AMOR RESPONSÁVEL



Ao contemplar este  mundo com um olhar sem jeito, a achar que nada mais tem solução. O mundo conturbado por loucuras e tolices as mais disparatadas, quando não, surpreendida por monstros, que fazem imprimir sobre o planeta uma camada de suor, lágrimas e sangue, numa loucura demoníaca, a desafiar toda a paciência, a provocar a descrença, até compreensível, do imperativo do amor e da paz da humanidade.

Não é preciso perguntar onde está o mal ? Ele está em toda parte, a disputar, por absurdo que pareça, a própria onipotência divina. Filhos que se rebelam, pais que se revoltam, comunidades que inermes são encurraladas entre o fogo cruzado de facínoras contra policiais, e vice-versa. 

Há a considerar que as pessoas, conscientemente boas, não necessariamente santas, também não podem se eximir da responsabilidade desse quadro dantesco, de marginais enlouquecidos, de um mundo que se transfez num enorme hospício redondo, enorme, onde homens-bomba, com desprezo pela própria vida estilhaçam junto com suas carnes os estilhaços de chumbo, a ceifar criaturas inocentes.

Oras, ser bom não significa ser omisso, pois a omissão é tão reprovável e, para os religiosos verdadeiros, não menos pecaminosa. Há a inequívoca verdade de que Deus é bom, mas de par com essa bondade, não pode deixar de figurar o quesito indispensável da justiça. Se existe o livre-arbítrio, essa faculdade não pode ir em prejuízo do todo, a semear dores e infortúnios a cada passo.

Não é impróprio atribuir o adjetivo de guerreiro a grandes homens e mulheres que não cruzaram os braços como o Pilatos do Evangelho. Também não é de bom tom a justiça com as próprias mãos. Contudo, extrapolando toda a lógica concebível de que um pouco de violência é até compreensível, por conta do maquinário psicológico da pessoa, é injusto igualmente que a sociedade não reaja e não acompanhe melhor o que fazem os líderes políticos, sejam para redigir as leis ou executá-las, ou mesmo o moderador poder judiciário.

É mais que hora de o indivíduo se politizar. Qual o segredo dos Países de Primeiro Mundo, senão .um forte investimento na qualidade civil de seus respectivos povos. Igualmente os religiosos e líderes espirituais em geral, cumpre-lhes entrar em ação, na consciência mais que necessária de que são responsáveis por agir e exigir e intransigir contra a desordem, a injustiça, os crimes brancos ou pretos, ou mesmo em cores mostrados pelas mídias de diversos matizes.

Que cada homem ou mulher de boa vontade, fique alerta e faça valer os seus direitos. A legítima defesa da sociedade é a consciência de seus cidadãos sobre cada um ser um fragmento de um todo, onde a soma das partes é a maior do que a soma.

Não vamos nos omitir face a essa situação. Que a partir do maternal se insufle, pelos canais competentes de educação e religiosidade, um sentimento novo, de heroísmo sem bravatas, mas sem covardia ou omissão.

Só assim a Terra poderá continuar sendo este planeta azul, sem arroxear-se de monstros irresponsáveis que semeiam o caos e a desolação. Todos somos culpados, sem exceção de ninguém, quando a pátria é infeliz. 




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