Geraldo Generoso, pensador do Brasil. |
Em data de 19 de julho completei 70 anos de vida. Dentro de minhas possibilidades, muitas vezes acanhado por limitações de vários feitios, ainda assim procurei buscar o conhecimento. E fiz isto na busca por diferentes caminhos.
A própria idade, ainda que não de todo aproveitada como eu deveria ter feito, não deixa de ser um acervo valioso. Não só de acertos, mas dos próprios erros cometidos ao longo desta jornada.
E após tanta busca, tenho um pouco a dizer a vocês, sem a pretensão mínima de convencer a quem quer que seja. Suponhemos estar numa conversa reflexiva, onde saio perdendo por não poder ouvir o que você teria a me dizer.
Restrinjo-me, por falta de opção mais feliz, a monologar nestas horas solitárias da madrugada, sempre cavando do fundo do coração uma palavra da Verdade que possa, pela Graça de Deus, levar luz a tantos corações bondosos que me leem dos mais diferentes pontos do planeta.
Procuro, sim, dizer o que penso, mas evito temas que não sejam claros e demonstráveis, como no caso presente, em que a proposta é expor sobre a facilidade ou dificuldade em se atingir a Graça de Deus, síntese única da verdadeira paz e felicidade.
Tento ser otimista, sem me debandar do realismo, daquilo que vejo no dia a dia de meu país, o Brasil, e do mundo inteiro. E estou inteiramente cônscio desta responsabilidade, quando este blog, graças à tecnologia me permite um amplo espectro de leitores, de diferentes latitudes e opiniões: políticas, filosóficas, sociais e religiosas.
Tangenciei sobre esta ideia - A Graça de Deus -, em alguns textos anteriores. A pretensão agora é tentar avançar mais no que já expressei, alongando - o quanto possível - meu entendimento pessoal sobre a questão em pauta.
Em resumo, lastreado nas próprias experiências e avaliando as vivências alheias, concluo que viver conscientemente sob a Verdade, tão bem exposta pelo Apóstolo São Paulo em uma de suas cartas - "Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser" = se faz em tarefa das mais difíceis, senão quase impossíveis, para a maioria de nós, seres humanos.
Se a frase acima é a Verdade, que lemos, ouvimos e repetimos para conforto e certeza de nossa própria eternidade, por outro lado não é fácil vivenciar esse sentimento.
Sem querer, o mundo e as circunstâncias nos embriagam num turbilhão: trabalho, família, dinheiro, sem falar em ambições tolas e vaidades fúteis, que ainda mais nos conduzem à surdez diante das Palavras Sagradas que, por si mesmas, são a nossa redenção, liberdade e felicidade.
Lamentavelmente, na maioria das vezes, muitos são levados a invejar a alegria de um cachorro saltitante ou a serenidade de um gato preguiçoso, malgrado termos sido ensinado, pelo próprio Mestre dos mestres, Jesus Cristo, com palavras curtas, secas e peremptórias: "Vós sois deuses".
Profundamente entreguei-me a essa reflexão para escrever o que você lê, aqui e agora. A minha intenção, sem pretensão doutoresca ou de cunho doutrinário, e levar minha modesta opinião sobre o possível porquê dessa aparente dificuldade da inascebilidade ao Plano Divino.
Voltando ao cachorro e ao gato mencionados como, em muitos casos, mais felizes do que muitos humanos, pretensamente religiosos e de assíduas orações e práticas religiosas, penso que a diferença está, em prejuízo do ser humano, na perda da inocência.
E aí, vendo a alegria e espontaneidade de meu bisneto, de 2 anos de idade, sinto a reafirmação desta impressão de que a inocência é o ingrediente fundamental para, de fato, viver a vida da melhor forma.
Que desafio enorme temos, pois, cada um de nós, diante do fato de que nossa inocência se perdeu por conta do crescimento e do tanto pensar, refletir, procurar pelo que já está dentro de nós. Tão perto que se faz aparentemente impossível alcançar.
Somos habitáculos divinos, mas por conta própria renunciamos a essa condição nata, tão somente pelo impulso com que nos atingiu o correr de poucos anos.
A mocidade se nos apresentou com crises, por faltas ou excessos encontrados na existência. Uma vez adultos, em meio aos adultos de nosso tempo, nos despimos da natural alegria da vida por conta de pessoas e coisas, de uma autoafirmação desnecessária e deixamos de viver o presente.
Daí recorrermos a líderes religiosos. A tentar buscar nos outros o que já está dentro de nós próprios. E o tempo passa. A gente cresce e, inevitavelmente, salvo um desenlace carnal, envelhecemos e aprendemos tão pouco.
Não só nos perdemos em cuidados com a própria vida, como nos ocupamos ( se tivéssemos capacidade para isso) em querer ser donos do destino de nossa família e descendentes. Inevitável que deixamos de viver, porque a vida só acontece a cada momento, como eternidade em fragmentos, mas que não deixa, jamais de ser eternidade.
Isto posto, caminho, certamente único, há que ser a recaptura da Inocência perdida, em troca de incertezas sobre incertezas por um viver infeliz, cioso tão só dos meros bens que "vem por mero acréscimo" daquela condição de tão somente "Buscar o Reino de Deus e a sua Justiça."
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