Se não te encantas por mais nada nesta vida,
Saiba que ainda não morreu a última rosa,
Apenas ocultou-se nas dobras do inverno,
Para aos beijos do sol, numa explosão de luz,
Ressurgir perfumando a primavera em flor.
Se agora a solidão mortifica a tua alma,
Pense ao menos ouvir a última canção
Que ainda não saiu do bojo de tua lira;
Adie o quanto possas a hora da partida.
O passaredo em bando ainda não ensaiou
O último gorjeio para o entardecer.
Se pesadelos sobre ti se desabaram,
Destroçando esperanças por acontecer,
Espera só um pouco mais, dê um tempo ao sol
Pra trazer nova aurora do seio da noite
Sobre o colo azul do céu inteiramente novo.
Não pense hoje em ir embora deste mundo,
Antes que nos jardins todas rosas floresçam,
Antes que a imensa orquestra de que é feita a vida
Te enseje ouvir então seus últimos acordes!
Fique mais um pouco, não deixe este cenário,
Antes que o derradeiro pássaro da tarde
Venha pousar as suas asas em gorjeios
Sobre o último galho do último silêncio!
Não vá embora ! Não vá embora ! Não vá embora
Antes que todos os teus sonhos aconteçam.
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