MESTRE LULA E A DISCÍPULA DILMA ROUSSEF

Cenário Político Brasileiro Atual
Geraldo Generoso

Atualmente a imprensa brasileira não se dá muito à análises, ainda que alguns colunistas coloquem as mangas de fora e apontem ideias sinalizadoras  de mudanças em nosso cenário político. Aos poucos, por mais que se bata – e há os que o prestigiam entre os políticos – aos poucos o ex-presidente Lula  já sente o invólucro do ostracismo inevitável.


Não há aqui a pretensão de juízo de valor. Tão somente é o exercício isento de uma análise, quase com pretensão histórico-futurista. Todavia  não deixa de ser um exame sobre o que se passa na política nacional.


Ultimamente, com frequência, Lula tem se chocado com a opinião pública, ainda que esta esteja silenciosa. E ainda há mais: A Presidente Dilma está bombando no IBOPE e, pelo jeito, aprendeu muito bem a lição de casa do seu criador.


Na verdade, isso de dizer que a Dilma é uma criatura de Lula, é um parecer muito relativo. Indo a fundo na metáfora, Lula não a pegou para criar na infância. Ela já detinha suas opiniões, sua formação, seu caráter, sua personalidade e, de forma inegável, várias vezes demonstrada, inteligência que não deixa nada a desejar.


O prefixo “ex”, sempre devemos lembrar, nos associa à palavra exclusão, ao que já foi, seja um cônjuge seja um presidente. Ninguém, em sã consciência, pode negar o valor de Lula como pessoa e como líder, ainda que não venha ao caso discutir o processo pelo qual ele deu uma guinada na classe E e D para os patamares da Classe “C”.


Em nome do que o ex-presidente denominou governabilidade, colocou  goela abaixo da Nação brasileira: Sarney, Collor, Renan Calheiros, Jader Barbalho – só para ficar nos mais passíveis de desaprovação pública, já que José Dirceu e seus aliados acabaram por ser defenestrado do governo, ainda que insistam em dar seus voos de frango destroncado.


A última pisada na bola de Lula foi a de buscar o apoio de Paulo Maluf, na eleição municipal para apoiar Haddad, seu candidato. É estranho como o próprio Haddad não hesitou em deixar o Lula colocar essa bomba em sua mão.


Ao mesmo  tempo que Lula fala do “novo” na política, escolhe uma vice com 77 anos de idade (aliás uma grande pessoa pública e de conduta irrepreensível). Depois escolhe Maluf (com 80 anos de idade) para apadrinhar o seu candidato, foi outra e pior contradição, pela rejeição que é notória nesse político paulistano.


Tudo leva a antever que a presidenta Dilma Rousseff, não propriamente por vocação ao poder, mas por senso de responsabilidade para com o País, certamente está diuturnamente a preparar-se para as eleições presidenciais de 2014.


Podemos concluir que a Era Lula aos poucos se desmancha na História, onde ele foi um símbolo proeminente e  as populações carentes têm justos motivos para admirá-lo. Mais ainda porque esse processo de ocupar-se do lado social das maiorias continua com sua sucessora e que, tudo indica, recebe o mesmo apoio e reconhecimento de seu antecessor.


Dizia Maitre Blaget, fundador das lojas Mesbla, que “o verdadeiro mestre é aquele capaz de preparar outros que o superem”. Em minha opinião, democraticamente tenho a impressão que Lula merece este reconhecimento e Dilma não deixou a peteca cair e até aperfeiçoou o aprendizado quando botou para fora muitos ministros e não hesita em ser justa e durona. Este é o jeito dela, e pelo visto, com 77% de aprovação nas estatísticas, ela realmente sabe fazer política e administração, tanto ou melhor do que o próprio Lula



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