MEMÓRIAS DO ALFARRÁBIOS 1

Trago para os leitores do blog "alfarrábios..." alguns manuscritos inseridos em um caderno, silencioso em minha estante.
                            


Ipaussu, em 08 de julho de 2009.

     São duas horas da manhã. A estrada próxima  jaz imersa na quietude, às vezes quebrada por algum zumbido de motores, alongado na madrugada, ainda vestida pela frauda do céu escuro.

     Cães ladram insistentes para as bandas da Vila Nova, em latidos mais puxados para o tom agudo. Pelo som dessa orquestra latifônica, muitos devem ser os figurantes, a pautar de vozes o silêncio gigantesco.
.............

     De qualquer modo, o ambiente é de paz. Vez por outra, um caminhão rasga o silêncio, até para quebrar a mudez que veste as imediações.
 
    A mente, mesmo nessa quietude circunstancial, pode comparar-se a um arco a disparar inúmeras flechas de pensamentos, sem alvo definido. Busco a sintonia com o infinito, nesta hora propícia de solidão indolor e recolhimento profundo.

    Daqui a pouco tudo vai recomeçar tão logo se anuncie o novo dia. Tudo agradavelmente igual marcará um recomeço de rotinas conhecidas.  É a continuidade esperada, sobre a qual, cada um de nós somos tangidos a prosseguir fiando o misterioso tear da vida.

    E já que assim está disposto, assim me disponho a viver, com a graça de Deus, mais este dia.

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