SEMENTES DO RELÓGIO ETERNO
Ao coração fala o mundo tão alto
Em tons graves, agudos e crônicos.
Sobre amor-paixão;
Disfarça-se até
Em suaves tons de profunda fé
Numa grande ilusão.
Impõem-se em mil dilemas:
Custo de vida, perigos por terra e mares.
Atualmente até
Em perigos pelos ares.
Mas pede-me
Manter nos homens minha fé
E, pelo mundo,
A requerida fascinação.
São mil vozes falantes
A estes apenas dois ouvidos,
A requerer de mim
Sempre, e cada vez mais,
Respostas e atenções sem fim.
Mas ate todo bulício,
Uma Presença silente
Esclarece-me sobre tudo,
Até sobre o mundo gritante
Que murmura sem cessar
Requerendo atenções.
E quando me adentro
À catedral do silêncio íntimo,
Em frestas de luz em cada pensamento,
Abre-se-me a pequena porta,
Tão pequena que mal passo,
Mas além da abertura
Além da Terra escura
Está um jardim no universo.
Neste não saber derivado do não pensar,
Deus me desvela o mundo.
.E, num minuto apenas,
Insere-me na eternidade.
Ele, que sabe o tempo exato
Do meu despertar,
Tranqüiliza-me a Alma sedenta e aflita
De voltar para a Casa...
Por mais que ande por confins
O Pai silente
se faz presente
E em todas as palavras
Coloca um fim.
Às vezes os ruídos se entrechocam
Do íntimo ao exterior,
Por amor
ou por ira se deslocam
E desembocam
Ora em espinhos, ora em flor.
Os pensamentos digladiam-se em idéias,
Úteis algumas, vãs a maioria,
Mas, às vezes, transcendem a teodicéia,
E vão ainda além da teologia.
Nas asas do silêncio a alma voa,
Sabe que o Bem é para quem perdoa,
Sabe que o Amor é para quem o dá...
Assim posto ao Supremo, frente a frente
Cada minuto do relógio é uma semente
Que de eternidade reflorescerá.
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