O FUTURO PERTENCE A VOCÊ

O
 senso comum cunhou uma expressão que, apesar da antiguidade merece atenção e observância : “quem de medo corre, de medo morre.” Heitor Durville, autor de Magnetismo Pessoal reportou-se à descrição do homem negativo, como  aquele que cultiva temores infundados  sobre o futuro, a tal ponto que sua vida, ainda que longa, não lhe concederia tempo para vivenciar todas as desgraças que   imagina.
Igualmente, na história bíblica  de Jó, esse  personagem confessa que justamente aquilo que  temia foi o que lhe aconteceu. Alguns estudiosos da Bíblia – com quem me obrigo a concordar – dão claramente a entender que esse procedimento não era o recomendado, até porque, sendo ele um Homem de Deus não se justificava cultivar temor algum.


Cada um de nós tem ao alcance das mãos as maçanetas de duas portas abertas para se evadir da felicidade real: uma, a que nos abre para o  passado, outra, que nos arremete ao futuro.  A felicidade de ontem já passou. Recordá-la será sofrer duas vezes. Se foram bons momentos,  podem fazer eclodir a saudade, como uma forma poética de protestarmos porque a felicidade mora em nosso ontem. . Se foram horas difíceis por que passamos, estaremos reprisando na imaginação instantes indesejados que só podem resultar em amargor para o  nosso coração.
Administrando as reações
            Sempre que nos deparamos com situações críticas, com momentos de desespero e angústia, ou em sentimento de extrema impotência ante os desafios do quotidiano, quer isto dizer que é chegada a hora de parar com tudo por um momento.
            Num breve enfoque dessa situação de caos, em primeiro lugar é preciso considerar o seguinte: o  que conta realmente é o aspecto subjetivo.
            O fato ou impressão que pode atingir você só poderá ser avaliado a partir da sua reação a essa situação momentaneamente desvantajosa. Tanto isto é verdade que sempre podemos constatar a evidência de que aquilo que parece ser o fim do mundo para determinada pessoa, para outra pode representar muito pouco ou quase nada, Em alguns casos, a reação chega mesmo ser nula.
            O que acabamos de anunciar soa como uma obviedade ululante. Mas considere a relatividade das reações individuais apenas como o enunciado da parte conhecida do problema para, através do exercício de dedução destrinçar o miolo da questão que o aflige. Na vida, como na Matemática, sempre temos o conhecido que nos conduz  ao desconhecido.
            Pois  bem ! Qual será a parte conhecida de nosso problema? Não importa qual seja , ele tem uma parte conhecida, assim como o ápice de um iceberg revela a estrutura do  que ele  contém em sua profundidade oculta.
            A partir desse exame, é possível avaliar em que intensidade, em graus negativos, você está reagindo a determinado problema de sua vida.

Só Você conhece a chave para o seu sucesso
            Quando alguém se depara com uma situação crítica, parece que o número de pessoas capazes de ajudá-lo se restringe ao mínimo. Isto é verdade,  pela simples  razão de que cada indivíduo é único no Universo. Cada pessoa traça um caminho somente seu, deixando na estrada de sua permanência na terra, os rastros únicos de sua passagem.
            Por outro lado, todos nós, seres humanos, somos igualmente, sem exceção, filhos das mesmas necessidades.
            Quem conhece por completo, em todas as nuances e pormenores a sua história ou a minha, é somente você ou eu. Ninguém, por mais íntimo que seja,  dispõe do código que resultou de nossa atuação neste mundo a partir de nossos pensamentos, palavras e ações com as quais tecemos nosso destino.

Não busque soluções em desabafos
É até possível que você se arriscou a desabafar com alguém sobre sua desdita. Uma confidência faz bem, sim. Alguns de nossos amigos são letrados, pessoas muito lidas e pretensamente experientes.
            Há casos de auto-ajuda amadora tão engraçados quanto antigos. É o caso de alguém procurar por uma outra pessoa para expor seu problema vital. Talvez antes mesmo de abrir a boca, ela vai ouvir um conselho proverbial tão velho quanto andar para a frente.
            Suponhamos que você esteja atravessando uma fase financeira difícil. A menos que você tenha um primo banqueiro, que o considera como irmão – , não adianta você ir num curandeiro, porque os seu problema é o mesmo que ele não resolveu: dinheiro.  Se você está em vias de pedir o divórcio, não adianta ir pedir esse conselho nem aos  divorciados nem aos bem-casados. Quem vai  ficar sozinho ou continuar vivendo com o seu cônjuge será só você e não outra pessoa.
            Vamos imaginar que o seu conselheiro seja uma pessoa de inteligência mediana para baixo. A primeira coisa que ela vai dizer ao ouvir seu desabafo vai resultar num clichê tão inócuo quanto um chá de pedra: ah, fulano ( a),  olhe para trás...e verá quantos estão em situação pior que a a sua”.

Você pode escolher a qualidade do seu estresse
            Apostando na sua boa educação suponho que você vai agradecer por este lembrete. E o seu conselheiro, passado o impasse (como tudo passa nesta vida) certamente vai se exultar achando ter sido ele que lhe devolveu à normalidade da vida. Venhamos e convenhamos, que há gente em pior situação que a sua ou a minha, você está roxo de saber disso. O  mais certo será que  aqueles, em situação pior do que a sua, que façam o mesmo que você está fazendo, à míngua de recurso melhor: que se sacudam como você está se sacudindo. Se a situação de tais infelizes está pior do que a sua, que orem mais, que protestem mais, que esperneiem e saiam do lugar, como você está saindo. Talvez a receita de esperneio soe como uma fórmula estranha para a busca de soluções aos vários contratempos da vida.  Mas esta forma de expressão apenas intenta colocar em evidência o perigo de uma pessoa se conformar com a própria situação e deixar o próprio destino à deriva. Espernear é agir, é  inconformar. Claro que isto deve ser feito  sob o impulso do estresse sadio. Assim como há o colesterol prejudicial em nosso sangue, há o colesterol bom. Em nossa mente há também o estresse positivo e o estresse negativo.

Nunca se compare a ninguém
Cada pessoa pode (e deve)  constatar em sua vida pessoal, familiar, social e profissional que todos os males vêm para o bem. Faça um exame de sua vida e constate por si mesmo. Se algum mal em sua vida não se tornou em bem a culpa reside apenas em você, porque a intenção de todo contratempo que nos acontece é a de nos fazer mais fortes e, destarte, aptos  a escalar maiores alturas.

Ouvindo o desabafo alheio
Se alguém vier até você para desabafar, entenda esse verbo desabafar literalmente. De preferência que esse seu interlocutor não possua um bafo de onça. O mais que você pode fazer por ele ou ela é pensar junto, colocar-se no lugar em que ela está no momento. Na medida que vai lhe contando os problemas ela começa, sem querer, a pensar em voz alta. Estamos tão viciados no recurso da linguagem como braço do pensamento, que quando reduzimos qualquer questão a palavras, é mais fácil montar uma equação correspondente à  questão da qual estamos tratando. Se escrevermos, ainda mais fácil se deslindará a questão.
Portanto, ouvindo ou expondo seus problemas – para si mesmo ou para outrem – leve em conta esse fator capital da comunicação. Além de vislumbrar novos horizontes, o desabafo funciona como uma catarse, uma extrojeção  do problema e disto ninguém está livre de, mais dia  menos dia,  ter que se valer deste recurso.
Agir  é a fórmula infalível de se  liberar energia. Assim é com a água que não pode ficar parada. Assim é com o ar que, sem o vento, não poliniza as flores e não faz frutificar as lavouras e pomares.

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