deste ano da graça de 2017.
O Ano Novo se anuncia. Merece, sim, uma festa, porque o coração está em casa..
São novas experiências no aguardo  de  serem vivenciadas, com surpresas que dão o  sal e o  açúcar ao existir de cada um de nós.
Seguiremos por esse caminho, renovados em aprendizados dos quais nem sempre nos damos conta, ao correr do ano que deixamos atrás.
 O mínimo que podemos esperar em nosso íntimo é  que tenhamos melhorado, aprendido, entendido que todas as dores são passageiras, tanto quanto as alegrias.
Portanto, se acometidos por eventuais contratempos, mantenhamos sempre a certeza absoluta de que tudo haverá, inexoravelmente, de passar..
Nos momentos de elevação, amor, sucesso, glória e conquistas, moderemos o passo afoito de nossa euforia. Degustemos com o máximo dos nossos  sentidos as alegrias que apareçam em nossa trajetória. Pois elas, também, fatalmente,   passarão.
Feliz 2018  a todos.  Que ele envelheça com as mesmas propriedades do vinho, com tanto mais sabor quanto mais cada um de  seus dias transcorrere.


Dezembro de 2017, 30 

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