PAPINHO DO FILÓSOFO ROMANOVISKI 1-

Óia eu aqui travêis !


Não faz meu gênero falar sobre minha própria pessoa. Estou cansado de saber que essa gente que fala somente sobre si mesma acaba por ter poucos amigos. Até não é o caso de ser importante ter amigos em grande número, porque a vida nos leva por lugares e situações onde os amigos, por mais amigos que sejam,  não podem nos acompanhar.


Por exemplo, você não pode levar um amigo para a sua noite de núpcias. A menos que...bom, deixa pra lá. Das vezes que você vai a um banheiro - seja para tomar banho ou atender a outras necessidades - algumas bastante urgentes e nem sempre agradáveis -, o costume é não ser acompanhado por ninguém, e este detalhe me poupa de maiores explicações.

Meu contratante,  contudo, mandou-me falar um pouco sobre mim mesmo. Como não há ninguém para fazer isso em meu lugar (hoje estou com uma preguiça danada), vou ter que me apresentar a vocês, ainda que em dados resumidos, pois gosto de ser curto e grosso.

Nasci na Armênia, parte da Rússia, e vivi bons tempos em algumas cidades daquele maravilhoso país. Apesar dos pesares, em que o frio é intenso, como na Sibéria, há muito calor humano. Claro que aqui começo a ser suspeito, porque, em síntese, sou um russo. Não que seja bairrista, pois isso ofenderia a sensibilidade dos (as) leitores (as) e, nada mais estaria fazendo do que impor opinões. Atitude que nunca pratiquei e abomino, pois sou brincalhão, mas respeito o ouvido do próximo, como uma máxima fundamental de vida.

Bom. O ano exato em que nasci eu não menciono. Uns vão me achar muito velho, e outros, como o meu admirado ídolo, o arquiteto  Oscar Niemayer (103 anos e cacetada)  vai achar que sou muito criança. Nunca me casei. Não por ser contra o casamento ( e que diferença faria eu  ser a favor ou contra, quando as pessoas querem se casar ou descasar?) .


Algumas leitoras queriam saber sobre a minha religião. Não menciono nada sobre isso. Também não é o caso de dizer que sou ateu, porque ninguém na verdade se pode dizer que não crê em nada. Em alguma coisa, todo homem e toda mulher, fatalmente acredita. Minha personalidade é mais voltada para a ciência em todas as suas modalidades. Melhor dizendo, sou um crente na Natureza e a admiro como a parte visível de tudo o que é invisível e misterioso. Vejo milagres nela a todo momento.


Ah! em tempo, só porque vivi na Rússia, não vá me tomando como um comunista. Não me apego a nenhuma doutrina política e também não deixo de cutucar os liberais. Nunca me esqueço que o liberalismo (que prega a ausência do Estado) chegou a aventar,  na Inglaterra, a hipótese de fazer com que as pessoas (os outros, lógico) aprendessem a não comer.

 E aí eu pergunto: se esse absurdo acontecesse, com as massas treinadas para um jejum compusório e permanente, como eles ganhariam dinheiro se, uma vez vencida a fome, que é um pilar fundamental da economia, os ricos ( que certamente teriam que produzir esse luxo para consumirem) teriam lucros com essa medida louca e extrema de gerenciamento público? E se as massas não comessem, seria também difícil que elas se dispusessem a trabalhar...

Mas há na Rússia, de ontem e de hoje, hove e há  coisas e pessoas e paisagens  fascinantes. Vou trazer para vocês, não prometo quando, porque tenho viajado muito e não gosto de computador -  escrevo tudo a mão - alguns poemas do grande Vladimir Maiakovski.

 Assim como há pessoas que tem veneração pelos santos, eu tenho veneração pelos grandes escritores. Principalmente pelos poetas. Maiakovski está entre os maiores do mundo. Ele era um sujeito teimoso na arte que empreendia. Chegava a revisar mais de 60 vezes um texto, a fim de fazê-lo o mais claro possível, além de trabalhar a sonoridade (eufonia) do poema ao máximo.

Amigos e amigas, eu já começo a ficar com preguiça e se me der dor nos quartos não vou conseguir dormir. Tenho muitos pensamentos para lhes passar, e passarei a vocês na medida do possível. Estou feliz em estar aqui com vocês e espero que nosso contato seja frequente e duradouro.

Uma última observação que aqui quero deixar, embora não queira fazer a cabeça de ninguém ( o máximo que posso fazer é o cabelo, porque também sou barbeiro) é que, o quanto possível, vocês amem a vida, a alegria, o bom humor.

Não porque da vida nada se leva, porque depois de morto não faz diferença levar ou deixar de  levar, dá tudo na mesma coisa. O importante é levar a vida. Você não pode levar os amigos (amigas) a toda parte que você for, como mencionei logo no início deste nosso papo.

Mas você pode levar amizade aonde quer que você esteja. Receba a minha amizade. Reconheço que sou sistemático. Não sei se é defeito ou virtude. Gosto muito de animais. Tenho um cachorro que me acompanha. Um tipo de amigo que posso levar por onde eu for. Mas, no fundo mesmo, de verdade, eu gosto, acima de tudo, é do ser humano. Fica para uma próxima ocasião meu comentário como o mundo certamente foi muito sem-graça na época dos dinossauros. Me esperem. Promeoto voltar e, quando isto acontecer, encontrar a todos os meus internautas felizes e levando a vida numa boa.



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