A rua por que hoje passo,
Num passo inútil à procura
Dos momentos vividos,
Já bebidos
Pelo tempo e pelo espaço,
Onde, unidos,
Com meu braço no seu braço
Juntos íamos distraídos,
De abraço em abraço.
As pedras hoje falam
Com outros pares,
E para mim se calam,
Nos passos de outros passantes,
De pés apressados, errantes,
Que ocupam nossos lugares
De ingênuos amantes.
Hoje, se transito
Por aquelas árvores nuas,
Sinto-me um proscrito,
Sem ter as minha mão nas suas.
Nem mesmo o infinito
Permanece o mesmo
Sobre as nossas ruas
Onde sigo a esmo
A conter meu grito.
Do velho arbusto, num atalho,
Quase me reconhece na cadência
Do passo sozinho, quase incerto e falho,
Nesse desfile de reminiscências;
E uma folha que respinga uma lágrima de orvalho
A chorar por sua ausência.
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